Devaneios Desintéricos: electrochoques paralisantes

21-01-2012
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O estado francês adoptou oficialmente, há dias e depois de alguns meses em experiência com a polícia de Lyon, a arma Taser X26 para o seu corpo policial - Polícia civil e Gendarmerie. Esta arma, de produção norte americana, descarrega uma energia eléctrica de 50 mil volts, armazenada em bateria, sobre o suspeito, paralisando-o imediatamente e caindo sem qualquer defesa. Embora já tendo vindo a ser utilizada por alguns estados norte americanos, a sua entrada para um corpo policial europeu tem suscitado viva polémica Europa fora, particularmente, como é natural, em França. Sucede que, embora o seu fabricante a considere não letal, diversas ONGs têm trazido a público as mortes resultantes da sua utilização: no Canadá e nos EUA, o número ascnede já a cerca de 200 mortos nos últimos 5 anos. A Amnistia Internacional tem denunciado, por diversas vezes, o carácter efectivamente letal da arma assim como o secretismo dos estudos de experiência levados a cabo por alguns estados adquirentes e jamais tornados públicos: para além de França, a Suécia, Eslovénia, Alemanha e a Polónia (olha quem...).A entrada em funcionamento de semelhante arma, que depressa se alargará a toda a Europa, não deverá ser feita de modo leviano e desinteressado. Trata-se, sem sombra de dúvidas, de uma questão de elevada importância porquanto intimamente ligada à definição dos poderes de coercibilidade do Estado. Basta, para tanto, lembrarmo-nos daquilo que são, segundo diversos observadores internacionais, as práticas instaladas nos órgãos policiais portugueses de desrespeito flagrante pelos mais basilares Direitos Humanos. Aqui chegados, é preciso que se frise que semelhante arma, porque "apenas" uma pistola de electrochoques paralisantes, deixa menos vestígios do que qualquer um dos meios convencionais de coercibilidade actualmente utilizados pelas nossas forças policiais. Ao inflingir sofrimentos agudos de forma "anónima" e não sindicável, não será alarmista pensar que a sua utilização poderá rapidamente ser afecta à intimidação e extorsão de confissão a qualquer cidadão.A questão torna-se ainda mais premente quando nos assola a certeza que, em países como o nosso, a maturação da Democracia e o império dos Direitos Humanos estão longe de serem um dado adquirido nas forças policiais.

Segue-se vídeo de testes, num porco, da referida arma realizados pela Força Aérea Americana, obtido através da ONG francesa RAIDH - Réseau d’Alerte et d’Intervention pour les Droits de l'Homme.


O estado francês adoptou oficialmente, há dias e depois de alguns meses em experiência com a polícia de Lyon, a arma Taser X26 para o seu corpo policial - Polícia civil e Gendarmerie. Esta arma, de produção norte americana, descarrega uma energia eléctrica de 50 mil volts, armazenada em bateria, sobre o suspeito, paralisando-o imediatamente e caindo sem qualquer defesa. Embora já tendo vindo a ser utilizada por alguns estados norte americanos, a sua entrada para um corpo policial europeu tem suscitado viva polémica Europa fora, particularmente, como é natural, em França. Sucede que, embora o seu fabricante a considere não letal, diversas ONGs têm trazido a público as mortes resultantes da sua utilização: no Canadá e nos EUA, o número ascnede já a cerca de 200 mortos nos últimos 5 anos. A Amnistia Internacional tem denunciado, por diversas vezes, o carácter efectivamente letal da arma assim como o secretismo dos estudos de experiência levados a cabo por alguns estados adquirentes e jamais tornados públicos: para além de França, a Suécia, Eslovénia, Alemanha e a Polónia (olha quem...).A entrada em funcionamento de semelhante arma, que depressa se alargará a toda a Europa, não deverá ser feita de modo leviano e desinteressado. Trata-se, sem sombra de dúvidas, de uma questão de elevada importância porquanto intimamente ligada à definição dos poderes de coercibilidade do Estado. Basta, para tanto, lembrarmo-nos daquilo que são, segundo diversos observadores internacionais, as práticas instaladas nos órgãos policiais portugueses de desrespeito flagrante pelos mais basilares Direitos Humanos. Aqui chegados, é preciso que se frise que semelhante arma, porque "apenas" uma pistola de electrochoques paralisantes, deixa menos vestígios do que qualquer um dos meios convencionais de coercibilidade actualmente utilizados pelas nossas forças policiais. Ao inflingir sofrimentos agudos de forma "anónima" e não sindicável, não será alarmista pensar que a sua utilização poderá rapidamente ser afecta à intimidação e extorsão de confissão a qualquer cidadão.A questão torna-se ainda mais premente quando nos assola a certeza que, em países como o nosso, a maturação da Democracia e o império dos Direitos Humanos estão longe de serem um dado adquirido nas forças policiais.

Segue-se vídeo de testes, num porco, da referida arma realizados pela Força Aérea Americana, obtido através da ONG francesa RAIDH - Réseau d’Alerte et d’Intervention pour les Droits de l'Homme.

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