A taxa pouco social

11-01-2013
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Os preços de bens e serviços voltaram a subir pelo segundo mês consecutivo. A inflação acelerou para 4,1% em Abril. E a previsão de crescimento dos salários, arrisca a Comissão Europeia, é negativa: encolhem 1,3%.

Juntando estas variáveis, os portugueses chegam a um número que é tudo menos mágico: 5,4%, que é quanto irá desvalorizar o seu poder de compra, um valor que caminha a passos largos para os valores dramáticos que se registaram no ano seguinte à intervenção do FMI em Portugal, em que a perda do poder de compra chegou a 9,2%. É com estas ‘boas notícias' nas mãos que os portugueses assistem à discussão à volta da taxa social única. Reduz? Aumenta? E, a cortar nessa taxa, como vai o futuro governo compensar a quebra de receitas fiscais? Que outros impostos está disposto a aumentar? Os partidos andam por estes dias entretidos no diz e desdiz das promessas eleitorais, quando a ‘troika' já revelou que a redução das contribuições sociais que as empresas pagam ao Estado deverá avançar. Os portugueses, que já estão entre os europeus com a maior carga fiscal em IRS e contribuições para Segurança Social, já sabem que as variáveis das suas contas vão continuar a agravar-se. Mas é ainda mais penoso quando não se sabe qual a força da pancada que está para vir. Nesta altura do campeonato eleitoral, os líderes políticos já deviam ter assumido claramente os riscos das suas decisões e, com isso, tornar as contas mais claras. Simplesmente porque a fórmula que definirem vai mexer (ainda mais) nos salários dos portugueses. - Jorge Costa, Lisboa

Os preços de bens e serviços voltaram a subir pelo segundo mês consecutivo. A inflação acelerou para 4,1% em Abril. E a previsão de crescimento dos salários, arrisca a Comissão Europeia, é negativa: encolhem 1,3%.

Juntando estas variáveis, os portugueses chegam a um número que é tudo menos mágico: 5,4%, que é quanto irá desvalorizar o seu poder de compra, um valor que caminha a passos largos para os valores dramáticos que se registaram no ano seguinte à intervenção do FMI em Portugal, em que a perda do poder de compra chegou a 9,2%. É com estas ‘boas notícias' nas mãos que os portugueses assistem à discussão à volta da taxa social única. Reduz? Aumenta? E, a cortar nessa taxa, como vai o futuro governo compensar a quebra de receitas fiscais? Que outros impostos está disposto a aumentar? Os partidos andam por estes dias entretidos no diz e desdiz das promessas eleitorais, quando a ‘troika' já revelou que a redução das contribuições sociais que as empresas pagam ao Estado deverá avançar. Os portugueses, que já estão entre os europeus com a maior carga fiscal em IRS e contribuições para Segurança Social, já sabem que as variáveis das suas contas vão continuar a agravar-se. Mas é ainda mais penoso quando não se sabe qual a força da pancada que está para vir. Nesta altura do campeonato eleitoral, os líderes políticos já deviam ter assumido claramente os riscos das suas decisões e, com isso, tornar as contas mais claras. Simplesmente porque a fórmula que definirem vai mexer (ainda mais) nos salários dos portugueses. - Jorge Costa, Lisboa

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