Negociações para coligação pré-eleitoral só em 2015

25-10-2014
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Negociações para coligação pré-eleitoral só em 2015

Inês David Bastos

00:05

O CDS queria começar já a negociar o acordo para as eleições legislativas de 2015 com o PSD, mas Passos está irredutível: só mais tarde.

Primeiro foi o PSD a querer, há alguns meses, e o CDS a fazer-se difícil por querer esperar pelo orçamento. Agora, com a vitória expressiva de António Costa no PS, é o CDS que quer começar a delinear estratégias futuras e é o PSD que responde: só em 2015.

Para Passos e PSD este é o tempo de discutir o orçamento e um acordo para 2015 "só deve acontecer em ano eleitoral, para que não haja ruído por cima do orçamento". Isto é, os passos a dar, que serão muitos, desde reuniões dos conselhos nacionais e encontros formais com líderes, só acontecem a partir de Janeiro.

É este o estado do folhetim coligação pré-eleitoral na maioria, um tema que nunca foi abordado directamente no primeiro dia das jornadas parlamentares dos dois partidos, mas que esteve presente nas entrelinhas e nas conversas de bastidores.

Em declarações ao Económico, Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada do PSD, foi claro: "cada coisa a seu tempo, agora tratamos do orçamento".

No CDS há mais pressa. Vários deputados disseram ao Economico que no actual contexto as negociações já deviam ter arrancado porque os partidos têm de unir-se em torno de uma estratégia perante uma oposição que está mais forte com a entrada de Costa em cena. Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS, diz mesmo que a coligação ê desejável.

Também Carlos Abreu Amorim acha que unem acordo de coligação pré-eleitoral para as legislativas do próximo ano "é natural". Não "fazia sentido os dois partidos do Governo não irem juntos porque vão ser julgados pelo mesmo trabalho", frisou.

Mas se na bancada do CDS todos os deputados defendem uma coligação para 2015, no PSD podem "surgir resistências quando o processo arrancar". De onde? Das distritais, dizem vários social democratas. É a nível local que existem mais reservas porque na direcção do partido é dado como certo que terão ambos de ser julgados juntos nas eleições de 2015.

Mas se o assunto já faz parte das conversas dos deputados, sobretudo no CDS, a direcção do PSD garantiu ontem ao Económico que a coligação pre-eleitoral ainda nem está a ser discutida no partido. Até porque terá uma dimensão mais alargada, abrangendo as Presidenciais, pelo que deve ser tratada com "cuidado" e já depois do orçamento.

O PSD faz questão de demarcar este Orçamento da questão eleitoral, daí remeter estes assuntos para 2015, remata a mesma fonte da direcção. Ou o acordo teria sido feito há meses ou agora, em cima do orçamento não, diz Abreu Amorim. No CDS, não se percebe a estratégia de Passos.

Negociações para coligação pré-eleitoral só em 2015

Inês David Bastos

00:05

O CDS queria começar já a negociar o acordo para as eleições legislativas de 2015 com o PSD, mas Passos está irredutível: só mais tarde.

Primeiro foi o PSD a querer, há alguns meses, e o CDS a fazer-se difícil por querer esperar pelo orçamento. Agora, com a vitória expressiva de António Costa no PS, é o CDS que quer começar a delinear estratégias futuras e é o PSD que responde: só em 2015.

Para Passos e PSD este é o tempo de discutir o orçamento e um acordo para 2015 "só deve acontecer em ano eleitoral, para que não haja ruído por cima do orçamento". Isto é, os passos a dar, que serão muitos, desde reuniões dos conselhos nacionais e encontros formais com líderes, só acontecem a partir de Janeiro.

É este o estado do folhetim coligação pré-eleitoral na maioria, um tema que nunca foi abordado directamente no primeiro dia das jornadas parlamentares dos dois partidos, mas que esteve presente nas entrelinhas e nas conversas de bastidores.

Em declarações ao Económico, Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada do PSD, foi claro: "cada coisa a seu tempo, agora tratamos do orçamento".

No CDS há mais pressa. Vários deputados disseram ao Economico que no actual contexto as negociações já deviam ter arrancado porque os partidos têm de unir-se em torno de uma estratégia perante uma oposição que está mais forte com a entrada de Costa em cena. Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS, diz mesmo que a coligação ê desejável.

Também Carlos Abreu Amorim acha que unem acordo de coligação pré-eleitoral para as legislativas do próximo ano "é natural". Não "fazia sentido os dois partidos do Governo não irem juntos porque vão ser julgados pelo mesmo trabalho", frisou.

Mas se na bancada do CDS todos os deputados defendem uma coligação para 2015, no PSD podem "surgir resistências quando o processo arrancar". De onde? Das distritais, dizem vários social democratas. É a nível local que existem mais reservas porque na direcção do partido é dado como certo que terão ambos de ser julgados juntos nas eleições de 2015.

Mas se o assunto já faz parte das conversas dos deputados, sobretudo no CDS, a direcção do PSD garantiu ontem ao Económico que a coligação pre-eleitoral ainda nem está a ser discutida no partido. Até porque terá uma dimensão mais alargada, abrangendo as Presidenciais, pelo que deve ser tratada com "cuidado" e já depois do orçamento.

O PSD faz questão de demarcar este Orçamento da questão eleitoral, daí remeter estes assuntos para 2015, remata a mesma fonte da direcção. Ou o acordo teria sido feito há meses ou agora, em cima do orçamento não, diz Abreu Amorim. No CDS, não se percebe a estratégia de Passos.

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