Norteamos: Do Localismo

02-07-2011
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Há uns dias, um colunista escreveu num jornal local de Guimarães que «Nestes últimos tempos muito se tem falado no eixo Guimarães – Braga, região Minho e até na regionalização. Não sei porquê, mas de cada vez que vêm com muito alarido em torno do Minho, eu não consigo deixar de ficar logo de pé atrás. Já sei que aí vem mais uma investida. Aí vem Braga a querer pôr-se em bicos de pés. [...] O meu maior receio, enquanto vimaranense, foi que ao avançar para uma regionalização ou uma descentralização, Guimarães continuasse ostracizada e alheada dos centros de poder».Esta postura bairrista e localista foi denunciada por Carlos Abreu Amorim nas páginas do Correio da Manhã : «Regionalizar é dar poder. Há dois contra-argumentos base – o primeiro crê que o País deve ser governado a partir de um centro de poder quase único que pode ter postos avançados pelo resto do território (desconcentração) mas que será sempre o dono da decisão. Depois há este localismo: não importa se o todo (incluindo a minha parte) está mal desde que o meu vizinho não pareça ficar em melhor situação do que eu. Poucas coisas são tão difíceis como dar poder. Sobretudo quando quem mais teria a ganhar com isso não entende que o poder beneficia sempre os que lhe estão mais próximos – se o meu vizinho fica bem é porque eu estou melhor do que antes.»Nunca duvidei de que haveria resposta. Ainda que a referência tenha sido demolidoramente crítica e acertada, qualquer bairrista que se preze tem que fazer eco da sua visão. Diz o ilustre colunista: «O meu comentário queria dizer, exactamente aquilo que lá estava. Não era referente a regionalização nenhuma. Falava na generalidade, abstraído da interpretação política que o mesmo poderia ter. Mas se quer mesmo saber, não sou regionalista. E não reconheço ao Porto ou a Braga – e respectivas classes políticas – qualidades que me façam querer suspirar pela sua ascensão. Vejo melhor por cá. Mas ainda assim, mal por mal, prefiro ficar como estou. Incompetência por incompetência, que se mantenha – e este mantenha tem o sentido amancebado da coisa – apenas uma, a actual, a centralista, que já sai bastante cara.»Esclarecidos? Nós também não... Ao menos descobrimos o Decálogo do Localista.


Há uns dias, um colunista escreveu num jornal local de Guimarães que «Nestes últimos tempos muito se tem falado no eixo Guimarães – Braga, região Minho e até na regionalização. Não sei porquê, mas de cada vez que vêm com muito alarido em torno do Minho, eu não consigo deixar de ficar logo de pé atrás. Já sei que aí vem mais uma investida. Aí vem Braga a querer pôr-se em bicos de pés. [...] O meu maior receio, enquanto vimaranense, foi que ao avançar para uma regionalização ou uma descentralização, Guimarães continuasse ostracizada e alheada dos centros de poder».Esta postura bairrista e localista foi denunciada por Carlos Abreu Amorim nas páginas do Correio da Manhã : «Regionalizar é dar poder. Há dois contra-argumentos base – o primeiro crê que o País deve ser governado a partir de um centro de poder quase único que pode ter postos avançados pelo resto do território (desconcentração) mas que será sempre o dono da decisão. Depois há este localismo: não importa se o todo (incluindo a minha parte) está mal desde que o meu vizinho não pareça ficar em melhor situação do que eu. Poucas coisas são tão difíceis como dar poder. Sobretudo quando quem mais teria a ganhar com isso não entende que o poder beneficia sempre os que lhe estão mais próximos – se o meu vizinho fica bem é porque eu estou melhor do que antes.»Nunca duvidei de que haveria resposta. Ainda que a referência tenha sido demolidoramente crítica e acertada, qualquer bairrista que se preze tem que fazer eco da sua visão. Diz o ilustre colunista: «O meu comentário queria dizer, exactamente aquilo que lá estava. Não era referente a regionalização nenhuma. Falava na generalidade, abstraído da interpretação política que o mesmo poderia ter. Mas se quer mesmo saber, não sou regionalista. E não reconheço ao Porto ou a Braga – e respectivas classes políticas – qualidades que me façam querer suspirar pela sua ascensão. Vejo melhor por cá. Mas ainda assim, mal por mal, prefiro ficar como estou. Incompetência por incompetência, que se mantenha – e este mantenha tem o sentido amancebado da coisa – apenas uma, a actual, a centralista, que já sai bastante cara.»Esclarecidos? Nós também não... Ao menos descobrimos o Decálogo do Localista.

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