Octávio V. Gonçalves: Os mega-agrupamentos e a potenciação de conflitos político-sociais futuros

22-01-2012
marcar artigo


Excluindo motivações de natureza financeira a curto prazo, não é perceptível qualquer outra racionalidade que sustente o projecto, herdado do socratismo, mas que este Governo se propõem prosseguir, de constituição de mega-agrupamentos.
Por diversas vezes, expus, neste blogue, um núcleo de argumentos que justificam, quer a irracionalidade pedagógica desta opção, com implicações negativas nas aprendizagens dos alunos e no trabalho dos professores, quer os riscos desenvolvimentais, a nível psicossocial e comportamental, que podem advir das relações interpessoais potenciadas por grandes concentrações de jovens com idades, experiências e mundividências muito diferenciadas.
A esses argumentos junta-se, por força da conjuntura económico-financeira actual e das ameaças de conflitualidade social que a mesma encerra, um outro bem mais severo e ameaçador para o equilíbrio social e a segurança: os mega-agrupamentos terão um impacto não negligenciável na distribuição populacional e numa inegável maior concentração de pessoas, além de favorecerem o desenvolvimento, nos jovens, de processos e mecanismos atitudinais e comportamentais próprios de grandes aglomerados, os quais não deixarão de formatar a reactividade característica dos grandes grupos, pautada por um menor controlo da agressividade, decorrente de processos de contágio, desindividuação e difusão de responsabilidade, sobretudo em situações de dificuldades e de frustração generalizadas.
Juntando a concentração de pessoas, a miserabilidade social que se anuncia, o desemprego e a falta de perspectivas de futuro à aprendizagem dos processos reactivos descritos e que os mega-agrupamentos começarão a propiciar, teremos o caldo para favorecer a emergência e a escalada da conflitualidade político-social.
O que se poupa agora, desbaratar-se-á no futuro.
Apostar em escolas de pequena e média dimensão tornar-se-á, brevemente e à semelhança da consciência e das práticas que vão emergindo em países mais desenvolvidos, uma questão de segurança nacional.
Pensem nisto!...


Excluindo motivações de natureza financeira a curto prazo, não é perceptível qualquer outra racionalidade que sustente o projecto, herdado do socratismo, mas que este Governo se propõem prosseguir, de constituição de mega-agrupamentos.
Por diversas vezes, expus, neste blogue, um núcleo de argumentos que justificam, quer a irracionalidade pedagógica desta opção, com implicações negativas nas aprendizagens dos alunos e no trabalho dos professores, quer os riscos desenvolvimentais, a nível psicossocial e comportamental, que podem advir das relações interpessoais potenciadas por grandes concentrações de jovens com idades, experiências e mundividências muito diferenciadas.
A esses argumentos junta-se, por força da conjuntura económico-financeira actual e das ameaças de conflitualidade social que a mesma encerra, um outro bem mais severo e ameaçador para o equilíbrio social e a segurança: os mega-agrupamentos terão um impacto não negligenciável na distribuição populacional e numa inegável maior concentração de pessoas, além de favorecerem o desenvolvimento, nos jovens, de processos e mecanismos atitudinais e comportamentais próprios de grandes aglomerados, os quais não deixarão de formatar a reactividade característica dos grandes grupos, pautada por um menor controlo da agressividade, decorrente de processos de contágio, desindividuação e difusão de responsabilidade, sobretudo em situações de dificuldades e de frustração generalizadas.
Juntando a concentração de pessoas, a miserabilidade social que se anuncia, o desemprego e a falta de perspectivas de futuro à aprendizagem dos processos reactivos descritos e que os mega-agrupamentos começarão a propiciar, teremos o caldo para favorecer a emergência e a escalada da conflitualidade político-social.
O que se poupa agora, desbaratar-se-á no futuro.
Apostar em escolas de pequena e média dimensão tornar-se-á, brevemente e à semelhança da consciência e das práticas que vão emergindo em países mais desenvolvidos, uma questão de segurança nacional.
Pensem nisto!...

marcar artigo