EUR/USD sem tendência definida mas volátil

23-10-2013
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Embora nos últimos meses o EUR/USD tenha evoluído dentro de um intervalo de variação largo mas lateral, o câmbio âncora tem sido sensível à divulgação de dados económicos dos dois lados do Atlântico, aumentando a sua volatilidade.

O bullish trend de longo prazo, iniciado há mais de um ano, chegou perto dos 1.50 e parou, mas nada nos diz que está definitivamente morto. De algum modo, o EUR/USD tem estado adormecido, pois não tem cativado interesse por parte de investidores e especuladores que, com a aversão ao risco, preferem a agitação sentida no EUR/CHF, USD/CHF, EUR/JPY e USD/JPY, binómios que tem reflectido a apreciação significativa do CHF e do JPY, respectivamente. Tanto o franco suíço como o iene têm sido escolhidos como moedas de refúgio pelo mercado.

De facto, de Maio para cá, o EUR/USD variou entre 1.3850 e 1.47, mas no último mês ficou confinado entre 1.4050 e 1.4550, sem uma tendência clara. Esta situação reflecte o sentimento de mercado, que não acredita actualmente haver vantagens em apostar numa moeda face à outra. Ambas espelham as dificuldades financeiras e económicas sentidas nos dois lados do Atlântico, quando confrontadas com as expectativas mais positivas existentes no início do ano. Igualmente, com a perpetuação da aversão ao risco, tanto o dólar como o euro não inspiram confiança ao mercado de modo a serem encaradas como moedas de refúgio por excelência no contexto do actual momento de maior fragilidade económica. Esse papel foi distribuido pelo CHF e JPY, possivelmente de acordo com as suas áreas de maior influência territorial. E o mais estranho é nos respectivos países, as taxas de juro praticadas encontra-se em zero ou são mesmo negativas. Aparentemente a confiança nestas economias e moedas chega para convencer os investidores, apesar das autoridades centrais tudo fazerem para contrariar a grande procura: intervenções directas de venda no mercado cambial, taxas de juro nada atractivas em sistemas inundados de liquidez.

Como se disse, o EUR/USD perdeu tendência mas mostra-se diariamente volátil, de acordo com as informações económicas que vão sendo divulgadas. A valorização dos últimos dias do dólar resultou do aumento substancial das encomendas à indústria em Julho (+2.4% face aos -0.4% em Junho) e ao facto de a actividade manufactureira se ter mantido em Agosto (o PMI em Agosto foi de 50.6, que compara com os 50.9 em Julho, quando os analistas esperavam um valor à volta de 48.5). Mas também reflectiu a forte quebra das expectativas dos agentes económicos na Zona Euro (o índice que mede o sentimento económico passou dos 103.0, em Julho, para 98.3, em Agosto; relativamente à indústria, o sentimento caíu para território negativo, -2.9, pela primeira vez desde Setembro de 2010). Entretanto, foram divulgados os dados relativos ao mercado de trabalho norte-americano em Agosto, trazendo impasse ao câmbio de referência. Embora a taxa de desemprego tenha permanecido nos 9.1%, não foram gerados novos empregos, quando o mercado aguardava um valor de +75 mil. A decepção foi agravada pelo facto de os postos de trabalho criados em Julho terem sido revistos em baixa, de 117 mil para somente 85 mil.

No caldo que envolve o EUR/USD, inclui-se a revisão em baixa do crescimento nos EUA e na Zona Euro para 2011 e 2012 feito por vários organismos e as consequências para o andamento da política monetária. No caso americano, o Presidente da Reserva Federal (Fed) veio confirmar que o banco central está preparado para utilizar um conjunto de ferramentas monetárias adicionais de modo a ajudar a retoma económica. Ben Bernanke confirmou que na 1ª metade do ano o crescimento económico foi consideravelmente mais fraco do que se previa. Por outro lado, com a inflação a mostrar-se estável, em resultado de preços das matérias-primas mais moderados; as taxas dos fed funds irão permaner em níveis excepcionalmente baixos até meados de 2013. Assim, na reunião do FOMC de dia 20 e 21 de Setembro, deverão surgir medidas mais concretas. Na UEM, o Presidente Trichet indicou que o processo de subida das taxas de juro iniciado em Julho está comprometido, uma vez que a crise da dívida soberana está a comprometer o crescimento económico na região.

Ajuda este cenário, o facto da taxa de inflação permanecer estabilizada nos 2.5% (na UEM), embora acima do objectivo central dos 2%. Contudo, é notória a diminuição das pressões inflacionistas, nomeadamente nas classes da energia e da alimentação. Entretanto, o agregado monetário M3 da Zona Euro cresceu em Julho a uma taxa anualizada de 2.0%, inferior aos 2.2% de Junho, e a média dos últimos 3 meses foi de 2.1%, abaixo da referência de 4.5%, acima do qual o BCE acha que está em perigo a estabilidade dos preços. O abrandamento no crédito ao sector privado e à compra de habitação contribuiram para esta evolução.

A monitorização de todo este tipo de informação irá continuar, visto os investidores estarem necessitados de maior clareza quanto ao futuro, de modo a gerirem de forma mais convicta os seus activos.

Embora nos últimos meses o EUR/USD tenha evoluído dentro de um intervalo de variação largo mas lateral, o câmbio âncora tem sido sensível à divulgação de dados económicos dos dois lados do Atlântico, aumentando a sua volatilidade.

O bullish trend de longo prazo, iniciado há mais de um ano, chegou perto dos 1.50 e parou, mas nada nos diz que está definitivamente morto. De algum modo, o EUR/USD tem estado adormecido, pois não tem cativado interesse por parte de investidores e especuladores que, com a aversão ao risco, preferem a agitação sentida no EUR/CHF, USD/CHF, EUR/JPY e USD/JPY, binómios que tem reflectido a apreciação significativa do CHF e do JPY, respectivamente. Tanto o franco suíço como o iene têm sido escolhidos como moedas de refúgio pelo mercado.

De facto, de Maio para cá, o EUR/USD variou entre 1.3850 e 1.47, mas no último mês ficou confinado entre 1.4050 e 1.4550, sem uma tendência clara. Esta situação reflecte o sentimento de mercado, que não acredita actualmente haver vantagens em apostar numa moeda face à outra. Ambas espelham as dificuldades financeiras e económicas sentidas nos dois lados do Atlântico, quando confrontadas com as expectativas mais positivas existentes no início do ano. Igualmente, com a perpetuação da aversão ao risco, tanto o dólar como o euro não inspiram confiança ao mercado de modo a serem encaradas como moedas de refúgio por excelência no contexto do actual momento de maior fragilidade económica. Esse papel foi distribuido pelo CHF e JPY, possivelmente de acordo com as suas áreas de maior influência territorial. E o mais estranho é nos respectivos países, as taxas de juro praticadas encontra-se em zero ou são mesmo negativas. Aparentemente a confiança nestas economias e moedas chega para convencer os investidores, apesar das autoridades centrais tudo fazerem para contrariar a grande procura: intervenções directas de venda no mercado cambial, taxas de juro nada atractivas em sistemas inundados de liquidez.

Como se disse, o EUR/USD perdeu tendência mas mostra-se diariamente volátil, de acordo com as informações económicas que vão sendo divulgadas. A valorização dos últimos dias do dólar resultou do aumento substancial das encomendas à indústria em Julho (+2.4% face aos -0.4% em Junho) e ao facto de a actividade manufactureira se ter mantido em Agosto (o PMI em Agosto foi de 50.6, que compara com os 50.9 em Julho, quando os analistas esperavam um valor à volta de 48.5). Mas também reflectiu a forte quebra das expectativas dos agentes económicos na Zona Euro (o índice que mede o sentimento económico passou dos 103.0, em Julho, para 98.3, em Agosto; relativamente à indústria, o sentimento caíu para território negativo, -2.9, pela primeira vez desde Setembro de 2010). Entretanto, foram divulgados os dados relativos ao mercado de trabalho norte-americano em Agosto, trazendo impasse ao câmbio de referência. Embora a taxa de desemprego tenha permanecido nos 9.1%, não foram gerados novos empregos, quando o mercado aguardava um valor de +75 mil. A decepção foi agravada pelo facto de os postos de trabalho criados em Julho terem sido revistos em baixa, de 117 mil para somente 85 mil.

No caldo que envolve o EUR/USD, inclui-se a revisão em baixa do crescimento nos EUA e na Zona Euro para 2011 e 2012 feito por vários organismos e as consequências para o andamento da política monetária. No caso americano, o Presidente da Reserva Federal (Fed) veio confirmar que o banco central está preparado para utilizar um conjunto de ferramentas monetárias adicionais de modo a ajudar a retoma económica. Ben Bernanke confirmou que na 1ª metade do ano o crescimento económico foi consideravelmente mais fraco do que se previa. Por outro lado, com a inflação a mostrar-se estável, em resultado de preços das matérias-primas mais moderados; as taxas dos fed funds irão permaner em níveis excepcionalmente baixos até meados de 2013. Assim, na reunião do FOMC de dia 20 e 21 de Setembro, deverão surgir medidas mais concretas. Na UEM, o Presidente Trichet indicou que o processo de subida das taxas de juro iniciado em Julho está comprometido, uma vez que a crise da dívida soberana está a comprometer o crescimento económico na região.

Ajuda este cenário, o facto da taxa de inflação permanecer estabilizada nos 2.5% (na UEM), embora acima do objectivo central dos 2%. Contudo, é notória a diminuição das pressões inflacionistas, nomeadamente nas classes da energia e da alimentação. Entretanto, o agregado monetário M3 da Zona Euro cresceu em Julho a uma taxa anualizada de 2.0%, inferior aos 2.2% de Junho, e a média dos últimos 3 meses foi de 2.1%, abaixo da referência de 4.5%, acima do qual o BCE acha que está em perigo a estabilidade dos preços. O abrandamento no crédito ao sector privado e à compra de habitação contribuiram para esta evolução.

A monitorização de todo este tipo de informação irá continuar, visto os investidores estarem necessitados de maior clareza quanto ao futuro, de modo a gerirem de forma mais convicta os seus activos.

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