É sabido que há falta de médicos no Distrito da Guarda. É sabido que há graves problemas neste sector para se ultrapassarem dificuldades. Houve engenho e arte para se construir o Hospital de Seia, fruto de muita reivindicação das populações, mais por isso do que pela competência de certos dirigentes, e na cidade capital de distrito, começou a construção do Hospital da Guarda! Falando concretamente no caso do concelho de Seia, não tenho pejo nenhum em dizer que a actual administração da ULS, presidida por Fernando Girão, foi altamente prejudicial ao concelho, em matéria de saúde. Disse-o várias vezes ao longo dos últimos anos, disse-o a Girão numa reunião em Seia, onde lhe disse também que além das questões técnicas, há a função política que importa colocar no sector da saúde, para corresponder às expectativas e anseios das populações. Para além de terem passado estes anos a votar quase ao abandono e ao esvaziamento de conteúdo e de comando do Hospital de Seia, eis que surge mais uma machadada à saúde das populações das nossas aldeias. Numa decisão inédita, comunicada de um dia para o outro, encerram 11 extensões de saúde das 19 existentes nas freguesias do concelho. Tudo isto de “supetão”, sem a tal sensibilidade politica, ao arrepio dos autarcas e de forma quase cruel. Um pobre cidadão doente, tantas vezes só e mal amparado, chega agora ao local da sua aldeia onde habitualmente tinha médico e leva com um texto imberbe escarrapachado numa vitrina, a dizer que o serviço está encerrado, e pronto! Que se amanhe a pessoa e as outras, tantas vezes idosas, tantas vezes frágeis! Cruel é o sinónimo que se pode atribuir a uma decisão destas. Fechar um serviço sem dar cavaco. Sem perceber que estas coisas se negoceiam e se preparam para evitar danos colaterais. Claro que há tempos se falou nessa possibilidade, dada a falta de médicos e a necessidade de gestão de recursos. Claro que tem de haver ajustamentos. Mas para tudo isso é preciso concertar primeiro com as juntas, com as IPSS e com o município formas de compensar os utentes no acesso á saúde e não os deixar desamparados nem por um dia. Não é de um dia para o outro que se faz aquilo que demora algum tempo. São exemplos destes que nos levam a dizer que os administradores da saúde no nosso distrito não estão à altura dos lugares que ocupam. São exemplos como estes que ajudam a enterrar ainda mais o distrito da Guarda. Com amigos destes no desenvolvimento do nosso território, quem precisa de inimigos? Sou militante do PS com responsabilidades no concelho de Seia, mas para mim o interesse deste território está acima da questão partidária, por isso, independentemente do peso das palavras, o que afirmo é que esta administração da ULS fez muito mal à saúde no concelho de Seia. Tinham tanto para fazer e não fizeram. Os cuidados de saúde primários nunca estiveram tão mal. O Hospital nunca esteve tão entregue a si próprio. E agora tratam deste assunto, assim, de forma superficial e insensível. Que esforços foram feitos para inverter estas dificuldades? Que diligências? Que conhecimentos utilizaram para trazer mais meios técnicos e humanos qualificados para o concelho? Conformaram-se e desculparam-se com a falta de médicos, mas todos nós sabemos que há médicos subaproveitados nos horários de serviço público e que por estranhas razões não são chamados à responsabilidade. Lamentável! Ainda por cima terão ficado escandalizados com o discurso fortemente reivindicativo feito pelo Presidente da Câmara de Seia frente à então Ministra da Saúde, quando veio a Seia em período de pré-campanha eleitoral. Já nessa altura Filipe Camelo colocou o interesse concelhio acima do partidário, independentemente dos votos, mas não adiantou nada, pelos vistos. Decidiram, sem ter em conta a opinião e a parceria da Câmara.Agora, tem de ser mais uma vez o município, a Assembleia Municipal, as Juntas de Freguesia e as populações a sair a terreiro para ver se se muda o rumo da situação. Pela força reivindicativa na rua e noutros actos da diplomacia de influência. Por estas e por outras é que o Distrito da Guarda se tem afundado ao longo dos anos porque não tem tido dirigentes à altura que saibam aproveitar os lugares que ocupam para desenvolver o território em índices satisfatórios. Depois queixamo-nos que as cidades de média dimensão aqui à volta – Viseu, Covilhã e Castelo Branco crescem a olhos vistos, em detrimento do atraso da Guarda! Assim não!Mário Jorge BranquinhoLíder da bancada do PS na Assembleia Municipal de Seia artigo publicado no Jornal Porta da Estrela, de 15/07/2011
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É sabido que há falta de médicos no Distrito da Guarda. É sabido que há graves problemas neste sector para se ultrapassarem dificuldades. Houve engenho e arte para se construir o Hospital de Seia, fruto de muita reivindicação das populações, mais por isso do que pela competência de certos dirigentes, e na cidade capital de distrito, começou a construção do Hospital da Guarda! Falando concretamente no caso do concelho de Seia, não tenho pejo nenhum em dizer que a actual administração da ULS, presidida por Fernando Girão, foi altamente prejudicial ao concelho, em matéria de saúde. Disse-o várias vezes ao longo dos últimos anos, disse-o a Girão numa reunião em Seia, onde lhe disse também que além das questões técnicas, há a função política que importa colocar no sector da saúde, para corresponder às expectativas e anseios das populações. Para além de terem passado estes anos a votar quase ao abandono e ao esvaziamento de conteúdo e de comando do Hospital de Seia, eis que surge mais uma machadada à saúde das populações das nossas aldeias. Numa decisão inédita, comunicada de um dia para o outro, encerram 11 extensões de saúde das 19 existentes nas freguesias do concelho. Tudo isto de “supetão”, sem a tal sensibilidade politica, ao arrepio dos autarcas e de forma quase cruel. Um pobre cidadão doente, tantas vezes só e mal amparado, chega agora ao local da sua aldeia onde habitualmente tinha médico e leva com um texto imberbe escarrapachado numa vitrina, a dizer que o serviço está encerrado, e pronto! Que se amanhe a pessoa e as outras, tantas vezes idosas, tantas vezes frágeis! Cruel é o sinónimo que se pode atribuir a uma decisão destas. Fechar um serviço sem dar cavaco. Sem perceber que estas coisas se negoceiam e se preparam para evitar danos colaterais. Claro que há tempos se falou nessa possibilidade, dada a falta de médicos e a necessidade de gestão de recursos. Claro que tem de haver ajustamentos. Mas para tudo isso é preciso concertar primeiro com as juntas, com as IPSS e com o município formas de compensar os utentes no acesso á saúde e não os deixar desamparados nem por um dia. Não é de um dia para o outro que se faz aquilo que demora algum tempo. São exemplos destes que nos levam a dizer que os administradores da saúde no nosso distrito não estão à altura dos lugares que ocupam. São exemplos como estes que ajudam a enterrar ainda mais o distrito da Guarda. Com amigos destes no desenvolvimento do nosso território, quem precisa de inimigos? Sou militante do PS com responsabilidades no concelho de Seia, mas para mim o interesse deste território está acima da questão partidária, por isso, independentemente do peso das palavras, o que afirmo é que esta administração da ULS fez muito mal à saúde no concelho de Seia. Tinham tanto para fazer e não fizeram. Os cuidados de saúde primários nunca estiveram tão mal. O Hospital nunca esteve tão entregue a si próprio. E agora tratam deste assunto, assim, de forma superficial e insensível. Que esforços foram feitos para inverter estas dificuldades? Que diligências? Que conhecimentos utilizaram para trazer mais meios técnicos e humanos qualificados para o concelho? Conformaram-se e desculparam-se com a falta de médicos, mas todos nós sabemos que há médicos subaproveitados nos horários de serviço público e que por estranhas razões não são chamados à responsabilidade. Lamentável! Ainda por cima terão ficado escandalizados com o discurso fortemente reivindicativo feito pelo Presidente da Câmara de Seia frente à então Ministra da Saúde, quando veio a Seia em período de pré-campanha eleitoral. Já nessa altura Filipe Camelo colocou o interesse concelhio acima do partidário, independentemente dos votos, mas não adiantou nada, pelos vistos. Decidiram, sem ter em conta a opinião e a parceria da Câmara.Agora, tem de ser mais uma vez o município, a Assembleia Municipal, as Juntas de Freguesia e as populações a sair a terreiro para ver se se muda o rumo da situação. Pela força reivindicativa na rua e noutros actos da diplomacia de influência. Por estas e por outras é que o Distrito da Guarda se tem afundado ao longo dos anos porque não tem tido dirigentes à altura que saibam aproveitar os lugares que ocupam para desenvolver o território em índices satisfatórios. Depois queixamo-nos que as cidades de média dimensão aqui à volta – Viseu, Covilhã e Castelo Branco crescem a olhos vistos, em detrimento do atraso da Guarda! Assim não!Mário Jorge BranquinhoLíder da bancada do PS na Assembleia Municipal de Seia artigo publicado no Jornal Porta da Estrela, de 15/07/2011