artigo58

24-05-2015
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Primeiro as virgens ofendidas do PSD deviam pensar duas vezes antes de falar sobre o assunto, todos conhecemos a política do PSD para os bairros Municipais, onde arregimenta Portugueses que estão vulneráveis devido à sua situação sócio-económica para as suas campanhas e até para processos pouco claros de compra de votos. São célebres os relatos de camionetas das juntas de freguesias cheias de “militantes” que tanto lhes dá o partido, interessa-lhes é o almoço e o passeio. Também são célebres as campanhas em que os jovens andam de um lado para o outro movidos a “bares abertos” e festas após um dia inteiro de remunerada militância numa qualquer Jota, muitos são a prole dos dirigentes dos partidos, os barões que aprovam e incentivam este tipo de militância por parte dos seus meninos.

Segundo: não percebo o celeuma à volta dos imigrantes, não terão eles o mesmo direito dos Portugueses que enchem carrinhas dos partidos e andam de norte a sul a correr comícios? Ou por outro lado, a direita que acha que os imigrantes andam a roubar o trabalho aos portugueses e está apostada em provar que estes também andam a roubar o lanche aos habituais papa-comícios? Ora acho que só se veio provar que os imigrantes fazem os trabalhos degradantes que os portugueses se recusam a fazer: apoiar o PS neste caso.

Terceira questão, os convites terem sido endereçados pelas embaixadas e supostas promessas de vistos... bem esta questão é a mais grave porque todos sabemos que assim que tiverem papéis não haverá patrão que os empregue. A ideologia por detrás destas promessas faz-me lembrar a antiga “carta de alforria” dada aos escravos por serviços prestados ao seu senhor, fazendo as embaixadas o papel de capatazes. Vi por aí um ou outro xenófobo de sangue latino a perguntar o que é feito do SEF e o que vai acontecer aos imigrantes identificados na TV como se uma caça ao imigrante resolvesse os problemas do País. Não vejo nenhum desses sérios senhores a pedir uma caça aos corruptos, aos burlões, aos que levaram o País para este buraco... isso não, arriscavam-se a ter de fazer o próximo jantar de família na prisão. Nem sequer vejo estes senhores muito preocupados com os direitos dos imigrantes a pedir a sua legalização para que não estejam à mercê de negreiros modernos que os usam como mercadoria.

Critico a política baseada nos “currais eleitorais”, acho que é a base do clientelismo e o princípio do fim da Democracia, critico-o no PS no PSD e em todos os partidos que o fazem. Não sou fã de comícios, penso que hoje em dia servem de pouco porque são feitos para a televisão e não para quem lá está o que lhes retira todo o seu efeito, prefiro os contactos pessoa a pessoa, olhos nos olhos e não uma missa campal em que militantes, simpatizantes e imigrantes vão embora com a sensação que só estiveram ali a fazer número para o “chefe” ficar bem na TV. Duvido até do resultado em termos de votos, sejamos pragmáticos, provenientes da realização de um comício. Compreendo que os façam e que recorram a todo o tipo de expedientes para os encher, aliás Ostrogorski e Michels já no sec. XIX descreviam estes fenómenos e na altura os cidadãos iam para os comícios a pé ou no máximo de carroça.

Não compreendo é que haja discriminação entre quem pode ir fazer o boneco ou não, ou melhor compreendo: ao aparecerem senhores de turbante no comício do PS meio mundo gritou aqui del Rei porque ficaram com medo que as pessoas questionem como se enchem comícios. Ninguém quer ver o seu segredo descoberto: que é a miséria, a segregação social, a desigualdade e a necessidade que fazem com que as pessoas apoiem apoiem os partidos que os colocaram nessa situação. Ao mesmo tempo percebe-se o porquê de continuarem nessa situação: os partidos precisam deles vulneráveis, precisam de comprar votos com lanches, empregos e casas. Assim cria-se um ciclo vicioso onde os cidadãos nunca vêm a sua situação melhorada, porque a miséria é a base de sustentação dos partidos ditos do “arco do poder”. Quando vendem o seu apoio ou os seus votos estão a legitimar a sua eternização na pobreza e na miséria, esta é a questão que devia ser levantada. Quem ficou espantado com esta realidade acordou agora para a política e os que acham este problema se resume aos imigrantes está a ser xenófobo.

By the way, ninguém referiu que o comício estava vazio.

Primeiro as virgens ofendidas do PSD deviam pensar duas vezes antes de falar sobre o assunto, todos conhecemos a política do PSD para os bairros Municipais, onde arregimenta Portugueses que estão vulneráveis devido à sua situação sócio-económica para as suas campanhas e até para processos pouco claros de compra de votos. São célebres os relatos de camionetas das juntas de freguesias cheias de “militantes” que tanto lhes dá o partido, interessa-lhes é o almoço e o passeio. Também são célebres as campanhas em que os jovens andam de um lado para o outro movidos a “bares abertos” e festas após um dia inteiro de remunerada militância numa qualquer Jota, muitos são a prole dos dirigentes dos partidos, os barões que aprovam e incentivam este tipo de militância por parte dos seus meninos.

Segundo: não percebo o celeuma à volta dos imigrantes, não terão eles o mesmo direito dos Portugueses que enchem carrinhas dos partidos e andam de norte a sul a correr comícios? Ou por outro lado, a direita que acha que os imigrantes andam a roubar o trabalho aos portugueses e está apostada em provar que estes também andam a roubar o lanche aos habituais papa-comícios? Ora acho que só se veio provar que os imigrantes fazem os trabalhos degradantes que os portugueses se recusam a fazer: apoiar o PS neste caso.

Terceira questão, os convites terem sido endereçados pelas embaixadas e supostas promessas de vistos... bem esta questão é a mais grave porque todos sabemos que assim que tiverem papéis não haverá patrão que os empregue. A ideologia por detrás destas promessas faz-me lembrar a antiga “carta de alforria” dada aos escravos por serviços prestados ao seu senhor, fazendo as embaixadas o papel de capatazes. Vi por aí um ou outro xenófobo de sangue latino a perguntar o que é feito do SEF e o que vai acontecer aos imigrantes identificados na TV como se uma caça ao imigrante resolvesse os problemas do País. Não vejo nenhum desses sérios senhores a pedir uma caça aos corruptos, aos burlões, aos que levaram o País para este buraco... isso não, arriscavam-se a ter de fazer o próximo jantar de família na prisão. Nem sequer vejo estes senhores muito preocupados com os direitos dos imigrantes a pedir a sua legalização para que não estejam à mercê de negreiros modernos que os usam como mercadoria.

Critico a política baseada nos “currais eleitorais”, acho que é a base do clientelismo e o princípio do fim da Democracia, critico-o no PS no PSD e em todos os partidos que o fazem. Não sou fã de comícios, penso que hoje em dia servem de pouco porque são feitos para a televisão e não para quem lá está o que lhes retira todo o seu efeito, prefiro os contactos pessoa a pessoa, olhos nos olhos e não uma missa campal em que militantes, simpatizantes e imigrantes vão embora com a sensação que só estiveram ali a fazer número para o “chefe” ficar bem na TV. Duvido até do resultado em termos de votos, sejamos pragmáticos, provenientes da realização de um comício. Compreendo que os façam e que recorram a todo o tipo de expedientes para os encher, aliás Ostrogorski e Michels já no sec. XIX descreviam estes fenómenos e na altura os cidadãos iam para os comícios a pé ou no máximo de carroça.

Não compreendo é que haja discriminação entre quem pode ir fazer o boneco ou não, ou melhor compreendo: ao aparecerem senhores de turbante no comício do PS meio mundo gritou aqui del Rei porque ficaram com medo que as pessoas questionem como se enchem comícios. Ninguém quer ver o seu segredo descoberto: que é a miséria, a segregação social, a desigualdade e a necessidade que fazem com que as pessoas apoiem apoiem os partidos que os colocaram nessa situação. Ao mesmo tempo percebe-se o porquê de continuarem nessa situação: os partidos precisam deles vulneráveis, precisam de comprar votos com lanches, empregos e casas. Assim cria-se um ciclo vicioso onde os cidadãos nunca vêm a sua situação melhorada, porque a miséria é a base de sustentação dos partidos ditos do “arco do poder”. Quando vendem o seu apoio ou os seus votos estão a legitimar a sua eternização na pobreza e na miséria, esta é a questão que devia ser levantada. Quem ficou espantado com esta realidade acordou agora para a política e os que acham este problema se resume aos imigrantes está a ser xenófobo.

By the way, ninguém referiu que o comício estava vazio.

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