A notícia de que os serviços de intelligence portugueses puseram sob vigilância um jornalista do jornal “Público” tem sido o escândalo da semana.
Resumidamente, um jornalista tinha acesso a fontes internas do serviço de informações e segurança, informações essas que usava a seu belo prazer.
Ora o procedimento habitual de um serviço secreto passa por distribuir informações erradas aos agentes suspeitos, de modo a conseguir isolar o agente que está a divulgá-las.
Claro que colocar o jornalista sob vigilância é um modo mais fácil, mais eficiente e sem dúvida mais rápido de resolver o problema da fuga de informações. Não será o mais correcto.
No entanto, qual o escândalo em um serviço de informações secretas utilizar este tipo de métodos?
Não são eles pagos pelo contribuinte para espiar?
O jornalista não foi posto sob escuta para atingir objectivos político-partidários, não o foi porque alguém queria saber as notícias do seu jornal um dia antes de saírem. Foi vigiado para acabar com uma falha de segurança dos serviços secretos, que poderia comprometê-los bem como ao Estado Português.
Que se queira fazer disto um caso de polícia política ou de cerceação da liberdade de expressão, não só é lamentável como mostra uma mentalidade demasiado hollywoodesca, para quem os nossos agentes deviam andar a beber martinis, conduzir aston martins e engatar agentes duplas russas.
No fundo, todo este ruído à volta das secretas tem um objectivo: limpar de cima a baixo toda a estrutura directiva dos serviços de informação, colocando lá pessoas próximas às novas cores governamentais.
Tem sido sempre assim, esta é uma das razões da incompetência reinante nos serviços: sempre que muda o governo, há uma alteração da estrutura directiva dos serviços secretos.
Ao que consta, desta vez irá para director Viseu Pinheiro: diplomata de carreira e braço direito de Durão Barroso, mais conhecido por ter sido o principal responsável da organização da cimeira das Lajes que levou à tristemente célebre invasão do Iraque. Já tem o aval de Cavaco Silva e integra-se numa estratégia mais ampla de preparar o regresso de Barroso à vida política nacional, mais propriamente, a sua candidatura a Presidente da República.
Resumindo, pode-se questionar a existência de um serviço de intelligence, não se pode questionar se espiam ou não, porque é essa a sua missão: recolher informações.
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A notícia de que os serviços de intelligence portugueses puseram sob vigilância um jornalista do jornal “Público” tem sido o escândalo da semana.
Resumidamente, um jornalista tinha acesso a fontes internas do serviço de informações e segurança, informações essas que usava a seu belo prazer.
Ora o procedimento habitual de um serviço secreto passa por distribuir informações erradas aos agentes suspeitos, de modo a conseguir isolar o agente que está a divulgá-las.
Claro que colocar o jornalista sob vigilância é um modo mais fácil, mais eficiente e sem dúvida mais rápido de resolver o problema da fuga de informações. Não será o mais correcto.
No entanto, qual o escândalo em um serviço de informações secretas utilizar este tipo de métodos?
Não são eles pagos pelo contribuinte para espiar?
O jornalista não foi posto sob escuta para atingir objectivos político-partidários, não o foi porque alguém queria saber as notícias do seu jornal um dia antes de saírem. Foi vigiado para acabar com uma falha de segurança dos serviços secretos, que poderia comprometê-los bem como ao Estado Português.
Que se queira fazer disto um caso de polícia política ou de cerceação da liberdade de expressão, não só é lamentável como mostra uma mentalidade demasiado hollywoodesca, para quem os nossos agentes deviam andar a beber martinis, conduzir aston martins e engatar agentes duplas russas.
No fundo, todo este ruído à volta das secretas tem um objectivo: limpar de cima a baixo toda a estrutura directiva dos serviços de informação, colocando lá pessoas próximas às novas cores governamentais.
Tem sido sempre assim, esta é uma das razões da incompetência reinante nos serviços: sempre que muda o governo, há uma alteração da estrutura directiva dos serviços secretos.
Ao que consta, desta vez irá para director Viseu Pinheiro: diplomata de carreira e braço direito de Durão Barroso, mais conhecido por ter sido o principal responsável da organização da cimeira das Lajes que levou à tristemente célebre invasão do Iraque. Já tem o aval de Cavaco Silva e integra-se numa estratégia mais ampla de preparar o regresso de Barroso à vida política nacional, mais propriamente, a sua candidatura a Presidente da República.
Resumindo, pode-se questionar a existência de um serviço de intelligence, não se pode questionar se espiam ou não, porque é essa a sua missão: recolher informações.