Devaneios Desintéricos: Pão e Circo

20-01-2012
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O Partido Socialista anunciou a sua intenção de chumbar três propostas que visam a proibição de animais selvagens no circo. Parece que o entendimento da bancada parlamentar do PS é que é preciso “privilegiar a pedagogia às medidas repressivas”. Pessoalmente, nunca gostei de Circo. E de circos. Em criança dificilmente compreendia a alegria dos palhaços que a escola Primária amiúde me impunha e os feitos dos animais dificilmente me enchiam os olhos. Antes pelo contrário, e talvez por educação, lembro-me de já ter uma razoável consciência do sofrimento que deveria ser imposto aos ditos.Isto porque, na verdade, as actuações de animais em circos não só apresentam uma visão distorcida da vida selvagem e de como aqueles animais são, como, por outro lado, implicam para os mesmos uma vida de encarceramento em condições não raras vezes miseráveis, submetidos que são, também não raras vezes, a treinos de grande violência pelo puro e singelo prazer de os obrigar a actuações que lhes são, naturalmente, estranhas. Ora, neste ponto, sempre me quis parecer que o entretenimento era, pelo menos paras as crianças, muito pouco pedagógico...E, aqui chegados, admito que se possa ter opinião diversa. E que, nesse sentido, o PS não concorde com o dois projectos de lei, do PCP e PEV, e uma recomendação ao governo do BE pendentes na Assembleia da República.Contudo, dificilmente compreendo, ou melhor, aceito os dizeres da Sra. deputada Eugénia Alho:« afirmou-se “francamente perplexa” com as propostas da oposição – “Nesta altura de crise os partidos proponentes dão prioridade aos animais selvagens em vez de a darem aos trabalhadores [dos circos]»Este tipo de malabarismo intelectual tem sido regularmente empregue pelo aparelho socialista o que, convenhamos, é lamentável porquanto encerra uma desastrosa noção de Democracia por parte dos seus membros. Estas chicotadas de arrogância por alguns temas, aqui e ali temperados pela demagógica linguagem da crise que a todos parece aproveitar, são, saibamos reconhecer, palhaçadas proto-totalitárias de quem não convive bem que opiniões diversas.Acaso o país parará porque em crise? É que dizer-se que um determinado problema é irrelevante em face da crise que todos deve unir é uma cambalhota fácil e um argumento básico, sempre pronto e de utilização apelativa. Mas pequenino, populista e pouco digno para cidadãos que exijam mais dos seus políticos do que Pão e Circo.


O Partido Socialista anunciou a sua intenção de chumbar três propostas que visam a proibição de animais selvagens no circo. Parece que o entendimento da bancada parlamentar do PS é que é preciso “privilegiar a pedagogia às medidas repressivas”. Pessoalmente, nunca gostei de Circo. E de circos. Em criança dificilmente compreendia a alegria dos palhaços que a escola Primária amiúde me impunha e os feitos dos animais dificilmente me enchiam os olhos. Antes pelo contrário, e talvez por educação, lembro-me de já ter uma razoável consciência do sofrimento que deveria ser imposto aos ditos.Isto porque, na verdade, as actuações de animais em circos não só apresentam uma visão distorcida da vida selvagem e de como aqueles animais são, como, por outro lado, implicam para os mesmos uma vida de encarceramento em condições não raras vezes miseráveis, submetidos que são, também não raras vezes, a treinos de grande violência pelo puro e singelo prazer de os obrigar a actuações que lhes são, naturalmente, estranhas. Ora, neste ponto, sempre me quis parecer que o entretenimento era, pelo menos paras as crianças, muito pouco pedagógico...E, aqui chegados, admito que se possa ter opinião diversa. E que, nesse sentido, o PS não concorde com o dois projectos de lei, do PCP e PEV, e uma recomendação ao governo do BE pendentes na Assembleia da República.Contudo, dificilmente compreendo, ou melhor, aceito os dizeres da Sra. deputada Eugénia Alho:« afirmou-se “francamente perplexa” com as propostas da oposição – “Nesta altura de crise os partidos proponentes dão prioridade aos animais selvagens em vez de a darem aos trabalhadores [dos circos]»Este tipo de malabarismo intelectual tem sido regularmente empregue pelo aparelho socialista o que, convenhamos, é lamentável porquanto encerra uma desastrosa noção de Democracia por parte dos seus membros. Estas chicotadas de arrogância por alguns temas, aqui e ali temperados pela demagógica linguagem da crise que a todos parece aproveitar, são, saibamos reconhecer, palhaçadas proto-totalitárias de quem não convive bem que opiniões diversas.Acaso o país parará porque em crise? É que dizer-se que um determinado problema é irrelevante em face da crise que todos deve unir é uma cambalhota fácil e um argumento básico, sempre pronto e de utilização apelativa. Mas pequenino, populista e pouco digno para cidadãos que exijam mais dos seus políticos do que Pão e Circo.

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