Devaneios Desintéricos: homofóbico sofre...

21-01-2012
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A Associação ILGA apresentou uma petição à Assembleia da República. Como qualquer grupo de cidadãos na plenitude dos seus direitos políticos, fê-lo apelando às prerrogativas legais e constitucionais existentes. O objectivo era, tão simplesmente, obter a adesão do Estado Português ao Dia Mundial contra a Homofobia. Sucede que, nos critérios da rotação parlamentar, foi a petição entregue ao deputado Nuno da Câmara Pereira, que se pronunciou pelo seu arquivamento, numa curiosa argumentação:«A instituição de um dia de luta contra a homofobia, entendida, de um modo genérico, como o medo irracional ou preconceito em relação à homossexualidade, seria, de alguma forma, atentar contra a liberdade de opinião. Ao instituir-se um dia mundial de luta contra a homofobia estar-se-ia, no fundo, a instituir um dia contra todos aqueles que pensam a sexualidade de modo distinto e, consequentemente, a colocá-los numa situação de discriminação.»Pois.Imaginemos, por hipótese, que a petição seria pela adesão do Estado Português ao Dia Mundial contra o Racismo. A provável resposta do douto deputado seria, seguramente, esta:«A instituição de um dia de luta contra o Racismo, entendido, de um modo genérico, como o medo irracional ou preconceito em relação as outras raças, seria, de alguma forma, atentar contra a liberdade de opinião. Ao instituir-se um dia mundial de luta contra o Racismo estar-se-ia, no fundo, a instituir um dia contra todos aqueles que pensam a Raça de modo distinto e, consequentemente, a colocá-los numa situação de discriminação.»Não consagrar um Dia contra a Homofobia para não ostracizar os homofóbicos é o mesmo que não consagrar um Dia contra o Racismo para não aborrecer os rapazotes do PNR. Fundamentações assim envergonham o deputado que as invocou e a Assembleia da República que as aceitou. E, por acréscimo, um país inteiro.PS: via arrastão, renas e veados e zero de conduta.


A Associação ILGA apresentou uma petição à Assembleia da República. Como qualquer grupo de cidadãos na plenitude dos seus direitos políticos, fê-lo apelando às prerrogativas legais e constitucionais existentes. O objectivo era, tão simplesmente, obter a adesão do Estado Português ao Dia Mundial contra a Homofobia. Sucede que, nos critérios da rotação parlamentar, foi a petição entregue ao deputado Nuno da Câmara Pereira, que se pronunciou pelo seu arquivamento, numa curiosa argumentação:«A instituição de um dia de luta contra a homofobia, entendida, de um modo genérico, como o medo irracional ou preconceito em relação à homossexualidade, seria, de alguma forma, atentar contra a liberdade de opinião. Ao instituir-se um dia mundial de luta contra a homofobia estar-se-ia, no fundo, a instituir um dia contra todos aqueles que pensam a sexualidade de modo distinto e, consequentemente, a colocá-los numa situação de discriminação.»Pois.Imaginemos, por hipótese, que a petição seria pela adesão do Estado Português ao Dia Mundial contra o Racismo. A provável resposta do douto deputado seria, seguramente, esta:«A instituição de um dia de luta contra o Racismo, entendido, de um modo genérico, como o medo irracional ou preconceito em relação as outras raças, seria, de alguma forma, atentar contra a liberdade de opinião. Ao instituir-se um dia mundial de luta contra o Racismo estar-se-ia, no fundo, a instituir um dia contra todos aqueles que pensam a Raça de modo distinto e, consequentemente, a colocá-los numa situação de discriminação.»Não consagrar um Dia contra a Homofobia para não ostracizar os homofóbicos é o mesmo que não consagrar um Dia contra o Racismo para não aborrecer os rapazotes do PNR. Fundamentações assim envergonham o deputado que as invocou e a Assembleia da República que as aceitou. E, por acréscimo, um país inteiro.PS: via arrastão, renas e veados e zero de conduta.

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