Câmara Corporativa: Toni, Mimi & Forças Combinadas

24-01-2012
marcar artigo


Rapinei o título ao nome de um circo rudimentar que, nos anos 40, montava a barraca por aí. Esta designação faz-me lembrar a forma como Pacheco Pereira, Eduardo Cintra Torres & Forças Combinadas pressionam os media.Há dias, Cintra Torres respigava uma fofoca em jeito de comentário (e não uma notícia, note-se) de António Ribeiro Ferreira (esse outro paradigma do jornalismo independente), segundo a qual a RTP ganhara os jogos da Liga para que Oliveira obtenha o 5.º canal; tomou-a por um facto indesmentível e toca a desancar na RTP (onde ele trabalhou e não consta que tivesse sofrido uma apoplexia fulminante nos gloriosos tempos em que Marques Mendes fazia diariamente os alinhamentos do Telejornal por telefone).No artigo que escreveu para o Público de 13 de Setembro, Cintra Torres estava tão excitado que levou tudo à frente: a SIC — sim, a SIC — e Mário Crespo e Luís Delgado e tudo o mais que lhe passou pelo bestunto estão ao serviço do Governo. Poupou, felizmente, a TVI, porque, afinal, o cardeal não é tão mau como o pintavam.Hoje, foi a vez de Pacheco Pereira avançar. Ele, que, por acaso, tem tempo para fazer um doutoramento numa escola pública (pago com o dinheiro dos contribuintes, não é?) e ver os telejornais da tarde (entre outros hobbies), estava a tal ponto melindrado com a RTP que desafiou a redacção (por atacado) para um duelo. Aparentemente, conseguiu que a distribuição do Magalhães a milhares de crianças fosse esta noite noticiada depois de uns furtos e mais umas coisas do género.A verdade é que não vi Pacheco Pereira alterado quando a RTP abriu o Telejornal com a rentrée de fachada de Manuela Ferreira Leite, num hotel de província, perante 100 jovens escolhidos a dedo, enquanto a peça do recente comício do PS em Guimarães, com a participação de alguns milhares de pessoas, foi atirada para a vala comum.É este mesmo Pacheco que quis escorraçar os jornalistas dos Passos Perdidos, quando fez de Paulo Rangel há uns anos. É também este Pacheco que apoia sem reservas o “jornalismo” paranóico do Público nos dias que correm. E é este Pacheco Pereira que se refere ao controlo da RTP no tempo do famoso Estado Laranja como o “controlo tradicional” que todos os partidos fazem.O problema de Pacheco Pereira é outro: se a Senhora não fala nem a tiro, o político/jornalista/doutorando quer que a comunicação social faça milagres? Bem se esforçam os media, dando voz a todos os Borges e Aguiar-Brancos com que tropeçam, muito embora não haja garantias de que os resultados práticos sejam famosos.


Rapinei o título ao nome de um circo rudimentar que, nos anos 40, montava a barraca por aí. Esta designação faz-me lembrar a forma como Pacheco Pereira, Eduardo Cintra Torres & Forças Combinadas pressionam os media.Há dias, Cintra Torres respigava uma fofoca em jeito de comentário (e não uma notícia, note-se) de António Ribeiro Ferreira (esse outro paradigma do jornalismo independente), segundo a qual a RTP ganhara os jogos da Liga para que Oliveira obtenha o 5.º canal; tomou-a por um facto indesmentível e toca a desancar na RTP (onde ele trabalhou e não consta que tivesse sofrido uma apoplexia fulminante nos gloriosos tempos em que Marques Mendes fazia diariamente os alinhamentos do Telejornal por telefone).No artigo que escreveu para o Público de 13 de Setembro, Cintra Torres estava tão excitado que levou tudo à frente: a SIC — sim, a SIC — e Mário Crespo e Luís Delgado e tudo o mais que lhe passou pelo bestunto estão ao serviço do Governo. Poupou, felizmente, a TVI, porque, afinal, o cardeal não é tão mau como o pintavam.Hoje, foi a vez de Pacheco Pereira avançar. Ele, que, por acaso, tem tempo para fazer um doutoramento numa escola pública (pago com o dinheiro dos contribuintes, não é?) e ver os telejornais da tarde (entre outros hobbies), estava a tal ponto melindrado com a RTP que desafiou a redacção (por atacado) para um duelo. Aparentemente, conseguiu que a distribuição do Magalhães a milhares de crianças fosse esta noite noticiada depois de uns furtos e mais umas coisas do género.A verdade é que não vi Pacheco Pereira alterado quando a RTP abriu o Telejornal com a rentrée de fachada de Manuela Ferreira Leite, num hotel de província, perante 100 jovens escolhidos a dedo, enquanto a peça do recente comício do PS em Guimarães, com a participação de alguns milhares de pessoas, foi atirada para a vala comum.É este mesmo Pacheco que quis escorraçar os jornalistas dos Passos Perdidos, quando fez de Paulo Rangel há uns anos. É também este Pacheco que apoia sem reservas o “jornalismo” paranóico do Público nos dias que correm. E é este Pacheco Pereira que se refere ao controlo da RTP no tempo do famoso Estado Laranja como o “controlo tradicional” que todos os partidos fazem.O problema de Pacheco Pereira é outro: se a Senhora não fala nem a tiro, o político/jornalista/doutorando quer que a comunicação social faça milagres? Bem se esforçam os media, dando voz a todos os Borges e Aguiar-Brancos com que tropeçam, muito embora não haja garantias de que os resultados práticos sejam famosos.

marcar artigo