Câmara Corporativa: Faltou-lhe autoridade… não é uma vítima da asfixia democrática…

21-01-2012
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Belmiro de Azevedo aproveita a entrevista à Visão para dar conta das dores de cabeça que o Público lhe provoca, ao mesmo tempo que esclarece as razões por que José Manuel Fernandes, esse editorialista polémico, foi afastado da direcção do jornal. A palavra a Belmiro: - Na «guerra» entre Cavaco e Sócrates, o pano de fundo foi o seu jornal. O então director do Público tinha uma agenda política escondida?- [Silêncio] Não sei... Para nós, ter um jornal é serviço cívico. Não para influenciar, que fique claro. Mas está a ficar caro, muito caro. E há jornalistas que abusam. Devia haver directores mais fortes para que, de facto, se passasse uma imagem de independência.- A saída de José Manuel Fernandes foi lida como cedência da Sonae ao Governo...- Errado. Não houve cedência, mas sim uma guerra entre jornalistas, com culpas para as partes. Um director pode sentir-se cansado. Terá sido uma das razões, pois José Manuel Fernandes deixou de lutar para liderar. Ele era acusado - e bem acusado - de não criar climas de consenso no jornal. Deixou-se desautorizar.- As razões de saída foram então internas e não propriamente políticas?- Cansaço, se quiser. Provavelmente, concluiu, com o andar do tempo - e ele reconhece - que podia ter feito melhor. Perdeu poder. E quando um director, seja de que empresa for, deixa de mandar com alguma firmeza, cada dia que passa é pior. Ele concluiu que se tinha esgotado o seu tempo. Continua a colaborar, agora na qualidade de comentador. Escreve mais ou menos da mesma maneira, mas já não tem responsabilidade na linha editorial.(…)- Vai continuar a financiar o Público?- Não digo isso. Há um programa para equilibrar aquilo, tentando dar mais força ao digital, em três ou quatro anos. É um sorvedouro de dinheiro e há-de ter um fim. Se me pergunta: é para o ano? Não é. Daqui por dois anos? Provavelmente, também não. Mas tem limites. De cada vez que o Público não ganha dinheiro, ponho-o eu. E isto cansa.- Pode vender...- Ninguém dá dinheiro que se veja pelos jornais, a não ser por motivações políticas. Houve uma transacção por um balúrdio de massa de um jornal que dá sempre prejuízo! Quem paga por algo que não gera dinheiro? Qual a motivação? É, ninguém se mete em jornais "a não ser por motivações políticas", salvo, é óbvio, a Sonae, que o faz por "serviço cívico".


Belmiro de Azevedo aproveita a entrevista à Visão para dar conta das dores de cabeça que o Público lhe provoca, ao mesmo tempo que esclarece as razões por que José Manuel Fernandes, esse editorialista polémico, foi afastado da direcção do jornal. A palavra a Belmiro: - Na «guerra» entre Cavaco e Sócrates, o pano de fundo foi o seu jornal. O então director do Público tinha uma agenda política escondida?- [Silêncio] Não sei... Para nós, ter um jornal é serviço cívico. Não para influenciar, que fique claro. Mas está a ficar caro, muito caro. E há jornalistas que abusam. Devia haver directores mais fortes para que, de facto, se passasse uma imagem de independência.- A saída de José Manuel Fernandes foi lida como cedência da Sonae ao Governo...- Errado. Não houve cedência, mas sim uma guerra entre jornalistas, com culpas para as partes. Um director pode sentir-se cansado. Terá sido uma das razões, pois José Manuel Fernandes deixou de lutar para liderar. Ele era acusado - e bem acusado - de não criar climas de consenso no jornal. Deixou-se desautorizar.- As razões de saída foram então internas e não propriamente políticas?- Cansaço, se quiser. Provavelmente, concluiu, com o andar do tempo - e ele reconhece - que podia ter feito melhor. Perdeu poder. E quando um director, seja de que empresa for, deixa de mandar com alguma firmeza, cada dia que passa é pior. Ele concluiu que se tinha esgotado o seu tempo. Continua a colaborar, agora na qualidade de comentador. Escreve mais ou menos da mesma maneira, mas já não tem responsabilidade na linha editorial.(…)- Vai continuar a financiar o Público?- Não digo isso. Há um programa para equilibrar aquilo, tentando dar mais força ao digital, em três ou quatro anos. É um sorvedouro de dinheiro e há-de ter um fim. Se me pergunta: é para o ano? Não é. Daqui por dois anos? Provavelmente, também não. Mas tem limites. De cada vez que o Público não ganha dinheiro, ponho-o eu. E isto cansa.- Pode vender...- Ninguém dá dinheiro que se veja pelos jornais, a não ser por motivações políticas. Houve uma transacção por um balúrdio de massa de um jornal que dá sempre prejuízo! Quem paga por algo que não gera dinheiro? Qual a motivação? É, ninguém se mete em jornais "a não ser por motivações políticas", salvo, é óbvio, a Sonae, que o faz por "serviço cívico".

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