Empresários pedem solução para aceder ao financiamento

19-09-2012
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Redução da TSU não vai gerar crescimento económico.

As dificuldades de acesso ao financiamento e o custo que o mesmo implica é uma preocupação comum ao painel de empresários que participou, ontem, na conferência "Competitividade e crescimento de Portugal no contexto mundial", promovida pela consultora A.T. Kearney.

O presidente executivo da Unicer, António Pires de Lima, lançou o mote: "O tema do financiamento terá de ter alguma solução em 2012, 2013 e 2014".

O presidente executivo da Sonae, Paulo de Azevedo, destacou o mesmo tema como prioritário ao lembrar que no dia-a-dia lida com "centenas de fornecedores que estão a enfrentar problemas de financiamento e os custos do financiamento". "Não culpo os bancos", mas "a situação actual não é normal com as taxas de juro tão altas", o que acaba por limitar o crescimento das exportações, realçou Paulo de Azevedo. Por isso, reiterou, "precisamos de uma solução rápida no tema do financiamento".

Já o presidente da Logoplaste, Filipe de Botton, reconheceu que as empresas têm conseguido resistir às dificuldades, mas falta financiamento e "capital de giro que as empresas não têm conseguido obter. Para aumentar as exportações é preciso fundo de maneio que os bancos não fornecem". Para ilustrar as diferenças de condições que os bancos portugueses apresentam, o gestor contou que já chegou a apresentar um projecto junto de instituições financeiras instaladas em Portugal que apresentaram ‘spreads' entre 5% e 6%. E quando se dirigiu ao mesmo banco, mas "situado em Londres, o ‘spread' variava entre 1% e 1,5%".

Perante as contínuas dificuldades de financiamento e ao facto de os bancos portugueses estarem comprometidos com empresas insolventes e com o Estado - via dívida soberana e défices das empresas públicas -, Pires de Lima deixou uma sugestão: incluir no programa da ‘troika' "o pagamento parcial destas dívidas, o que permitiria libertar para a banca mais de 2,8 mil milhões de euros que seriam utilizados na economia privada. Libertar milhões de euros para os bons projectos e para as boas empresas".

Outro tema em que os gestores concordaram foi na ausência de benefícios práticos para as empresas com a redução a Taxa Social Única para as empresas e o agravamento das contribuições para a Segurança Social em sete pontos percentuais do lado dos trabalhadores. A justificação é simples: não vai criar mais emprego e vai traduzir-se numa maior retracção do mercado e do consumo.

Colocação privada de dívida em análise

O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro garantiu ontem que se mantém a intenção de Portugal regressar aos mercados em Setembro de 2013, sublinhando porém que o programa de ajustamento português só acaba em Junho/Julho de 2014. Carlos Moedas adiantou que "quando Portugal puder voltar a financiar-se, por si só, há uma panóplia de instrumentos que estão a ser estudados", elencando a colocação privada de dívida como uma das hipóteses.

Redução da TSU não vai gerar crescimento económico.

As dificuldades de acesso ao financiamento e o custo que o mesmo implica é uma preocupação comum ao painel de empresários que participou, ontem, na conferência "Competitividade e crescimento de Portugal no contexto mundial", promovida pela consultora A.T. Kearney.

O presidente executivo da Unicer, António Pires de Lima, lançou o mote: "O tema do financiamento terá de ter alguma solução em 2012, 2013 e 2014".

O presidente executivo da Sonae, Paulo de Azevedo, destacou o mesmo tema como prioritário ao lembrar que no dia-a-dia lida com "centenas de fornecedores que estão a enfrentar problemas de financiamento e os custos do financiamento". "Não culpo os bancos", mas "a situação actual não é normal com as taxas de juro tão altas", o que acaba por limitar o crescimento das exportações, realçou Paulo de Azevedo. Por isso, reiterou, "precisamos de uma solução rápida no tema do financiamento".

Já o presidente da Logoplaste, Filipe de Botton, reconheceu que as empresas têm conseguido resistir às dificuldades, mas falta financiamento e "capital de giro que as empresas não têm conseguido obter. Para aumentar as exportações é preciso fundo de maneio que os bancos não fornecem". Para ilustrar as diferenças de condições que os bancos portugueses apresentam, o gestor contou que já chegou a apresentar um projecto junto de instituições financeiras instaladas em Portugal que apresentaram ‘spreads' entre 5% e 6%. E quando se dirigiu ao mesmo banco, mas "situado em Londres, o ‘spread' variava entre 1% e 1,5%".

Perante as contínuas dificuldades de financiamento e ao facto de os bancos portugueses estarem comprometidos com empresas insolventes e com o Estado - via dívida soberana e défices das empresas públicas -, Pires de Lima deixou uma sugestão: incluir no programa da ‘troika' "o pagamento parcial destas dívidas, o que permitiria libertar para a banca mais de 2,8 mil milhões de euros que seriam utilizados na economia privada. Libertar milhões de euros para os bons projectos e para as boas empresas".

Outro tema em que os gestores concordaram foi na ausência de benefícios práticos para as empresas com a redução a Taxa Social Única para as empresas e o agravamento das contribuições para a Segurança Social em sete pontos percentuais do lado dos trabalhadores. A justificação é simples: não vai criar mais emprego e vai traduzir-se numa maior retracção do mercado e do consumo.

Colocação privada de dívida em análise

O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro garantiu ontem que se mantém a intenção de Portugal regressar aos mercados em Setembro de 2013, sublinhando porém que o programa de ajustamento português só acaba em Junho/Julho de 2014. Carlos Moedas adiantou que "quando Portugal puder voltar a financiar-se, por si só, há uma panóplia de instrumentos que estão a ser estudados", elencando a colocação privada de dívida como uma das hipóteses.

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