Devaneios Desintéricos: Boris Tadic

26-01-2012
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A União Europeia congratula-se com a vitória de Boris Tadic. Mesmo se a dita apenas se vislumbrou à segunda volta, com uns escassos 2% de avanço sobre o ultranacionalismo mais abjecto. A procissão segue, pois, animada pelo ligeiro levantar da tampa da panela de pressão que é a Sérvia. Com esta tímida vitória de Tadic, originário de um partido que, embora e linhagem sócio-liberal, apresenta uma notória incapacidade em lidar com o nacionalismo impregnado na sociedade sérvia, dificilmente se conseguirá fazer uma transição pacífica para a independência do Kosovo. Ao contrário do que muita imprensa quer fazer parecer, a vitória de Tadic não equivale por si só à independência do berço sérvio nem à aclamada "autoestrada" de aproximação entre Bruxelas e Belgrado. Desengane-se quem deposita o seu credo em soluções fáceis: o agora derrotado ultranacionalista Tomislav Nikolic já foi apoiado pela Direita dita moderada quando isso foi necessário para afrontar Tadic e quase fazer aprovar um estado de emergência no país que se adivinhava ditatorial e de triunfo da Extrema-Direita nacionalista. Para que isso volte a acontecer não é preciso assim tanto: basta a independência do Kosovo, concomitante agitação do sector nacionalista e, certamente, uns cordelinhos puxados desde Moscovo...


A União Europeia congratula-se com a vitória de Boris Tadic. Mesmo se a dita apenas se vislumbrou à segunda volta, com uns escassos 2% de avanço sobre o ultranacionalismo mais abjecto. A procissão segue, pois, animada pelo ligeiro levantar da tampa da panela de pressão que é a Sérvia. Com esta tímida vitória de Tadic, originário de um partido que, embora e linhagem sócio-liberal, apresenta uma notória incapacidade em lidar com o nacionalismo impregnado na sociedade sérvia, dificilmente se conseguirá fazer uma transição pacífica para a independência do Kosovo. Ao contrário do que muita imprensa quer fazer parecer, a vitória de Tadic não equivale por si só à independência do berço sérvio nem à aclamada "autoestrada" de aproximação entre Bruxelas e Belgrado. Desengane-se quem deposita o seu credo em soluções fáceis: o agora derrotado ultranacionalista Tomislav Nikolic já foi apoiado pela Direita dita moderada quando isso foi necessário para afrontar Tadic e quase fazer aprovar um estado de emergência no país que se adivinhava ditatorial e de triunfo da Extrema-Direita nacionalista. Para que isso volte a acontecer não é preciso assim tanto: basta a independência do Kosovo, concomitante agitação do sector nacionalista e, certamente, uns cordelinhos puxados desde Moscovo...

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