Câmara de Comuns

21-01-2012
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por Paulo Ferreira

O que choca realmente....é TODOS terem acesso ao que apenas alguns tinham como ÓBVIO.Isso é que incomoda e por vezes até (enjoa) enoja!

Os dados "leakados" pelo Wikileaks praticamente não contém novidades, e não é preciso pertencer aos quadros do MNEstrangeiros (tão carentes de reestruturação!!!) ou aos Serviços de Informação (tão carentes de pararem de reestruturar!!!), para já ter conhecimento de quase tudo o que tem vindo a ser noticia recentemente.Mais trivialidade menos número, mais boato menos rumor, tudo já era conhecido.Se nos "US of A" quase dois e meio milhões de pessoas, maioritariamente civis, tinham acesso a estes documentos, não se podem classificar exactamente como...um grande segredo.

por Rudolfo de Castro Pimenta

Serviu para uma coisa que mais ninguém até então tinha dado por isso. Ficamos a saber que Sócrates é um líder carismático para os americanos.

E agora pergunto: o que é que eu, enquanto cidadão, ganhei em saber da coscuvilhice dos embaixadores? Valeu a pena que no futuro o corpo diplomático ponha em causa a confiança nos seus interlocutores para isto? Em que é que lucrou o Ocidente em saber dos pontos chave da defesa norte-americana? Hipotecou-se a segurança global em nome de quê? Da liberdade de imprensa? Qual imprensa? Estão a falar dos criminosos que piratearam informação privilegiada? Quem é que mandatou estes senhores para serem eles a decidir sobre a prevalência do meu direito de informação sobre o meu direito à segurança? Quem é que está a acobertar estas acções criminosas? E qual será o verdadeiro objectivo desta gente?

por Paulo Ferreira

"....o embaixador dos EUA conta, num despacho confidencial, que o seu homólogo lhe pediu sigilo absoluto, afirmando que havia questões em relação ao caso que deveriam ser mantidas em segredo pelos governos britânico e português."

por Câmara de Comuns_Convidado

O mundo toma conhecimento por destacados órgãos da imprensa mundial (The New York Times, The Guardian, El País, Le Monde e Der Spiegel) de milhares de dados produzidos pelos serviços de informação norte-americanos divulgados pela Wikileaks, no seguimento do que já divulgara a propósito do Afeganistão e do Iraque.

Das declarações até ao momento, a mais acertada parece-me do Ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Franco Frattini, de que estes dados são "o 11 de Setembro da diplomacia".

Mas este romper de situação prende-se mais com o convencionalismo comumente predominante no quotidiano do que com aquilo que efectivamente se passa e é relatado pelos dados.

São mostrados, de modo nu e cru, os dados com que as Administrações norte-americanas têm lidado. E de tudo o que tem sido divulgado, só quem não acompanha o mundo se pode escandalizar com o produzido.

Putin manda na Rússia? Qual a novidade? Berlusconi dá festas selvagens? Qual a surpresa? Há corrupção na Bulgária? Qual o espanto? Mugabe é louco? Qual é a admiração? Kadhafi usa bottox? Será que o homem passava incólume aos anos? E Merkel é pouco criativa e receia arriscar? O que se passou e acontece na Grécia e Irlanda são resultado do quê, afinal? Os EUA pretendem isolar Chávez na região? E o que faz Chávez em relação aos EUA na região? Será tudo isto uma novidade e que ninguém sabe?

É evidente que a pormenorização dos dados, o sal e a pimenta da coisa, tornam o assunto mais “apetitoso” e o espanto tende a surgir, ainda que, objectivamente, em grande parte, nada seja grande novidade, como Netanyahu: um homem bem composto mas que não cumpre com o assumido. Até parece que ele nunca fora Primeiro-Ministro de Israel e não se conhecesse os resultados dos seus anteriores mandatos.

Depois, há outros pequenos pormenores, como Bush, que na sua segunda vitória presidencial, não atendeu o telefonema de Zapatero. Coisas que tornam a novela com mais episódios.

Todavia, do produzido, o mais surpreendente, não pela posição mas pela veemência, é a da maioria dos Estados árabes, que pretendem o não desenvolvimento do projecto nuclear iraniano, porque é, em primeiro lugar, mais do que uma ameaça para Israel, um grande risco para o mundo sunita.

É certo que vivemos por convenções e estas, muita das vezes, vestem-nos demasiados pseudo-moralismos, mas muito do publicado não é novidade, basta estar minimamente atento ao que se passa e perceber o puzzle mundial. Não precisamos, portanto, de nos espantar e fazer de inocentes, ainda que haja algumas passagens com piada, como Putin ser o Batman e Medvedev o Robin.

De qualquer forma, é uma machadada na diplomacia norte-americana, por deixar estes dados à mão de semear. Um sinal de vulnerabilidade.

Agora, imagine que não produzirão serviços como o russo, o chinês ou o iraniano! Estes sim, dar-nos-iam muitas novidades.

Carlos Manuel Castro

por Paulo Ferreira

O que choca realmente....é TODOS terem acesso ao que apenas alguns tinham como ÓBVIO.Isso é que incomoda e por vezes até (enjoa) enoja!

Os dados "leakados" pelo Wikileaks praticamente não contém novidades, e não é preciso pertencer aos quadros do MNEstrangeiros (tão carentes de reestruturação!!!) ou aos Serviços de Informação (tão carentes de pararem de reestruturar!!!), para já ter conhecimento de quase tudo o que tem vindo a ser noticia recentemente.Mais trivialidade menos número, mais boato menos rumor, tudo já era conhecido.Se nos "US of A" quase dois e meio milhões de pessoas, maioritariamente civis, tinham acesso a estes documentos, não se podem classificar exactamente como...um grande segredo.

por Rudolfo de Castro Pimenta

Serviu para uma coisa que mais ninguém até então tinha dado por isso. Ficamos a saber que Sócrates é um líder carismático para os americanos.

E agora pergunto: o que é que eu, enquanto cidadão, ganhei em saber da coscuvilhice dos embaixadores? Valeu a pena que no futuro o corpo diplomático ponha em causa a confiança nos seus interlocutores para isto? Em que é que lucrou o Ocidente em saber dos pontos chave da defesa norte-americana? Hipotecou-se a segurança global em nome de quê? Da liberdade de imprensa? Qual imprensa? Estão a falar dos criminosos que piratearam informação privilegiada? Quem é que mandatou estes senhores para serem eles a decidir sobre a prevalência do meu direito de informação sobre o meu direito à segurança? Quem é que está a acobertar estas acções criminosas? E qual será o verdadeiro objectivo desta gente?

por Paulo Ferreira

"....o embaixador dos EUA conta, num despacho confidencial, que o seu homólogo lhe pediu sigilo absoluto, afirmando que havia questões em relação ao caso que deveriam ser mantidas em segredo pelos governos britânico e português."

por Câmara de Comuns_Convidado

O mundo toma conhecimento por destacados órgãos da imprensa mundial (The New York Times, The Guardian, El País, Le Monde e Der Spiegel) de milhares de dados produzidos pelos serviços de informação norte-americanos divulgados pela Wikileaks, no seguimento do que já divulgara a propósito do Afeganistão e do Iraque.

Das declarações até ao momento, a mais acertada parece-me do Ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Franco Frattini, de que estes dados são "o 11 de Setembro da diplomacia".

Mas este romper de situação prende-se mais com o convencionalismo comumente predominante no quotidiano do que com aquilo que efectivamente se passa e é relatado pelos dados.

São mostrados, de modo nu e cru, os dados com que as Administrações norte-americanas têm lidado. E de tudo o que tem sido divulgado, só quem não acompanha o mundo se pode escandalizar com o produzido.

Putin manda na Rússia? Qual a novidade? Berlusconi dá festas selvagens? Qual a surpresa? Há corrupção na Bulgária? Qual o espanto? Mugabe é louco? Qual é a admiração? Kadhafi usa bottox? Será que o homem passava incólume aos anos? E Merkel é pouco criativa e receia arriscar? O que se passou e acontece na Grécia e Irlanda são resultado do quê, afinal? Os EUA pretendem isolar Chávez na região? E o que faz Chávez em relação aos EUA na região? Será tudo isto uma novidade e que ninguém sabe?

É evidente que a pormenorização dos dados, o sal e a pimenta da coisa, tornam o assunto mais “apetitoso” e o espanto tende a surgir, ainda que, objectivamente, em grande parte, nada seja grande novidade, como Netanyahu: um homem bem composto mas que não cumpre com o assumido. Até parece que ele nunca fora Primeiro-Ministro de Israel e não se conhecesse os resultados dos seus anteriores mandatos.

Depois, há outros pequenos pormenores, como Bush, que na sua segunda vitória presidencial, não atendeu o telefonema de Zapatero. Coisas que tornam a novela com mais episódios.

Todavia, do produzido, o mais surpreendente, não pela posição mas pela veemência, é a da maioria dos Estados árabes, que pretendem o não desenvolvimento do projecto nuclear iraniano, porque é, em primeiro lugar, mais do que uma ameaça para Israel, um grande risco para o mundo sunita.

É certo que vivemos por convenções e estas, muita das vezes, vestem-nos demasiados pseudo-moralismos, mas muito do publicado não é novidade, basta estar minimamente atento ao que se passa e perceber o puzzle mundial. Não precisamos, portanto, de nos espantar e fazer de inocentes, ainda que haja algumas passagens com piada, como Putin ser o Batman e Medvedev o Robin.

De qualquer forma, é uma machadada na diplomacia norte-americana, por deixar estes dados à mão de semear. Um sinal de vulnerabilidade.

Agora, imagine que não produzirão serviços como o russo, o chinês ou o iraniano! Estes sim, dar-nos-iam muitas novidades.

Carlos Manuel Castro

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