Câmara Corporativa: Os dias da rádio

21-01-2012
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O “exclusivo” da edição de hoje do Correio da Manhã saltou para o Fórum da TSF e para as televisões: ninguém sabia que o deputado/poeta Manuel Alegre exercia funções de “Coordenador de Programas de Texto” da Radiodifusão Portuguesa, SA. Nem o próprio.Segundo o Correio da Manhã, Ana Sara de Brito, responsável pela logística da campanha de Alegre à Presidência da República, “mostrou-se estupefacta”, mas logo deu destino à pensão de reforma do líder do Movimento de Intervenção Cívica: “devia era dotar [?] a reforma ao MIC”.Alegre, que trabalhou pouco tempo na RDP, não se lembrava de ter (tido) este ofício, tendo assegurado que foi uma carta da Caixa Geral de Aposentações que lhe reavivou a memória. Ainda assim, garantiu que a pensão de reforma “é legal”, pois sempre fez os descontos devidos. Sobre a circunstância de o cargo na RDP não constar da sua biografia disponível no site da Assembleia da República, o poeta asseverou tratar-se de uma “lacuna, mas não da minha responsabilidade.” O autor da lacuna não foi porém identificado.Muito embora a ética republicana (mencionada aqui por um comentador, quando o CC deu a boa nova ao poeta) não seja para aqui chamada, algumas questões ficam no ar:• Quantos portugueses podem fazer descontos sem trabalhar, para mais tarde poderem beneficiar de uma pensão de reforma?• Se nem se recordava de que pertencia aos quadros da RDP, como fazia Manuel Alegre descontos?• Se a lacuna na sua “biografia” oficial não é da responsabilidade de Manuel Alegre, a quem se pode pedir contas?PS — Muitos textos do CC têm sido plagiados, esventrados ou simplesmente servido como fonte de informação. Uma ou outra entidade oficial já se referiu ao CC, sem no entanto aludir ao nome do blogue. Até um conhecido sindicato fez, há poucos dias, um comunicado abstendo-se de mencionar o texto (do CC) relativamente ao qual pretendia dar esclarecimentos. Gostamos, naturalmente, que ponham os olhos no que escrevemos. Mas, uma vez por outra, não deveria ser referida a fonte? O ego ficou abalado quando deu conta de que a notícia de hoje era um “exclusivo” do Correio da Manhã… Pior que isso, caros Sofia Rêgo e Rui Arala Chaves, só mesmo alguém asseverar que uma lacuna no curriculum vitae não é da responsabilidade do próprio.


O “exclusivo” da edição de hoje do Correio da Manhã saltou para o Fórum da TSF e para as televisões: ninguém sabia que o deputado/poeta Manuel Alegre exercia funções de “Coordenador de Programas de Texto” da Radiodifusão Portuguesa, SA. Nem o próprio.Segundo o Correio da Manhã, Ana Sara de Brito, responsável pela logística da campanha de Alegre à Presidência da República, “mostrou-se estupefacta”, mas logo deu destino à pensão de reforma do líder do Movimento de Intervenção Cívica: “devia era dotar [?] a reforma ao MIC”.Alegre, que trabalhou pouco tempo na RDP, não se lembrava de ter (tido) este ofício, tendo assegurado que foi uma carta da Caixa Geral de Aposentações que lhe reavivou a memória. Ainda assim, garantiu que a pensão de reforma “é legal”, pois sempre fez os descontos devidos. Sobre a circunstância de o cargo na RDP não constar da sua biografia disponível no site da Assembleia da República, o poeta asseverou tratar-se de uma “lacuna, mas não da minha responsabilidade.” O autor da lacuna não foi porém identificado.Muito embora a ética republicana (mencionada aqui por um comentador, quando o CC deu a boa nova ao poeta) não seja para aqui chamada, algumas questões ficam no ar:• Quantos portugueses podem fazer descontos sem trabalhar, para mais tarde poderem beneficiar de uma pensão de reforma?• Se nem se recordava de que pertencia aos quadros da RDP, como fazia Manuel Alegre descontos?• Se a lacuna na sua “biografia” oficial não é da responsabilidade de Manuel Alegre, a quem se pode pedir contas?PS — Muitos textos do CC têm sido plagiados, esventrados ou simplesmente servido como fonte de informação. Uma ou outra entidade oficial já se referiu ao CC, sem no entanto aludir ao nome do blogue. Até um conhecido sindicato fez, há poucos dias, um comunicado abstendo-se de mencionar o texto (do CC) relativamente ao qual pretendia dar esclarecimentos. Gostamos, naturalmente, que ponham os olhos no que escrevemos. Mas, uma vez por outra, não deveria ser referida a fonte? O ego ficou abalado quando deu conta de que a notícia de hoje era um “exclusivo” do Correio da Manhã… Pior que isso, caros Sofia Rêgo e Rui Arala Chaves, só mesmo alguém asseverar que uma lacuna no curriculum vitae não é da responsabilidade do próprio.

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