artigo58

06-10-2014
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O jornalista Pedro Rosa Mendes não duvida que o fim da crónica semanal que mantinha na Antena1 se tenha ficado a dever a um acto de censura. Pedro Rosa Mendes lembra que a crónica, crítica do regime angolano e da situação que se vive em Angola, teve repercussão também em Luanda e classifica o cancelamento do espaço de opinião de «patético».

«A crónica chocou vários media em Luanda, note-se. E Luanda não é propriamente conhecida por ser a capital da liberdade de imprensa.

Hannah Harendt tem uma passagem neste livro que penso que é de reter nos tempos que correm:

"A afirmação de que o metropolitano de Moscovo é o único no Mundo só é falsa enquanto os bolchevistas não destruirem todos os outros."¹

Este governo tem tido mais actividade de propaganda que política o que é preocupante.

Por um lado, a nossa situação de protectorado Alemão não lhes permite ser muito mais do que fiéis caseiros, cumprindo à risca as ordens dos seus senhores enquanto eles estão fora.

Por outro lado, no meio da sua lufa-lufa diária têm aproveitado para cercear a pluralidade de opinião e a instituição do pensamento único, a um nível que começa a ser demasiado preocupante.

Se tivermos em atenção, cada notícia tem logo um painel de comentadores de seguida para explicar e ajudar o espectador a entender melhor o que o rodeia. Em português correcto isto chama-se doutrinar.

O exemplo mais flagrante será o da SICN mas sendo o "chefe" é mais PSD que muito Catroga que por aí anda, nada há a apontar.

Aliás Balsemão é para mim uma das pessoas mais sinceras no reino da comunicação em Portugal: O anúncio que passa na TV "Expresso há x anos a FAZER OPINIÃO" é de uma honestidade de louvar. Informar é diferente de fazer opinião e o Expresso assumir-se como semanário de propaganda só demonstra o fair-play do senhor.

Portanto o problema não é o Balsemão, o problema é haver um qualquer cromo claramente com mais poder do que devia, que decide que a RTP deve ir fazer programas neo-coloniais para Luanda e que a RDP é a sua casa de campo.

Terminar um programa de rádio onde o homem só disse o que mais de meio mundo pensou é grave. Mais grave que o tal programa que foi ofensivo para mim enquanto português e certamente para muitos angolanos. Pior só mesmo este governo prestar-se a branquear o regime angolano da maneira que o faz, tal como certamente fará com o regime chinês.

Já estou a ver o Passos dizer com aquele ar muito solene com que ele fica quando pões os óculos:

"A afirmação de que há ingerências pollíticas na RDP só é verdadeira, enquanto não calarmos os que levantam essa questão."

Entretanto Mário Crespo, sim esse que levou uma t-shirt para o parlamento e armou o maior escândalo porque o queriam calar, responde a um dos seus convidados que a confirmar-se a censura é uma questão da administração da RDP e não da tutela...

Ele que bradava aos céus para que houvessem consequências políticas, agora rebola de barriga para o ar cada vez que o Relvas lhe dá um biscoito.

Crespo exercia a sua actividade num meio de comunicação social privado, imagine-se se fosse na RTP.

Se continuas a sonhar com o teu lugar em Washington seria melhor deixares de ser o melhor porta-voz do governo Mário, conselho de amigo.Assim ficas por cá que estás a fazer um excelente trabalho.

Também acham que é uma questão da administração da RDP, ou trata-se de uma questão política de contornos demasiado sinistros para quem preza a sua liberdade?

¹ARENDT, Hannah, "As origens do totalitarismo", pg.463, D. Quixote, Lisboa, 4ª Edição, Novembro 2010

O jornalista Pedro Rosa Mendes não duvida que o fim da crónica semanal que mantinha na Antena1 se tenha ficado a dever a um acto de censura. Pedro Rosa Mendes lembra que a crónica, crítica do regime angolano e da situação que se vive em Angola, teve repercussão também em Luanda e classifica o cancelamento do espaço de opinião de «patético».

«A crónica chocou vários media em Luanda, note-se. E Luanda não é propriamente conhecida por ser a capital da liberdade de imprensa.

Hannah Harendt tem uma passagem neste livro que penso que é de reter nos tempos que correm:

"A afirmação de que o metropolitano de Moscovo é o único no Mundo só é falsa enquanto os bolchevistas não destruirem todos os outros."¹

Este governo tem tido mais actividade de propaganda que política o que é preocupante.

Por um lado, a nossa situação de protectorado Alemão não lhes permite ser muito mais do que fiéis caseiros, cumprindo à risca as ordens dos seus senhores enquanto eles estão fora.

Por outro lado, no meio da sua lufa-lufa diária têm aproveitado para cercear a pluralidade de opinião e a instituição do pensamento único, a um nível que começa a ser demasiado preocupante.

Se tivermos em atenção, cada notícia tem logo um painel de comentadores de seguida para explicar e ajudar o espectador a entender melhor o que o rodeia. Em português correcto isto chama-se doutrinar.

O exemplo mais flagrante será o da SICN mas sendo o "chefe" é mais PSD que muito Catroga que por aí anda, nada há a apontar.

Aliás Balsemão é para mim uma das pessoas mais sinceras no reino da comunicação em Portugal: O anúncio que passa na TV "Expresso há x anos a FAZER OPINIÃO" é de uma honestidade de louvar. Informar é diferente de fazer opinião e o Expresso assumir-se como semanário de propaganda só demonstra o fair-play do senhor.

Portanto o problema não é o Balsemão, o problema é haver um qualquer cromo claramente com mais poder do que devia, que decide que a RTP deve ir fazer programas neo-coloniais para Luanda e que a RDP é a sua casa de campo.

Terminar um programa de rádio onde o homem só disse o que mais de meio mundo pensou é grave. Mais grave que o tal programa que foi ofensivo para mim enquanto português e certamente para muitos angolanos. Pior só mesmo este governo prestar-se a branquear o regime angolano da maneira que o faz, tal como certamente fará com o regime chinês.

Já estou a ver o Passos dizer com aquele ar muito solene com que ele fica quando pões os óculos:

"A afirmação de que há ingerências pollíticas na RDP só é verdadeira, enquanto não calarmos os que levantam essa questão."

Entretanto Mário Crespo, sim esse que levou uma t-shirt para o parlamento e armou o maior escândalo porque o queriam calar, responde a um dos seus convidados que a confirmar-se a censura é uma questão da administração da RDP e não da tutela...

Ele que bradava aos céus para que houvessem consequências políticas, agora rebola de barriga para o ar cada vez que o Relvas lhe dá um biscoito.

Crespo exercia a sua actividade num meio de comunicação social privado, imagine-se se fosse na RTP.

Se continuas a sonhar com o teu lugar em Washington seria melhor deixares de ser o melhor porta-voz do governo Mário, conselho de amigo.Assim ficas por cá que estás a fazer um excelente trabalho.

Também acham que é uma questão da administração da RDP, ou trata-se de uma questão política de contornos demasiado sinistros para quem preza a sua liberdade?

¹ARENDT, Hannah, "As origens do totalitarismo", pg.463, D. Quixote, Lisboa, 4ª Edição, Novembro 2010

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