Octávio V. Gonçalves: Muitas peças do Diário de Notícias mais parecem um certo jornalismo de militância a favor de Sócrates e do PS

03-07-2011
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Vão longe os tempos em que adquiria e lia, quase diariamente, o Diário de Notícias (DN), o qual era reconhecido como um referencial de independência, de valores e de jornalismo de qualidade. Hoje em dia, o DN, salvo um ou outro colunista, adoptou uma linha editorial de apoio e suporte descarados a este governo e a Sócrates, em particular.Só assim se entende a notícia publicada hoje no DN, a partir de um artigo de opinião de Marcos Perestrello, saído no Expresso de 22 de Agosto, a qual, das duas, uma: ou estamos perante uma peça encomendada pela Direcção do PS, numa tentativa imbecil de passar a mão pelo pêlo dos professores (se estão genuinamente interessados em mostrar a bandeira branca do mea culpa comecem por revogar, de imediato, a divisão da carreira e o modelo de avaliação, anulando os seus efeitos - não pela continuação e consolidação provocatórias destas medidas que os professores rejeitam); ou, então, trata-se de mais um exercício de mau jornalismo que a partir de um artigo de opinião, de quem apenas procura fazer pela vidinha no concelho de Oeiras (pois, lá os professores também votam), extrapola, de modo absolutamente injustificado e desconexo, para uma estratégia da Direcção do PS, quando no corpo do artigo não é, em nenhum momento, invocado o estatuto de membro da Direcção do PS, nem Marcos Perestrello alguma vez falou em nome dessa estrutura do partido.Compreende-se o objectivo do DN, mais uma vez apostado em mistificar a medíocre governação de Sócrates, lançando para as páginas do jornal pretensos balões de ensaio ou bóias de salvação nas áreas mais problemáticas da governação e passando a ideia aos professores e aos leitores em geral de uma pretensa abertura do PS para com as reivindicações dos professores. Pois, nada de mais falso, uma vez que o PS continua apostado na afronta aos professores, como as recentes deliberações do Conselho de Ministros o comprovam, a propósito da miserável divisão da carreira e do modelo de avaliação. Os portugueses já não se deixam enganar por estas manipulações e malabarismos de linguagem.Convém lembrar aos jornalistas e ao director do DN, tão críticos das listas do PSD, que os deputados do PS que, no decurso da legislatura, se opuseram, no Parlamento, às políticas educativas de Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues foram banidos das listas de candidatos a deputados do PS.Aconselha-se o DN, a Direcção do PS, Sócrates e o governo a não subestimarem a inteligência, a memória e a vontade dos professores.Aliás, no dia 27 de Setembro, a importância dos professores, das suas famílias e dos seus amigos far-se-á sentir em todos os círculos eleitorais do país, mostrando a Sócrates, pela segunda vez, que a estratégia de afrontar os professores foi o seu erro político fatal.Ainda a propósito da indisfarçada subserviência do DN ao projecto de poder protagonizado por Sócrates e pelo seu governo, aconselho, vivamente, a leitura do artigo do colega e amigo António Fortuna, publicado no Semanário Transmontano, sob o tema "Ai Portugal, não te cuides!" (ler AQUI).


Vão longe os tempos em que adquiria e lia, quase diariamente, o Diário de Notícias (DN), o qual era reconhecido como um referencial de independência, de valores e de jornalismo de qualidade. Hoje em dia, o DN, salvo um ou outro colunista, adoptou uma linha editorial de apoio e suporte descarados a este governo e a Sócrates, em particular.Só assim se entende a notícia publicada hoje no DN, a partir de um artigo de opinião de Marcos Perestrello, saído no Expresso de 22 de Agosto, a qual, das duas, uma: ou estamos perante uma peça encomendada pela Direcção do PS, numa tentativa imbecil de passar a mão pelo pêlo dos professores (se estão genuinamente interessados em mostrar a bandeira branca do mea culpa comecem por revogar, de imediato, a divisão da carreira e o modelo de avaliação, anulando os seus efeitos - não pela continuação e consolidação provocatórias destas medidas que os professores rejeitam); ou, então, trata-se de mais um exercício de mau jornalismo que a partir de um artigo de opinião, de quem apenas procura fazer pela vidinha no concelho de Oeiras (pois, lá os professores também votam), extrapola, de modo absolutamente injustificado e desconexo, para uma estratégia da Direcção do PS, quando no corpo do artigo não é, em nenhum momento, invocado o estatuto de membro da Direcção do PS, nem Marcos Perestrello alguma vez falou em nome dessa estrutura do partido.Compreende-se o objectivo do DN, mais uma vez apostado em mistificar a medíocre governação de Sócrates, lançando para as páginas do jornal pretensos balões de ensaio ou bóias de salvação nas áreas mais problemáticas da governação e passando a ideia aos professores e aos leitores em geral de uma pretensa abertura do PS para com as reivindicações dos professores. Pois, nada de mais falso, uma vez que o PS continua apostado na afronta aos professores, como as recentes deliberações do Conselho de Ministros o comprovam, a propósito da miserável divisão da carreira e do modelo de avaliação. Os portugueses já não se deixam enganar por estas manipulações e malabarismos de linguagem.Convém lembrar aos jornalistas e ao director do DN, tão críticos das listas do PSD, que os deputados do PS que, no decurso da legislatura, se opuseram, no Parlamento, às políticas educativas de Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues foram banidos das listas de candidatos a deputados do PS.Aconselha-se o DN, a Direcção do PS, Sócrates e o governo a não subestimarem a inteligência, a memória e a vontade dos professores.Aliás, no dia 27 de Setembro, a importância dos professores, das suas famílias e dos seus amigos far-se-á sentir em todos os círculos eleitorais do país, mostrando a Sócrates, pela segunda vez, que a estratégia de afrontar os professores foi o seu erro político fatal.Ainda a propósito da indisfarçada subserviência do DN ao projecto de poder protagonizado por Sócrates e pelo seu governo, aconselho, vivamente, a leitura do artigo do colega e amigo António Fortuna, publicado no Semanário Transmontano, sob o tema "Ai Portugal, não te cuides!" (ler AQUI).

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