De Rerum Natura: Ainda o deputado Carlos Peixoto e um comentário ao meu post "Os filhos da praga cinzenta"

08-11-2013
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“Outrora, a velhice
era uma dignidade; hoje, ela é um peso” (François Chateaubriand, 1768-1848).

Foi com indisfarçável
emoção que me deparei com o comentário de um estimado aluno dos idos de 60,
ínsito no meu “post”, “Os filhos da praga
cinzenta”, aqui publicado em 15/04/2013 (cf., comentário com o nikname Jack,  do dia 22 do corrente, pelas 02:16).

Numa altura em que o
português sofre de tratos de polé até de indivíduos carregados de diplomas
universitários (bem nos basta o Relvas com a canga pesada de um diploma de
licenciatura de pechisbeque), é sempre grato ler uma prosa  bem redigida que faz jus a uma escola de
exigência  onde este meu antigo aluno se  diplomou  e em que, não me canso de o repetir, iniciei a
minha saudosa docência em terras do Índico: a Escola Industrial  Mouzinho de
Albuquerque de Lourenço Marques.

Mas regressemos à
essência de um assunto que tem feito correr rios de tinta. Ou seja,  à triste e desastrada tirada de um jovem trintão deputado do PSD, de seu nome Carlos Peixoto, tomando-a com aquilo que julgou ser um  momento
de glória seu e dos seus dotes oratórios. .E aqui não posso deixar
de me interrogar: será que a exemplo da imortalizada personagem de Oscar Wilde,
fez ele um pacto com o demónio para que o mantivesse  livre de cabelos brancos por si denominados
como “peste grisalha”? Se assim foi, para esconder a vergonha futura (a
juventude não é eterna!) de cãs suas encanecidas bastar-lhe-á usar  o  “Restaurador Olex”, dos reclames radiofónicos da minha
juventude e, ao que julgo, de seu pai. Hoje, com a passagem inexorável do tempo,  sou representante  de uma grande franja do eleitorado português caído no  esquecimento de quem se senta em São Bento não pode deixar de saber  porque, como nos ensina a sabedoria popular,  não é com
vinagre que se apanham moscas. E, muito menos, votos que, porventura, o possam reconduzir
a nova legislatura. Ou seja, deixou, assim,  de ser uma questão de desrespeito pela velhice
para passar a ser uma questão de falta de inteligência eleitoral

.

Na minha modesta condição de simples cidadão, atingido pelas medidas punitivas do actual Governo do PSD contra os reformados, apresso-me a recordar-lhe  uma homenagem  que não posso deixar de citar. Mais
concretamente, reporto-me  à comovente letra
da canção do brasileiro Roberto Carlos, intitulada “Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo”, dedicada a seu pai e  tornada hino de homenagem aos pais de todo o
mundo, sejam eles ou não progenitores de homens do mundo da política:

 

“Esses seus cabelos brancos, bonitos,
esse olhar cansado, profundo.

Me dizendo coisas, num grito, me
ensinando tanto do mundo...

E esses passos lentos, de agora,
caminhando sempre comigo,

Já correram tanto na vida,

Meu querido, meu velho, meu amigo

Sua vida cheia de histórias e essas
rugas marcadas pelo tempo,

Lembranças de antigas vitórias ou
lágrimas choradas, ao vento...

Sua voz macia me acalma e me diz muito
mais do que eu digo

Me calando fundo na alma

Meu querido, meu velho, meu amigo

Seu passado vive presente nas
experiências

Contidas nesse coração, consciente da
beleza das coisas da vida.

Seu sorriso franco me anima, seu
conselho certo me ensina,

Beijo suas mãos e lhe digo

Meu querido, meu velho, meu amigo

Eu já lhe falei de tudo,

Mas tudo isso é pouco

Diante do que sinto...

Olhando seus cabelos, tão bonitos,

Beijo suas mãos e digo

Meu querido, meu velho, meu amigo”.

“Outrora, a velhice
era uma dignidade; hoje, ela é um peso” (François Chateaubriand, 1768-1848).

Foi com indisfarçável
emoção que me deparei com o comentário de um estimado aluno dos idos de 60,
ínsito no meu “post”, “Os filhos da praga
cinzenta”, aqui publicado em 15/04/2013 (cf., comentário com o nikname Jack,  do dia 22 do corrente, pelas 02:16).

Numa altura em que o
português sofre de tratos de polé até de indivíduos carregados de diplomas
universitários (bem nos basta o Relvas com a canga pesada de um diploma de
licenciatura de pechisbeque), é sempre grato ler uma prosa  bem redigida que faz jus a uma escola de
exigência  onde este meu antigo aluno se  diplomou  e em que, não me canso de o repetir, iniciei a
minha saudosa docência em terras do Índico: a Escola Industrial  Mouzinho de
Albuquerque de Lourenço Marques.

Mas regressemos à
essência de um assunto que tem feito correr rios de tinta. Ou seja,  à triste e desastrada tirada de um jovem trintão deputado do PSD, de seu nome Carlos Peixoto, tomando-a com aquilo que julgou ser um  momento
de glória seu e dos seus dotes oratórios. .E aqui não posso deixar
de me interrogar: será que a exemplo da imortalizada personagem de Oscar Wilde,
fez ele um pacto com o demónio para que o mantivesse  livre de cabelos brancos por si denominados
como “peste grisalha”? Se assim foi, para esconder a vergonha futura (a
juventude não é eterna!) de cãs suas encanecidas bastar-lhe-á usar  o  “Restaurador Olex”, dos reclames radiofónicos da minha
juventude e, ao que julgo, de seu pai. Hoje, com a passagem inexorável do tempo,  sou representante  de uma grande franja do eleitorado português caído no  esquecimento de quem se senta em São Bento não pode deixar de saber  porque, como nos ensina a sabedoria popular,  não é com
vinagre que se apanham moscas. E, muito menos, votos que, porventura, o possam reconduzir
a nova legislatura. Ou seja, deixou, assim,  de ser uma questão de desrespeito pela velhice
para passar a ser uma questão de falta de inteligência eleitoral

.

Na minha modesta condição de simples cidadão, atingido pelas medidas punitivas do actual Governo do PSD contra os reformados, apresso-me a recordar-lhe  uma homenagem  que não posso deixar de citar. Mais
concretamente, reporto-me  à comovente letra
da canção do brasileiro Roberto Carlos, intitulada “Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo”, dedicada a seu pai e  tornada hino de homenagem aos pais de todo o
mundo, sejam eles ou não progenitores de homens do mundo da política:

 

“Esses seus cabelos brancos, bonitos,
esse olhar cansado, profundo.

Me dizendo coisas, num grito, me
ensinando tanto do mundo...

E esses passos lentos, de agora,
caminhando sempre comigo,

Já correram tanto na vida,

Meu querido, meu velho, meu amigo

Sua vida cheia de histórias e essas
rugas marcadas pelo tempo,

Lembranças de antigas vitórias ou
lágrimas choradas, ao vento...

Sua voz macia me acalma e me diz muito
mais do que eu digo

Me calando fundo na alma

Meu querido, meu velho, meu amigo

Seu passado vive presente nas
experiências

Contidas nesse coração, consciente da
beleza das coisas da vida.

Seu sorriso franco me anima, seu
conselho certo me ensina,

Beijo suas mãos e lhe digo

Meu querido, meu velho, meu amigo

Eu já lhe falei de tudo,

Mas tudo isso é pouco

Diante do que sinto...

Olhando seus cabelos, tão bonitos,

Beijo suas mãos e digo

Meu querido, meu velho, meu amigo”.

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