Faleceu ontem a escritora luso-germânica Ilse Lieblich Losa. Não fora um ou outro rodapé de um ou outro telejornal, acompanhado de parcas linhas em jornais e blogs, e dificilmente alguém teria sequer notado no seu falecimento. Mas, para quem não saiba, quem foi Ilse Losa? De origem judaica, Ilse Lieblich nasceu a 20 de Março de 1913, em Bauer, nas imediações da cidade alemã de Hanover. Tendo sido educada pelos avós paternos, frequentou o liceu em Osnabrük e o Instituto Comercial em Hanover, uma espécie de Escola Superior Técnica de Comércio. Em 1931, e na sequência da subida ao poder de Adolf Hitler, começa a ser perseguida pela Polícia Política do Regime Nazi - a Gestapo. Como tantos outros, teve que abandonar a sua terra natal refugiando-se em Portugal, mais concretamente, no Porto onde, ao casar como arquitecto Losa, adquire a nacionalidade portuguesa. E, tendo desde então residido em Portugal, Ilse dedicou-se à escrita de contos, crónicas e reportagens trabalhando com títulos tão importantes como o Jornal de Notícias, o Comércio do Porto, o Diário de Notícias ou a revista alemã Neue Deutsche Literatur. Na sua escrita, como não poderia deixar de ser, destaca-se uma forte preponderância do factor histórico tendo sido variados os exemplos de abordagem da temática Nazi. A título exemplificativo refira-se O Mundo em que vivi, de 1949. Mais, Losa realizou um assinalável esforço de tradução para português de obras germânicas e, muito mais, traduziu para alemão variadíssimas obras portuguesas que, assim, foram dadas a conhecer ao mundo da germanofonia. Por ter contribuído de um modo assaz importante para o combate à marginalização da cultura lusófona, seria de bom tom ter assistido a um reconhecimento do seu labor de um modo mais vincado. E assim desaparecem os últimos símbolos de uma geração dourada...
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Faleceu ontem a escritora luso-germânica Ilse Lieblich Losa. Não fora um ou outro rodapé de um ou outro telejornal, acompanhado de parcas linhas em jornais e blogs, e dificilmente alguém teria sequer notado no seu falecimento. Mas, para quem não saiba, quem foi Ilse Losa? De origem judaica, Ilse Lieblich nasceu a 20 de Março de 1913, em Bauer, nas imediações da cidade alemã de Hanover. Tendo sido educada pelos avós paternos, frequentou o liceu em Osnabrük e o Instituto Comercial em Hanover, uma espécie de Escola Superior Técnica de Comércio. Em 1931, e na sequência da subida ao poder de Adolf Hitler, começa a ser perseguida pela Polícia Política do Regime Nazi - a Gestapo. Como tantos outros, teve que abandonar a sua terra natal refugiando-se em Portugal, mais concretamente, no Porto onde, ao casar como arquitecto Losa, adquire a nacionalidade portuguesa. E, tendo desde então residido em Portugal, Ilse dedicou-se à escrita de contos, crónicas e reportagens trabalhando com títulos tão importantes como o Jornal de Notícias, o Comércio do Porto, o Diário de Notícias ou a revista alemã Neue Deutsche Literatur. Na sua escrita, como não poderia deixar de ser, destaca-se uma forte preponderância do factor histórico tendo sido variados os exemplos de abordagem da temática Nazi. A título exemplificativo refira-se O Mundo em que vivi, de 1949. Mais, Losa realizou um assinalável esforço de tradução para português de obras germânicas e, muito mais, traduziu para alemão variadíssimas obras portuguesas que, assim, foram dadas a conhecer ao mundo da germanofonia. Por ter contribuído de um modo assaz importante para o combate à marginalização da cultura lusófona, seria de bom tom ter assistido a um reconhecimento do seu labor de um modo mais vincado. E assim desaparecem os últimos símbolos de uma geração dourada...