Devaneios Desintéricos: talhão número seis, cova número sessenta e quatro...(um ano depois)

22-01-2012
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Onde estás?

Passo o Pórtico Verde e procuro por ti…Onde estás?

Houve um sorriso com que uma vez me encaraste que, tudo me dizendo e trespassando-me com cruel frivolidade, me embalou no teu regaço…
Queres ir hoje ao cinema? Vamos ver aquele filme..Vem daí!

Passo o pórtico Verde, viro á direita…tantas flores….Onde estás?

Prometeste caminhar ao meu lado. Para sempre… Fotos nunca existiram porque éramos eternos. Tu, eu, nós, o mundo…Tuas palavras seriam terna e eternamente abençoadas por Cronos, porquanto nem ante o Tempo soçobraríamos. E companheiros seríamos em velhos.
Queres ir hoje à Praia? Anda!! Vamos à barrinha!

Passo o pórtico verde, viro á direita, tantas flores!, viro à esquerda…uma senhora idosa, de preto, olha para mim…Onde estás?

E passeámos em matos verdes de Vida sem que a Morte nos tangesse porque éramos jovens e eu, que em ti vivia, confiava que em mim nunca morrerias. E o vento que gentilmente nossas almas amainava, não nos trazia novas da Eternidade. Lá longe jaziam, calmas, as nossas esperanças.
‘Bora jantar fora! Hoje! Ao Gargalo, claro!! Aquela pizza…

Passo o pórtico verde, viro à direita, tantas flores!, viro à esquerda…uma senhora idosa, de preto, olha para mim…caminho…tanto mármore! Ele, crucificado, está em todo o lado olhando para mim com evidente rosto de soror…mas onde estás?

Apartados nunca estivemos até que teu coração, apertando o meu, apertou-se em ti. E fugiste-me por entre os dedos como a areia daquela Praia…onde a luz tépida de Outono, pronunciando o ocaso, nos concedia a extrema-unção.
Anda…vamos passear? Que tens? Tens medo? Do quê?

Passo o pórtico verde, viro à direita, tantas flores!, viro à esquerda…uma senhora idosa, de preto, olha para mim…caminho…tanto mármore! Ele, crucificado, está em todo o lado olhando para mim com evidente rosto de soror. Tanto branco, tanta pedra…

Encontrei-te!! Ah ...estavas aqui!!! Talhão número 6, Cova número 64…____________________________________________PS: republicação no Devaneios Desintéricos e publicação simultânea no blog Pim Pu Neta


Onde estás?

Passo o Pórtico Verde e procuro por ti…Onde estás?

Houve um sorriso com que uma vez me encaraste que, tudo me dizendo e trespassando-me com cruel frivolidade, me embalou no teu regaço…
Queres ir hoje ao cinema? Vamos ver aquele filme..Vem daí!

Passo o pórtico Verde, viro á direita…tantas flores….Onde estás?

Prometeste caminhar ao meu lado. Para sempre… Fotos nunca existiram porque éramos eternos. Tu, eu, nós, o mundo…Tuas palavras seriam terna e eternamente abençoadas por Cronos, porquanto nem ante o Tempo soçobraríamos. E companheiros seríamos em velhos.
Queres ir hoje à Praia? Anda!! Vamos à barrinha!

Passo o pórtico verde, viro á direita, tantas flores!, viro à esquerda…uma senhora idosa, de preto, olha para mim…Onde estás?

E passeámos em matos verdes de Vida sem que a Morte nos tangesse porque éramos jovens e eu, que em ti vivia, confiava que em mim nunca morrerias. E o vento que gentilmente nossas almas amainava, não nos trazia novas da Eternidade. Lá longe jaziam, calmas, as nossas esperanças.
‘Bora jantar fora! Hoje! Ao Gargalo, claro!! Aquela pizza…

Passo o pórtico verde, viro à direita, tantas flores!, viro à esquerda…uma senhora idosa, de preto, olha para mim…caminho…tanto mármore! Ele, crucificado, está em todo o lado olhando para mim com evidente rosto de soror…mas onde estás?

Apartados nunca estivemos até que teu coração, apertando o meu, apertou-se em ti. E fugiste-me por entre os dedos como a areia daquela Praia…onde a luz tépida de Outono, pronunciando o ocaso, nos concedia a extrema-unção.
Anda…vamos passear? Que tens? Tens medo? Do quê?

Passo o pórtico verde, viro à direita, tantas flores!, viro à esquerda…uma senhora idosa, de preto, olha para mim…caminho…tanto mármore! Ele, crucificado, está em todo o lado olhando para mim com evidente rosto de soror. Tanto branco, tanta pedra…

Encontrei-te!! Ah ...estavas aqui!!! Talhão número 6, Cova número 64…____________________________________________PS: republicação no Devaneios Desintéricos e publicação simultânea no blog Pim Pu Neta

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