Seguro desfaz hoje tabu sobre directas no PS

31-05-2014
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Seguro desfaz hoje tabu sobre directas no PS

Inês David Bastos

09:38

Secretário-geral socialista revela hoje à Comissão Política do partido se aceita, ou não, a convocação de directas e congresso para disputar liderança com Costa.

António José Seguro põe hoje fim ao tabu que criou esta semana sobre se aceita ou não marcar directas e congresso extraordinário para disputar a liderança do PS com António Costa.

O secretário-geral socialista reúne-se com a Comissão Nacional do PS - órgão máximo entre congressos, em Torres Vedras e nessa reunião vai revelar qual é a sua decisão, depois de ter visto vários militantes e históricos do partido pedirem que aceite a marcação de directas, como tem pedido o autarca de Lisboa.

António Costa, que abriu esta crise no PS ao anunciar na passada terça-feira que se candidatava à liderança do partido, exigiu a Seguro que marcasse um congresso extraordinário mas o líder socialista respondeu que o autarca teria de recolher os apoios necessários para convocar a reunião. Perante a recusa do líder em marcar directas e congresso, António Costa já fez saber que, se hoje Seguro não marcar os actos necessários à disputa da liderança, será ele próprio a propor.

António José Seguro não teve uma semana fácil. Depois de ter ganho as eleições Europeias com uma pequena margem de três pontos percentuais em relação aos partidos que sustentam o Governo, os apoiantes de Costa começaram logo a agitar-se considerando que a vitória "foi curta". Logo na noite eleitoral, o autarca de Lisboa deixava implícito que algo podia estar em marcha ao afirmar que o PS tinha de ter vitórias mais expressivas para conseguir ganhar o poder em 2005.

Na terça-feira seguinte, Costa surpreendeu o mundo político ao anunciar que estava disponível para se candidatar à liderança do PS e criar uma alternativa que pudesse levar o partido até ao Governo nas próximas legislativas de 2015. Mas encontrou a oposição de Seguro e dos seus apoiantes. Imediatamente começou a contagem de espingardas, com militantes, dirigentes e históricos do partido a virem a terreno posicionar-se ao lado do seu candidato.

João Soares, Francisco Assis, Carlos Zorrinho, João Proença e Carlos Silva colocaram-se ao lado de Seguro, bem como a maioria das federações. Aliás, Seguro tem dominado ao longo dos anos a chamada máquina do partido e a maioria das distritais parece se ter colocado agora ao seu lado. Já Carlos César, Jorge Lacão ou João Galamba colocaram-se ao lado de António Costa. Nesta contagem de espingardas que durou toda a semana foram várias as trocas de farpas que as duas facções lançaram uma à outra. João Soares chegou a dizer que Costa tinha tido um acesso de "narcisismo", com Assis a pedir moderação ao PS.

Ontem, na reunião que manteve com o Secretariado Nacional, o seu núcleo duro, António José Seguro disse que a situação que o PS está a viver é inédita porque nunca um partido tentou afastar um líder depois de este vencer eleições. Seguro lembrou até que ganhou duas eleições desde que é líder dos socialistas, mas nunca revelou que decisão vai anunciar à Comissão Nacional.

O tabu será desfeito hoje. Ou Seguro marca directas e um congresso extraordinário ou Costa terá de reunir apoios suficientes para o conseguir.

Seguro desfaz hoje tabu sobre directas no PS

Inês David Bastos

09:38

Secretário-geral socialista revela hoje à Comissão Política do partido se aceita, ou não, a convocação de directas e congresso para disputar liderança com Costa.

António José Seguro põe hoje fim ao tabu que criou esta semana sobre se aceita ou não marcar directas e congresso extraordinário para disputar a liderança do PS com António Costa.

O secretário-geral socialista reúne-se com a Comissão Nacional do PS - órgão máximo entre congressos, em Torres Vedras e nessa reunião vai revelar qual é a sua decisão, depois de ter visto vários militantes e históricos do partido pedirem que aceite a marcação de directas, como tem pedido o autarca de Lisboa.

António Costa, que abriu esta crise no PS ao anunciar na passada terça-feira que se candidatava à liderança do partido, exigiu a Seguro que marcasse um congresso extraordinário mas o líder socialista respondeu que o autarca teria de recolher os apoios necessários para convocar a reunião. Perante a recusa do líder em marcar directas e congresso, António Costa já fez saber que, se hoje Seguro não marcar os actos necessários à disputa da liderança, será ele próprio a propor.

António José Seguro não teve uma semana fácil. Depois de ter ganho as eleições Europeias com uma pequena margem de três pontos percentuais em relação aos partidos que sustentam o Governo, os apoiantes de Costa começaram logo a agitar-se considerando que a vitória "foi curta". Logo na noite eleitoral, o autarca de Lisboa deixava implícito que algo podia estar em marcha ao afirmar que o PS tinha de ter vitórias mais expressivas para conseguir ganhar o poder em 2005.

Na terça-feira seguinte, Costa surpreendeu o mundo político ao anunciar que estava disponível para se candidatar à liderança do PS e criar uma alternativa que pudesse levar o partido até ao Governo nas próximas legislativas de 2015. Mas encontrou a oposição de Seguro e dos seus apoiantes. Imediatamente começou a contagem de espingardas, com militantes, dirigentes e históricos do partido a virem a terreno posicionar-se ao lado do seu candidato.

João Soares, Francisco Assis, Carlos Zorrinho, João Proença e Carlos Silva colocaram-se ao lado de Seguro, bem como a maioria das federações. Aliás, Seguro tem dominado ao longo dos anos a chamada máquina do partido e a maioria das distritais parece se ter colocado agora ao seu lado. Já Carlos César, Jorge Lacão ou João Galamba colocaram-se ao lado de António Costa. Nesta contagem de espingardas que durou toda a semana foram várias as trocas de farpas que as duas facções lançaram uma à outra. João Soares chegou a dizer que Costa tinha tido um acesso de "narcisismo", com Assis a pedir moderação ao PS.

Ontem, na reunião que manteve com o Secretariado Nacional, o seu núcleo duro, António José Seguro disse que a situação que o PS está a viver é inédita porque nunca um partido tentou afastar um líder depois de este vencer eleições. Seguro lembrou até que ganhou duas eleições desde que é líder dos socialistas, mas nunca revelou que decisão vai anunciar à Comissão Nacional.

O tabu será desfeito hoje. Ou Seguro marca directas e um congresso extraordinário ou Costa terá de reunir apoios suficientes para o conseguir.

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