Devaneios Desintéricos: Cessar fogo e factor psicológico na Guerra do Líbano: Tugir vs Devaneios Desintéricos #2

21-01-2012
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Na sequência deste post do blog Tugir a mim dirigido, assinado por Carlos Manuel Castro, da minha resposta e da contra argumentação do caro CMC, cumpre nova resposta, nos termos seguintes:Lamento mas, uma vez mais, não posso deixar de divergir das opiniões do caríssimo CMC quando refere que, em termos globais, a postura do executivo de Tel Aviv não foi, de todo, ostensiva. Existem vectores que podem ditar, e certamente ditarão, o desenrolar dos acontecimentos. Se por um lado - como já previamente defendi - não me parece verosímil considerar que o poderio militar do Hezbollah fosse desconhecido, entendo, por outro lado, que o Executivo de Tel Aviv, quiçá apoiado nos indicadores internos de popularidade e no apoio inconsequente de washington, ter-se-á precipitado ao manifestamente ignorar os anticorpos que a sua "arrogância" suscita nas opiniões públicas mundiais. Dir-me-á V. Exa, porventura com alguma razão, que a função do Governo de Tel Aviv é proteger os seus cidadãos independentemente do entendimento que os outros (nós, por exemplo) façamos do, nas suas palavras, "quadro global". Tal posição, lida em muitos blogues pró Israel e porventura algo simplista, mais não é do que um idealismo pouco abonatório para quem, como V. exa, invoque a necessidade de pugnar por uma racionalidade dita Realpolitik. Tal lógica de invocação apela sempre à consideração de factores consequentes dos actos que um decisor político propugne ou adopte. E no caso presente, o poder de Tel Aviv devia ter representado as consequências sociais e, até geopolíticos, no seu xadrez de interesses. Por outras palavras, V. Exa saberá tão bem efectuar o devido balanço entre os prós e os contras desta operação. Desde logo, como raciocínio prévio e assente que está a "aldrabice" que foi o episódio dos dois soldados raptados, resta saber qual o propósito do Estado Israelita. Numa primeira análise, o caíssimo CMC dir-me-á a atenuação do poderio, senão mesmo, a neutralização da ameaça que constitui o Hezbollah. Mas será o objectivo cumprido? Conseguirá Israel atingir os objectivos propostos? E no reverso da medalha, quais serão as consequências geopolíticas? Quantos rastilhos mais terão sido acendidos em consequência desta imprudência de algumas chancelarias?E, na linha daquilo que o próprio CMC parece defender, quem está a sair vitorioso é Teerão.Cômputo final: valeu a pena o massacre de Cannaa?


Na sequência deste post do blog Tugir a mim dirigido, assinado por Carlos Manuel Castro, da minha resposta e da contra argumentação do caro CMC, cumpre nova resposta, nos termos seguintes:Lamento mas, uma vez mais, não posso deixar de divergir das opiniões do caríssimo CMC quando refere que, em termos globais, a postura do executivo de Tel Aviv não foi, de todo, ostensiva. Existem vectores que podem ditar, e certamente ditarão, o desenrolar dos acontecimentos. Se por um lado - como já previamente defendi - não me parece verosímil considerar que o poderio militar do Hezbollah fosse desconhecido, entendo, por outro lado, que o Executivo de Tel Aviv, quiçá apoiado nos indicadores internos de popularidade e no apoio inconsequente de washington, ter-se-á precipitado ao manifestamente ignorar os anticorpos que a sua "arrogância" suscita nas opiniões públicas mundiais. Dir-me-á V. Exa, porventura com alguma razão, que a função do Governo de Tel Aviv é proteger os seus cidadãos independentemente do entendimento que os outros (nós, por exemplo) façamos do, nas suas palavras, "quadro global". Tal posição, lida em muitos blogues pró Israel e porventura algo simplista, mais não é do que um idealismo pouco abonatório para quem, como V. exa, invoque a necessidade de pugnar por uma racionalidade dita Realpolitik. Tal lógica de invocação apela sempre à consideração de factores consequentes dos actos que um decisor político propugne ou adopte. E no caso presente, o poder de Tel Aviv devia ter representado as consequências sociais e, até geopolíticos, no seu xadrez de interesses. Por outras palavras, V. Exa saberá tão bem efectuar o devido balanço entre os prós e os contras desta operação. Desde logo, como raciocínio prévio e assente que está a "aldrabice" que foi o episódio dos dois soldados raptados, resta saber qual o propósito do Estado Israelita. Numa primeira análise, o caíssimo CMC dir-me-á a atenuação do poderio, senão mesmo, a neutralização da ameaça que constitui o Hezbollah. Mas será o objectivo cumprido? Conseguirá Israel atingir os objectivos propostos? E no reverso da medalha, quais serão as consequências geopolíticas? Quantos rastilhos mais terão sido acendidos em consequência desta imprudência de algumas chancelarias?E, na linha daquilo que o próprio CMC parece defender, quem está a sair vitorioso é Teerão.Cômputo final: valeu a pena o massacre de Cannaa?

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