Devaneios Desintéricos: a moral anti-Morales

22-01-2012
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Tem sido particularmente interessante seguir a celeuma, o drama, a tragédia que significou para muito bom blogue da Direita portuguesa e respectivos postadores de serviço a chegada de Evo Morales aos comandos do Governo de La Paz. A Bolívia é vista por alguns iluminados da praça blogosférica tuga como mais outro bastião populesco, "coitados dos bolivianos a braços com tamanho ditador", "amiguinho de Chávez", "Fidelzito de trazer por casa"...só falta mesmo fazer acrescentar à lista do Eixo do Mal a Bolívia, "pelos vistos" levada pelos que comem criancinhas ao pequeno almoço, associados canhotos do Demo - os comunistas!!! O 'Blasfémias', que já vislumbra, qual prognose dos iluminados, uma revolução que deponha Evo Morales não exitou em considerá-lo populista nacional socialista. Ça veut dire, muito provavelmente, Nazi que vê a Quinta das Celebridades...Adiante. O Insurgente (direita marialva com aspirações a cosmopolita) apressa-se, animado de um católico espírito de cruzada anti-Esquerda, a declarar a existência de um saque revolucionário em marcha. O CMC, no seu 'tugir', congratula-se por nem Madrid apoiar Morales. Mas e isto surpreende alguém ou será que, com uma palavrinha apenas, se acha a resposta? Será ...Repsol??? Ora, demagogias extremistas à parte, a verdade é que os contratos existentes entre o Estado boliviano e as petrolíferas eram uma comédia. Senão, veja-se o exemplo que nos é trazido pela Gazeta Mercantil e pelo El País, que indicam que, de 1000 milhões de euros de activos sugados pela Repsol às riquezas bolivianas, apenas 100 milhões são para benefício do país. O facto intorneável é que este havia sido, além de resultado de referendo vinculativo anterior à presidência de Morales, o programa eleitoral de um presidente que ascendeu democratica e legitimamente ao poder. Foi, portanto, entendimento do povo boliviano que, de uma forma ou de outra, as suas riquezas não estariam a ser justamente exploradas. Exagera a Direita quando insiste em ver em Morales um proto ditador porque atingiu o "sacro santo" direito à propriedade privada. É demasiado cedo, imprudente, demagógico e de uma facilidade intelectual a todos os títulos lamentável. Subordinar a justiça social à imutabilidade de vínculos contratuais com petrolíferas constitui um erro, pelo menos, moral. Mas por essa moral não se queda a moral anti-morales.MSD


Tem sido particularmente interessante seguir a celeuma, o drama, a tragédia que significou para muito bom blogue da Direita portuguesa e respectivos postadores de serviço a chegada de Evo Morales aos comandos do Governo de La Paz. A Bolívia é vista por alguns iluminados da praça blogosférica tuga como mais outro bastião populesco, "coitados dos bolivianos a braços com tamanho ditador", "amiguinho de Chávez", "Fidelzito de trazer por casa"...só falta mesmo fazer acrescentar à lista do Eixo do Mal a Bolívia, "pelos vistos" levada pelos que comem criancinhas ao pequeno almoço, associados canhotos do Demo - os comunistas!!! O 'Blasfémias', que já vislumbra, qual prognose dos iluminados, uma revolução que deponha Evo Morales não exitou em considerá-lo populista nacional socialista. Ça veut dire, muito provavelmente, Nazi que vê a Quinta das Celebridades...Adiante. O Insurgente (direita marialva com aspirações a cosmopolita) apressa-se, animado de um católico espírito de cruzada anti-Esquerda, a declarar a existência de um saque revolucionário em marcha. O CMC, no seu 'tugir', congratula-se por nem Madrid apoiar Morales. Mas e isto surpreende alguém ou será que, com uma palavrinha apenas, se acha a resposta? Será ...Repsol??? Ora, demagogias extremistas à parte, a verdade é que os contratos existentes entre o Estado boliviano e as petrolíferas eram uma comédia. Senão, veja-se o exemplo que nos é trazido pela Gazeta Mercantil e pelo El País, que indicam que, de 1000 milhões de euros de activos sugados pela Repsol às riquezas bolivianas, apenas 100 milhões são para benefício do país. O facto intorneável é que este havia sido, além de resultado de referendo vinculativo anterior à presidência de Morales, o programa eleitoral de um presidente que ascendeu democratica e legitimamente ao poder. Foi, portanto, entendimento do povo boliviano que, de uma forma ou de outra, as suas riquezas não estariam a ser justamente exploradas. Exagera a Direita quando insiste em ver em Morales um proto ditador porque atingiu o "sacro santo" direito à propriedade privada. É demasiado cedo, imprudente, demagógico e de uma facilidade intelectual a todos os títulos lamentável. Subordinar a justiça social à imutabilidade de vínculos contratuais com petrolíferas constitui um erro, pelo menos, moral. Mas por essa moral não se queda a moral anti-morales.MSD

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