Devaneios Desintéricos: O problema não é a orientação. É a prática.

21-01-2012
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Quem é gajo e já deu sangue para um organismo público de saúde lembra-se, certamente, de ter sido inquirido acerca das relações homossexuais eventualmente mantidas. Isto porque existia um regulamento do Instituto Português de Sangue que objectivamente vedava, sem qualquer fundamento científico (e portanto ferido de nulidade porque inconstitucional face à proibição do art. 13º CRP), a doação de sangue por parte de homossexuais masculinos. Foi a hipocrisia reinante durante anos que ditou que, por um lado se apelasse "à bondade da dádiva" e, por outro, se cortasse tal possibilidade aos homossexuais masculinos. O presidente do IPS, Almeida Gonçalves, foi várias vezes inquirido acerca de tal exclusão. Segundo o DN, as suas justificações variaram entre a obediência a critérios internacionais (americanos por sinal) e explicações baseadas, por exemplo, numa alegada "tendência" dos homossexuais masculinos "para uma maior infidelidades nas relações". Mas o disparate não se resume a isto. Em Outubro passado, em resposta a um requerimento de uma deputada d'Os Verdes ao ministro da Saúde sobre o fundamento da discriminação, o IPS declarou não ser a orientação sexual o problema nuclear mas sim a prática. Enfim...Certo é que depois destas ignobilidades, parece que alguém neste governo se sentiu incomodado e deu ordens para a alteração do dito regulamento. Triste país o nosso que, em pleno 2006, ainda discute presunções abjectas de promiscuidade dos seus cidadãos.MSD


Quem é gajo e já deu sangue para um organismo público de saúde lembra-se, certamente, de ter sido inquirido acerca das relações homossexuais eventualmente mantidas. Isto porque existia um regulamento do Instituto Português de Sangue que objectivamente vedava, sem qualquer fundamento científico (e portanto ferido de nulidade porque inconstitucional face à proibição do art. 13º CRP), a doação de sangue por parte de homossexuais masculinos. Foi a hipocrisia reinante durante anos que ditou que, por um lado se apelasse "à bondade da dádiva" e, por outro, se cortasse tal possibilidade aos homossexuais masculinos. O presidente do IPS, Almeida Gonçalves, foi várias vezes inquirido acerca de tal exclusão. Segundo o DN, as suas justificações variaram entre a obediência a critérios internacionais (americanos por sinal) e explicações baseadas, por exemplo, numa alegada "tendência" dos homossexuais masculinos "para uma maior infidelidades nas relações". Mas o disparate não se resume a isto. Em Outubro passado, em resposta a um requerimento de uma deputada d'Os Verdes ao ministro da Saúde sobre o fundamento da discriminação, o IPS declarou não ser a orientação sexual o problema nuclear mas sim a prática. Enfim...Certo é que depois destas ignobilidades, parece que alguém neste governo se sentiu incomodado e deu ordens para a alteração do dito regulamento. Triste país o nosso que, em pleno 2006, ainda discute presunções abjectas de promiscuidade dos seus cidadãos.MSD

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