Octávio V. Gonçalves: Corrida aos saldos nas universidades portuguesas

22-01-2012
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Depois do programa "maiores de 23", a decisão do CRUP, em credenciar com mestrado os licenciados pré-Bolonha, vem confirmar a tendência para tornar corriqueira e facilitista a obtenção de graus universitários, especificamente em cursos menos exigentes e que não garantem empregabilidade, apenas por motivações economicistas de exploração do nicho de financiamento que pode advir do universo de milhares de licenciados.
O Ramiro já se referiu aqui, a esta decisão do CRUP, e com um acerto que subscrevo, qualificando-a de "pouca vergonha".
A banalização da formação universitária e a consequente desvalorização das graduações académicas, sobretudo para quem teve que realizar mestrados e doutoramentos na fase pré-Bolonha, é um atentado à imprescindível garantia de qualidade (de que o país carece, como pão para a boca) e à necessidade de reconhecimento, na sociedade e no mundo empresarial, das qualificações universitárias, e tudo a troco de oportunidades de financiamento, numa luta desesperada pela sobrevivência, por parte de muitas das instituições de ensino superior.
É caso para temermos que o espírito comercial do "Black Friday" está prestes a aterrar nas universidades.
Se esta ideia peregrina da campanha de saldos for implementada, então, incentivo os mestres pré-Bolonha a exigirem também a sua promoção a doutorados, o que não deixará de constituir, na lógica do presidente do CRUP, uma reivindicação de igual justiça e equidade.
A prosseguirmos este caminho, brevemente seremos um país falido, com os mais elevados níveis de desemprego qualificado em toda a Europa, mas, para gáudio nacional e excitação socrática, atulhados de paletes de mestres e doutores de "aviário".

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Depois do programa "maiores de 23", a decisão do CRUP, em credenciar com mestrado os licenciados pré-Bolonha, vem confirmar a tendência para tornar corriqueira e facilitista a obtenção de graus universitários, especificamente em cursos menos exigentes e que não garantem empregabilidade, apenas por motivações economicistas de exploração do nicho de financiamento que pode advir do universo de milhares de licenciados.
O Ramiro já se referiu aqui, a esta decisão do CRUP, e com um acerto que subscrevo, qualificando-a de "pouca vergonha".
A banalização da formação universitária e a consequente desvalorização das graduações académicas, sobretudo para quem teve que realizar mestrados e doutoramentos na fase pré-Bolonha, é um atentado à imprescindível garantia de qualidade (de que o país carece, como pão para a boca) e à necessidade de reconhecimento, na sociedade e no mundo empresarial, das qualificações universitárias, e tudo a troco de oportunidades de financiamento, numa luta desesperada pela sobrevivência, por parte de muitas das instituições de ensino superior.
É caso para temermos que o espírito comercial do "Black Friday" está prestes a aterrar nas universidades.
Se esta ideia peregrina da campanha de saldos for implementada, então, incentivo os mestres pré-Bolonha a exigirem também a sua promoção a doutorados, o que não deixará de constituir, na lógica do presidente do CRUP, uma reivindicação de igual justiça e equidade.
A prosseguirmos este caminho, brevemente seremos um país falido, com os mais elevados níveis de desemprego qualificado em toda a Europa, mas, para gáudio nacional e excitação socrática, atulhados de paletes de mestres e doutores de "aviário".

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