Câmara Corporativa: Palma Cavalão

20-01-2012
marcar artigo


É verdade que a personagem de Eça de Queiroz era jornalista e esta personagem contemporânea é magistrado do Ministério Público. Mas esta não desmerece da outra, como se verá:1. Em entrevista ao Jornal da Noite da SIC, dando conta de rara clarividência, o Palma sindical veio dizer que a culpa do crime é do novo Código de Processo Penal. Demonstrações não são precisas. Ele acha e, portanto, é verdade.O novo presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público não entende que haja causas económico-sociais, porque no ano passado não havia crise. É claro que nem lhe passa pela cabeça reconhecer que o Ministério Público a que pertence e que é titular da acção penal tem alguma culpa no cartório.Palma pertence a um conhecido clube cujo nome é: “a culpa não é minha, é dos outros”. Com o seu antecessor Cluny, ele partilha a ligeireza da análise, mas não exibe a verve do agora presidente honorário. É um primário, que só por legenda somos capazes de reconhecer como magistrado.2. O homem que substituiu Cluny diz que o Ministério Público serve para defender a legalidade democrática, mas que não tem leis para isso. Esquece-se de um pormenor: o Ministério Público deve defender precisamente as leis que existem e foram aprovadas pelo poder político democrático.3. Mais para a frente na entrevista, Palma também disse que há pressões no caso Freeport: quando, como, de quem, contra quem? Aos costumes disse nada. Tão pouco se importou com o facto de o procurador-geral da República ter desmentido quaisquer pressões. Se ele acha, é verdade…Assim vai o sindicato do Ministério Público. Rápidas melhoras…


É verdade que a personagem de Eça de Queiroz era jornalista e esta personagem contemporânea é magistrado do Ministério Público. Mas esta não desmerece da outra, como se verá:1. Em entrevista ao Jornal da Noite da SIC, dando conta de rara clarividência, o Palma sindical veio dizer que a culpa do crime é do novo Código de Processo Penal. Demonstrações não são precisas. Ele acha e, portanto, é verdade.O novo presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público não entende que haja causas económico-sociais, porque no ano passado não havia crise. É claro que nem lhe passa pela cabeça reconhecer que o Ministério Público a que pertence e que é titular da acção penal tem alguma culpa no cartório.Palma pertence a um conhecido clube cujo nome é: “a culpa não é minha, é dos outros”. Com o seu antecessor Cluny, ele partilha a ligeireza da análise, mas não exibe a verve do agora presidente honorário. É um primário, que só por legenda somos capazes de reconhecer como magistrado.2. O homem que substituiu Cluny diz que o Ministério Público serve para defender a legalidade democrática, mas que não tem leis para isso. Esquece-se de um pormenor: o Ministério Público deve defender precisamente as leis que existem e foram aprovadas pelo poder político democrático.3. Mais para a frente na entrevista, Palma também disse que há pressões no caso Freeport: quando, como, de quem, contra quem? Aos costumes disse nada. Tão pouco se importou com o facto de o procurador-geral da República ter desmentido quaisquer pressões. Se ele acha, é verdade…Assim vai o sindicato do Ministério Público. Rápidas melhoras…

marcar artigo