Corte surpresa no BCE

23-10-2013
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O posicionamento de Mario Draghi na sua primeira reunião como presidente do Banco Central Europeu sugere alterações na actuação desta autoridade monetária, possivelmente através da adopção de uma postura mais pró-activa.

A taxa principal de refinanciamento foi reduzida para 1.25% e em aberto ficou a possibilidade de mais cortes no curto/médio prazo. O posicionamento relativamente ao programa de compra de dívida pública não se alterou.

O Banco Central Europeu surpreendeu o mercado com o anúncio de um corte de 25 pontos base das principais taxas directoras da zona euro. A taxa principal de refinanciamento situa-se agora em 1.25%. Embora a inversão do ciclo fosse esperada, os sinais - persistência da inflação acima do objectivo da autoridade monetária e mudança de presidência - apontavam para que a redução de taxas acontecesse apenas no início de 2012. Os motivos apontados para a decisão de 3 de Novembro prendem-se com a probabilidade da zona euro registar "uma recessão moderada" no final deste ano.

Em aberto ficou a possibilidade de mais cortes. Com efeito, o novo Presidente do BCE indicou que a previsão de crescimento em 2012 irá ser revista em baixa na reunião de Dezembro e que as perspectivas para o comportamento da taxa de inflação são benignas, antecipando a sua queda para níveis abaixo dos 2% em meados de 2012. Mais, a análise das variáveis monetárias revela uma abordagem mais prospectiva: ainda que a evolução recente do crédito bancário seja positiva, a deterioração das condições financeiras poderá afectar a oferta de crédito, exigindo a actuação do banco central. O nosso cenário central aponta para que o próximo corte de mais 25 pontos base aconteça nos primeiros meses de 2012; contudo, perante a queda da expressão "apropriado" na avaliação do nível das taxas de juro e, aparentemente, um posicionamento mais pró-activo por parte do novo Presidente, não se exclui a possibilidade de que tal movimento ocorra em Dezembro.

Mas relativamente ao programa de compra de dívida pública, o posicionamento da autoridade monetária manteve-se inalterado, ie, é limitado no montante das compras, temporário e destina-se apenas à restauração dos mecanismos de transmissão da política monetária.

Paralelamente, foram divulgadas as condições do segundo programa de compra de covered bonds, menos restritivas do que as do primeiro programa, tanto no que se refere à classificação de risco mínima exigida para ser elegível, quanto ao montante da emissão. As novas condições apenas deixam de fora a Grécia.

Contrariamente ao posicionamento do BCE no que se refere à expansão do seu balanço através de compra de dívida de longo prazo, a Reserva Federal norte-americana não exclui a possibilidade de implementação de um terceiro programa de compra de dívida de longo prazo. De facto, Ben Berrnanke deixou em aberto a adopção de mais medidas de estímulo, nomeadamente a compra de dívida de longo prazo no sector imobiliário. Esta postura reflecte a permanência de riscos para o crescimento e a fragilidade do mercado de trabalho.

Na semana de 7 a 11 Novembro, o destaque vai para o calendário europeu, estando prevista a divulgação da taxa de inflação de Outubro, as vendas a retalho e produção industrial de Setembro. Os desenvolvimentos da questão política grega serão determinantes para o andamento dos preços dos principais activos no curto prazo. No Reino Unido, o Banco de Inglaterra não alterará o teor da sua política monetária.

O posicionamento de Mario Draghi na sua primeira reunião como presidente do Banco Central Europeu sugere alterações na actuação desta autoridade monetária, possivelmente através da adopção de uma postura mais pró-activa.

A taxa principal de refinanciamento foi reduzida para 1.25% e em aberto ficou a possibilidade de mais cortes no curto/médio prazo. O posicionamento relativamente ao programa de compra de dívida pública não se alterou.

O Banco Central Europeu surpreendeu o mercado com o anúncio de um corte de 25 pontos base das principais taxas directoras da zona euro. A taxa principal de refinanciamento situa-se agora em 1.25%. Embora a inversão do ciclo fosse esperada, os sinais - persistência da inflação acima do objectivo da autoridade monetária e mudança de presidência - apontavam para que a redução de taxas acontecesse apenas no início de 2012. Os motivos apontados para a decisão de 3 de Novembro prendem-se com a probabilidade da zona euro registar "uma recessão moderada" no final deste ano.

Em aberto ficou a possibilidade de mais cortes. Com efeito, o novo Presidente do BCE indicou que a previsão de crescimento em 2012 irá ser revista em baixa na reunião de Dezembro e que as perspectivas para o comportamento da taxa de inflação são benignas, antecipando a sua queda para níveis abaixo dos 2% em meados de 2012. Mais, a análise das variáveis monetárias revela uma abordagem mais prospectiva: ainda que a evolução recente do crédito bancário seja positiva, a deterioração das condições financeiras poderá afectar a oferta de crédito, exigindo a actuação do banco central. O nosso cenário central aponta para que o próximo corte de mais 25 pontos base aconteça nos primeiros meses de 2012; contudo, perante a queda da expressão "apropriado" na avaliação do nível das taxas de juro e, aparentemente, um posicionamento mais pró-activo por parte do novo Presidente, não se exclui a possibilidade de que tal movimento ocorra em Dezembro.

Mas relativamente ao programa de compra de dívida pública, o posicionamento da autoridade monetária manteve-se inalterado, ie, é limitado no montante das compras, temporário e destina-se apenas à restauração dos mecanismos de transmissão da política monetária.

Paralelamente, foram divulgadas as condições do segundo programa de compra de covered bonds, menos restritivas do que as do primeiro programa, tanto no que se refere à classificação de risco mínima exigida para ser elegível, quanto ao montante da emissão. As novas condições apenas deixam de fora a Grécia.

Contrariamente ao posicionamento do BCE no que se refere à expansão do seu balanço através de compra de dívida de longo prazo, a Reserva Federal norte-americana não exclui a possibilidade de implementação de um terceiro programa de compra de dívida de longo prazo. De facto, Ben Berrnanke deixou em aberto a adopção de mais medidas de estímulo, nomeadamente a compra de dívida de longo prazo no sector imobiliário. Esta postura reflecte a permanência de riscos para o crescimento e a fragilidade do mercado de trabalho.

Na semana de 7 a 11 Novembro, o destaque vai para o calendário europeu, estando prevista a divulgação da taxa de inflação de Outubro, as vendas a retalho e produção industrial de Setembro. Os desenvolvimentos da questão política grega serão determinantes para o andamento dos preços dos principais activos no curto prazo. No Reino Unido, o Banco de Inglaterra não alterará o teor da sua política monetária.

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