As perspectivas de crescimento da semana

23-10-2013
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A divulgação, na semana passada, do crescimento económico da zona euro no último trimestre de 2011 revela uma Europa a duas velocidades.

A performance das economias do centro, embora mais fraca no final do ano, tem sido melhor do que o esperado, enquanto que nos países periféricos a desaceleração da actividade económica tem-se acentuado, chegando mesmo a confirmar recessões técnicas em Portugal, Itália e Grécia. Não obstante os sinais existentes de estabilização no primeiro mês do ano, o tema da crise da dívida soberana na Europa e nomeadamente na Grécia continua a causar turbulência nos mercados financeiros e é apontado como factor desfavorável à recuperação das economias da zona euro, que registaram pela primeira vez desde 2009 uma contracção conjunta de 0.3% no 4º trimestre de 2011 face ao trimestre anterior.

De facto, a contracção verificada, em termos trimestrais, na zona euro deve-se essencialmente a uma redução do PIB na Alemanha e mais acentuada em Itália entre os dois últimos trimestres de 2011. A queda foi de, respectivamente, 0.2% e 0.7%, enquanto que em França se assistiu a uma aceleração de 0.2% do PIB no mesmo período. É também de destacar que outros países do centro da Europa, nomeadamente a Bélgica, Holanda e Áustria, viram o seu produto interno bruto cair, respectivamente, 0.2%, 0.7% e 0.1% entre o 3º e 4º trimestre de 2011. De entre os países da Europa do Sul, a Grécia foi aquele que assistiu uma redução mais acentuada da sua actividade económica que, em termos homólogos, contraiu 7.0% no 4º trimestre de 2011. Em Portugal e Espanha, verificou-se um decréscimo em cadeia de, respectivamente, 1.3% e 0.3% no último trimestre do ano. Não obstante, os resultados positivos dos dois primeiros trimestres de 2011, os desempenhos no 4º trimestre limitaram o ritmo de crescimento anual a 1.5% na União Económica e Monetária (UEM).

Os efeitos das medidas de austeridade implementadas pelos governos dos países periféricos têm-se transmitido rapidamente no crescimento económico, nomeadamente nas componentes de consumo privado e importações. Em Portugal e em Espanha, o principal contributo positivo para a actividade económica tem vindo essencialmente da procura externa, com manutenção do crescimento na componente exportações e redução das importações. Embora tenham vindo a desacelerar, as exportações portuguesas registaram uma variação homóloga de 4.4% no 4º trimestre de 2011, segundo dados divulgados na síntese de conjuntura do Instituto Nacional de Estatística, enquanto que em Espanha esta variação foi de 5.2% no mesmo período. No caso de Portugal, as consequências da desaceleração da actividade económica têm-se também sentido ao nível do emprego, tendo os dados relativos à taxa de desemprego, que se situou no último trimestre de 2011 nos 14%, surpreendido pela negativa.

Existe, no entanto, uma expectativa de que o ambiente económico internacional recupere em breve a sua dinâmica. Os indicadores avançados da OCDE divulgados também na semana passada apontam para uma viragem positiva no ciclo económico para o conjunto dos seus países membros. Este resultado global esconde, no entanto, variações distintas entre países, esperando-se um crescimento económico abaixo da tendência em sete das economias da zona euro, que poderá vir a ser compensado por uma mudança positiva na dinâmica de crescimento de economias como a Rússia, Índia, Japão e Estados Unidos. De facto, os dados económicos recentemente divulgados sobre o mercado de trabalho, produção industrial e mercado imobiliário nos EUA referentes ao início do ano têm sido geralmente positivos.

É de destacar que, segundo a OCDE, a tendência de crescimento abaixo da tendência de longo-prazo na zona euro torna-se mais moderada no último mês de 2011, podendo sinalizar uma retoma económica global nesta região. É o que também prevê o indicador de confiança ZEW de Fevereiro divulgado na semana passada, tanto para a Alemanha como para a UEM, apontando para uma fase passageira de contracção na zona euro e para uma recuperação rápida da maior economia europeia face ao clima de incerteza criado pela crise da dívida europeia.

A divulgação, na semana passada, do crescimento económico da zona euro no último trimestre de 2011 revela uma Europa a duas velocidades.

A performance das economias do centro, embora mais fraca no final do ano, tem sido melhor do que o esperado, enquanto que nos países periféricos a desaceleração da actividade económica tem-se acentuado, chegando mesmo a confirmar recessões técnicas em Portugal, Itália e Grécia. Não obstante os sinais existentes de estabilização no primeiro mês do ano, o tema da crise da dívida soberana na Europa e nomeadamente na Grécia continua a causar turbulência nos mercados financeiros e é apontado como factor desfavorável à recuperação das economias da zona euro, que registaram pela primeira vez desde 2009 uma contracção conjunta de 0.3% no 4º trimestre de 2011 face ao trimestre anterior.

De facto, a contracção verificada, em termos trimestrais, na zona euro deve-se essencialmente a uma redução do PIB na Alemanha e mais acentuada em Itália entre os dois últimos trimestres de 2011. A queda foi de, respectivamente, 0.2% e 0.7%, enquanto que em França se assistiu a uma aceleração de 0.2% do PIB no mesmo período. É também de destacar que outros países do centro da Europa, nomeadamente a Bélgica, Holanda e Áustria, viram o seu produto interno bruto cair, respectivamente, 0.2%, 0.7% e 0.1% entre o 3º e 4º trimestre de 2011. De entre os países da Europa do Sul, a Grécia foi aquele que assistiu uma redução mais acentuada da sua actividade económica que, em termos homólogos, contraiu 7.0% no 4º trimestre de 2011. Em Portugal e Espanha, verificou-se um decréscimo em cadeia de, respectivamente, 1.3% e 0.3% no último trimestre do ano. Não obstante, os resultados positivos dos dois primeiros trimestres de 2011, os desempenhos no 4º trimestre limitaram o ritmo de crescimento anual a 1.5% na União Económica e Monetária (UEM).

Os efeitos das medidas de austeridade implementadas pelos governos dos países periféricos têm-se transmitido rapidamente no crescimento económico, nomeadamente nas componentes de consumo privado e importações. Em Portugal e em Espanha, o principal contributo positivo para a actividade económica tem vindo essencialmente da procura externa, com manutenção do crescimento na componente exportações e redução das importações. Embora tenham vindo a desacelerar, as exportações portuguesas registaram uma variação homóloga de 4.4% no 4º trimestre de 2011, segundo dados divulgados na síntese de conjuntura do Instituto Nacional de Estatística, enquanto que em Espanha esta variação foi de 5.2% no mesmo período. No caso de Portugal, as consequências da desaceleração da actividade económica têm-se também sentido ao nível do emprego, tendo os dados relativos à taxa de desemprego, que se situou no último trimestre de 2011 nos 14%, surpreendido pela negativa.

Existe, no entanto, uma expectativa de que o ambiente económico internacional recupere em breve a sua dinâmica. Os indicadores avançados da OCDE divulgados também na semana passada apontam para uma viragem positiva no ciclo económico para o conjunto dos seus países membros. Este resultado global esconde, no entanto, variações distintas entre países, esperando-se um crescimento económico abaixo da tendência em sete das economias da zona euro, que poderá vir a ser compensado por uma mudança positiva na dinâmica de crescimento de economias como a Rússia, Índia, Japão e Estados Unidos. De facto, os dados económicos recentemente divulgados sobre o mercado de trabalho, produção industrial e mercado imobiliário nos EUA referentes ao início do ano têm sido geralmente positivos.

É de destacar que, segundo a OCDE, a tendência de crescimento abaixo da tendência de longo-prazo na zona euro torna-se mais moderada no último mês de 2011, podendo sinalizar uma retoma económica global nesta região. É o que também prevê o indicador de confiança ZEW de Fevereiro divulgado na semana passada, tanto para a Alemanha como para a UEM, apontando para uma fase passageira de contracção na zona euro e para uma recuperação rápida da maior economia europeia face ao clima de incerteza criado pela crise da dívida europeia.

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