Da terra para o mar

01-10-2015
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A comitiva ldo BE começou o dia de campanha em Olhão e visitou uma produção de aquacultura em mar aberto, onde alertou para a falta de transparência na atuação de organismos estatais deste sector

Da terra para o mar, a campanha do Bloco de Esquerda (BE) visitou esta sexta-feira manhã, ao largo de Olhão, uma aquacultura ‘offshore‘ de mexilhões e ostras, alertando para a falta de transparência na atuação de organismos estatais deste sector.

A comitiva liderada pela porta-voz bloquista, Catarina Martins, começou cedo o dia de campanha, em Olhão, e partiu do porto de pesca a bordo da embarcação “Mar da Armona”, viajando uma milha e meia até uma produção de aquacultura em mar aberto do maior produtor de bivalves da Península Ibérica.

“Estivemos a bordo de uma embarcação única do ponto de vista do trabalho que faz em Portugal, mas que tem problemas, por um lado pela forma como o IPMA se relaciona com os mariscadores, de uma forma geral. Não é transparente, não publica as análises, as pessoas não sabem com o que contam, os valores não batem certo. Temos tido uma ação de desconfiança do Estado para com os mariscadores e não de transparência sobre as condições ambientais”, disse Catarina Martins aos jornalistas, já em terra firme.

Sendo “offshore” um termo que habitualmente gera críticas do BE, neste caso - e como se trata apenas de aquacultura em mar aberto - a bloquista enalteceu o trabalho da Companhia de Pescarias do Algarve, empresa que existe desde 1835, esperando que o país “seja guiado por exemplos como este, de quem é capaz de fazer o melhor da produção, pensando no futuro, tendo o ambiente no centro”.

“Mas, também, tendo a capacidade da riqueza ficar no país, ou seja, nós não termos esta produção em que vai logo tudo para fora e o valor fica sempre no estrangeiro”, concretizou.

Nuno Botelho

IPMA “tem vindo a criar problemas à produção”

Durante a viagem foi possível ver, ao vivo e a cores, a forma como se apanha o mexilhão e se separa de imediato, recorrendo à tecnologia, devolvendo o que é pequeno ao mar e garantindo a “responsabilidade ambiental”, motivo que levou a deputada bloquista - que habitualmente enjoa a bordo, mas que hoje conseguiu escapar à indisposição - a querer levar as cascas de três mexilhões como recordação.

Catarina Martins explicou aos jornalistas que há uma “relação conflituosa constante” com o IPMA, que “tem vindo a criar problemas à produção”, sendo o primeiro passo “a transparência”, defendendo que quando o instituto “fecha ou abre a captura divulgue os resultados das análises”.

“Quem aqui trabalha tem o problema do conflito entre os vários organismos estatais que têm responsabilidade na gestão da costa, do mar e dos recursos marinhos. Esta conflitualidade cria burocracia, dificuldade, não protege o ambiente, não protege a saúde pública e, portanto, é uma incapacidade do Estado de criar as condições para que quem produz mais valor no nosso país o possa fazer”, criticou.

O presidente do conselho de administração da empresa, António Farinha, disse aos jornalistas que “há uma série de problemas”, um “calvário de atrasos em apoios e atrasos em respostas”, aos quais acresce a questão das toxinas, que fez com que em 2014 só tivessem conseguido trabalhar durante sete meses.

​“Nos outros foi declarado o encerramento da zona por toxinas. Contrariamente àquilo que seria suposto nós temos análises feitas em laboratórios certificados pela União Europeia e os resultados não têm nada a ver”, disse.

A Companhia de Pescarias do Algarve, criada em 1835, é o maior produtor de bivalves da Península Ibérica e tem capacidade para capturar cinco a sete mil toneladas de bivalves por ano, 90% dos quais mexilhão, estimando uma em 2015 de 2 milhões de euros.

A comitiva ldo BE começou o dia de campanha em Olhão e visitou uma produção de aquacultura em mar aberto, onde alertou para a falta de transparência na atuação de organismos estatais deste sector

Da terra para o mar, a campanha do Bloco de Esquerda (BE) visitou esta sexta-feira manhã, ao largo de Olhão, uma aquacultura ‘offshore‘ de mexilhões e ostras, alertando para a falta de transparência na atuação de organismos estatais deste sector.

A comitiva liderada pela porta-voz bloquista, Catarina Martins, começou cedo o dia de campanha, em Olhão, e partiu do porto de pesca a bordo da embarcação “Mar da Armona”, viajando uma milha e meia até uma produção de aquacultura em mar aberto do maior produtor de bivalves da Península Ibérica.

“Estivemos a bordo de uma embarcação única do ponto de vista do trabalho que faz em Portugal, mas que tem problemas, por um lado pela forma como o IPMA se relaciona com os mariscadores, de uma forma geral. Não é transparente, não publica as análises, as pessoas não sabem com o que contam, os valores não batem certo. Temos tido uma ação de desconfiança do Estado para com os mariscadores e não de transparência sobre as condições ambientais”, disse Catarina Martins aos jornalistas, já em terra firme.

Sendo “offshore” um termo que habitualmente gera críticas do BE, neste caso - e como se trata apenas de aquacultura em mar aberto - a bloquista enalteceu o trabalho da Companhia de Pescarias do Algarve, empresa que existe desde 1835, esperando que o país “seja guiado por exemplos como este, de quem é capaz de fazer o melhor da produção, pensando no futuro, tendo o ambiente no centro”.

“Mas, também, tendo a capacidade da riqueza ficar no país, ou seja, nós não termos esta produção em que vai logo tudo para fora e o valor fica sempre no estrangeiro”, concretizou.

Nuno Botelho

IPMA “tem vindo a criar problemas à produção”

Durante a viagem foi possível ver, ao vivo e a cores, a forma como se apanha o mexilhão e se separa de imediato, recorrendo à tecnologia, devolvendo o que é pequeno ao mar e garantindo a “responsabilidade ambiental”, motivo que levou a deputada bloquista - que habitualmente enjoa a bordo, mas que hoje conseguiu escapar à indisposição - a querer levar as cascas de três mexilhões como recordação.

Catarina Martins explicou aos jornalistas que há uma “relação conflituosa constante” com o IPMA, que “tem vindo a criar problemas à produção”, sendo o primeiro passo “a transparência”, defendendo que quando o instituto “fecha ou abre a captura divulgue os resultados das análises”.

“Quem aqui trabalha tem o problema do conflito entre os vários organismos estatais que têm responsabilidade na gestão da costa, do mar e dos recursos marinhos. Esta conflitualidade cria burocracia, dificuldade, não protege o ambiente, não protege a saúde pública e, portanto, é uma incapacidade do Estado de criar as condições para que quem produz mais valor no nosso país o possa fazer”, criticou.

O presidente do conselho de administração da empresa, António Farinha, disse aos jornalistas que “há uma série de problemas”, um “calvário de atrasos em apoios e atrasos em respostas”, aos quais acresce a questão das toxinas, que fez com que em 2014 só tivessem conseguido trabalhar durante sete meses.

​“Nos outros foi declarado o encerramento da zona por toxinas. Contrariamente àquilo que seria suposto nós temos análises feitas em laboratórios certificados pela União Europeia e os resultados não têm nada a ver”, disse.

A Companhia de Pescarias do Algarve, criada em 1835, é o maior produtor de bivalves da Península Ibérica e tem capacidade para capturar cinco a sete mil toneladas de bivalves por ano, 90% dos quais mexilhão, estimando uma em 2015 de 2 milhões de euros.

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