Peso dos americanos nas emissões portuguesas triplica

14-01-2015
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Peso dos americanos nas emissões portuguesas triplica

Pedro Latoeiro

pedro.latoeiro@economico.pt

14:25

O perfil do investidor que domina as emissões de obrigações portuguesas parece ter mudado desde que Portugal saiu da alçada da ‘troika'.

O perfil do investidor que domina as emissões de obrigações portuguesas parece ter mudado desde que Portugal saiu da alçada da ‘troika'.

Nas três emissões realizadas desde o fim do resgate em que o IGCP, a agência que gere o crédito público, procedeu à abertura de novas obrigações, os investidores portugueses assumiram apenas 7,9% dos títulos disponíveis. Já nas três operações anteriores comparáveis, realizadas entre Fevereiro de 2010 e Maio de 2013, mais de 20% do montante emitido ficou em mãos nacionais.

A nacionalidade dos investidores que acorrem às emissões de dívida pública é relevante na medida em que pode ilustrar a capacidade de um país seduzir fundos estrangeiros em vez de, por exemplo, depender excessivamente do seu sector financeiro, como foi o caso no passado recente.

Em termos de dispersão geográfica, segundo dados do IGCP, há ainda outra alteração relevante no pós-troika - a presença da América do Norte mais do que triplicou para 18,2%, o que poderá em parte ser explicado pelos ‘road shows' realizados pelo Tesouro português do outro lado do Atlântico.

A maior presença estrangeira nas emissões portuguesas acontece apesar de a dívida pública continuar catalogada como investimento especulativo nas principais agências de ‘rating' e de a rendibilidade das obrigações de longo prazo ser hoje inferior.

Igualmente importante é a natureza do investidor, se especulativa ou mais de longo prazo. Aqui não parecem existir mudanças tão relevantes: as gestoras de activos e a banca continuam a predominar. Verifica-se ainda assim uma maior presença dos ‘hedge funds' a par de uma redução da exposição das seguradoras e fundos de pensões.

Desde que a ‘troika' partiu, Portugal levantou nove mil milhões de euros em emissões que abriram novas linhas de obrigações. À operação ontem concretizada a 10 e a 30 anos soma-se uma colocação a 15 anos em Setembro do ano passado.

Conteúdo publicado no Económico à Uma. Subscreva aqui.

Peso dos americanos nas emissões portuguesas triplica

Pedro Latoeiro

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O perfil do investidor que domina as emissões de obrigações portuguesas parece ter mudado desde que Portugal saiu da alçada da ‘troika'.

O perfil do investidor que domina as emissões de obrigações portuguesas parece ter mudado desde que Portugal saiu da alçada da ‘troika'.

Nas três emissões realizadas desde o fim do resgate em que o IGCP, a agência que gere o crédito público, procedeu à abertura de novas obrigações, os investidores portugueses assumiram apenas 7,9% dos títulos disponíveis. Já nas três operações anteriores comparáveis, realizadas entre Fevereiro de 2010 e Maio de 2013, mais de 20% do montante emitido ficou em mãos nacionais.

A nacionalidade dos investidores que acorrem às emissões de dívida pública é relevante na medida em que pode ilustrar a capacidade de um país seduzir fundos estrangeiros em vez de, por exemplo, depender excessivamente do seu sector financeiro, como foi o caso no passado recente.

Em termos de dispersão geográfica, segundo dados do IGCP, há ainda outra alteração relevante no pós-troika - a presença da América do Norte mais do que triplicou para 18,2%, o que poderá em parte ser explicado pelos ‘road shows' realizados pelo Tesouro português do outro lado do Atlântico.

A maior presença estrangeira nas emissões portuguesas acontece apesar de a dívida pública continuar catalogada como investimento especulativo nas principais agências de ‘rating' e de a rendibilidade das obrigações de longo prazo ser hoje inferior.

Igualmente importante é a natureza do investidor, se especulativa ou mais de longo prazo. Aqui não parecem existir mudanças tão relevantes: as gestoras de activos e a banca continuam a predominar. Verifica-se ainda assim uma maior presença dos ‘hedge funds' a par de uma redução da exposição das seguradoras e fundos de pensões.

Desde que a ‘troika' partiu, Portugal levantou nove mil milhões de euros em emissões que abriram novas linhas de obrigações. À operação ontem concretizada a 10 e a 30 anos soma-se uma colocação a 15 anos em Setembro do ano passado.

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