Em direto/ António Ramalho. "Novo Banco não é um ás para ser jogado no jogo político"

15-09-2020
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António Ramalho, na resposta ao PSD, começando pela garantia sobre as vendas a partes relacionadas: “Eu cumpro a lei, com uma exigência enorme, pura e simplesmente, sendo empresas reguladas pela FSA ou a SEC (reguladores britânico e norte-americano) – eu não aceitaria gerir um banco em que essas transações fossem feitas. Se isso se comprovar pode voltar a chamar-me cá na qualidade de ex-presidente do Novo Banco”.

António Ramalho recusa que o Novo Banco tivesse muito tempo para vender os ativos – nós não estamos adiantados, estamos 4 anos atrasados”, porque se o BES tivesse ‘limpo a casa’ como os outros fizeram na altura certa, então o desenho deste processo do Novo Banco “seria bem diferente”.

Todos os bancos tiveram de acelerar nas vendas de imobiliário, diz António Ramalho, recordando as palavras de Daniele Nouy, líder do supervisor bancário europeu: “If not now, when?”, ou seja, se os ativos não forem vendidos agora, vão ser vendidos quando?

O líder do Novo Banco recusa que haja um problema de incentivos no processo. “Não há transação nenhuma que não seja discutido e aprovado pelo Fundo de Resolução, em defesa do interesse público”, diz António Ramalho, lembrando que há uma comissão de monitorização dos negócios que são feitos que se reúne todas as sexta-feiras.

Ramalho garante que foram feitas muitas vendas com resultados positivos, inclusivé por valores que hoje em dia os investidores já não pagariam tanto. “Se podíamos vender melhor se fosse caso a caso? Claro, mas não tenho 20 anos para vender isto”.

Sobre a GNB Vida, há uma dimensão ética e técnica. Ética foi que esta transação foi colocada como uma venda em que o que tínhamos era o Novo Banco a vender seguradora a um gestor condenado por corrupção. A mentira tem perna curta: a ASF veio dizer quatro horas depois que o comprador não tinha nada a ver com Greg Lindberg, e o Fundo de Resolução sublinhou que o valor da venda foi feito ao valor de mercado”.

“Ainda hoje estou à espera de um pedido de desculpas por parte do jornal que escreveu isto”.

Sobre o valor, “gostaríamos de ter vendido mais caro mas foi numa altura de baixas taxas de juro”, o que penaliza muito uma seguradora com o perfil da antiga GNB Vida (hoje GamaLife).

“Não sei até que ponto é que este entusiasmo todo com a GNB Vida não é para lançar uma longa dúvida sobre quanto valia a seguradora antes – quase 700 milhões de euros: a forma como ela estava contabilizada no banco era o normal, era o valor contabilístico (porque é detido a 100%). Se alguém me perguntar quando vale o Banco Best [detido a 100% pelo Novo Banco], não sei, porque não está à venda. No dia que quiser vender, se quiser vender, tenho de colocar nos ativos disponíveis para venda e aí tenho de fazer uma avaliação”, diz António Ramalho, usando esse ativo como exemplo.

António Ramalho, na resposta ao PSD, começando pela garantia sobre as vendas a partes relacionadas: “Eu cumpro a lei, com uma exigência enorme, pura e simplesmente, sendo empresas reguladas pela FSA ou a SEC (reguladores britânico e norte-americano) – eu não aceitaria gerir um banco em que essas transações fossem feitas. Se isso se comprovar pode voltar a chamar-me cá na qualidade de ex-presidente do Novo Banco”.

António Ramalho recusa que o Novo Banco tivesse muito tempo para vender os ativos – nós não estamos adiantados, estamos 4 anos atrasados”, porque se o BES tivesse ‘limpo a casa’ como os outros fizeram na altura certa, então o desenho deste processo do Novo Banco “seria bem diferente”.

Todos os bancos tiveram de acelerar nas vendas de imobiliário, diz António Ramalho, recordando as palavras de Daniele Nouy, líder do supervisor bancário europeu: “If not now, when?”, ou seja, se os ativos não forem vendidos agora, vão ser vendidos quando?

O líder do Novo Banco recusa que haja um problema de incentivos no processo. “Não há transação nenhuma que não seja discutido e aprovado pelo Fundo de Resolução, em defesa do interesse público”, diz António Ramalho, lembrando que há uma comissão de monitorização dos negócios que são feitos que se reúne todas as sexta-feiras.

Ramalho garante que foram feitas muitas vendas com resultados positivos, inclusivé por valores que hoje em dia os investidores já não pagariam tanto. “Se podíamos vender melhor se fosse caso a caso? Claro, mas não tenho 20 anos para vender isto”.

Sobre a GNB Vida, há uma dimensão ética e técnica. Ética foi que esta transação foi colocada como uma venda em que o que tínhamos era o Novo Banco a vender seguradora a um gestor condenado por corrupção. A mentira tem perna curta: a ASF veio dizer quatro horas depois que o comprador não tinha nada a ver com Greg Lindberg, e o Fundo de Resolução sublinhou que o valor da venda foi feito ao valor de mercado”.

“Ainda hoje estou à espera de um pedido de desculpas por parte do jornal que escreveu isto”.

Sobre o valor, “gostaríamos de ter vendido mais caro mas foi numa altura de baixas taxas de juro”, o que penaliza muito uma seguradora com o perfil da antiga GNB Vida (hoje GamaLife).

“Não sei até que ponto é que este entusiasmo todo com a GNB Vida não é para lançar uma longa dúvida sobre quanto valia a seguradora antes – quase 700 milhões de euros: a forma como ela estava contabilizada no banco era o normal, era o valor contabilístico (porque é detido a 100%). Se alguém me perguntar quando vale o Banco Best [detido a 100% pelo Novo Banco], não sei, porque não está à venda. No dia que quiser vender, se quiser vender, tenho de colocar nos ativos disponíveis para venda e aí tenho de fazer uma avaliação”, diz António Ramalho, usando esse ativo como exemplo.

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