Octávio V. Gonçalves: A política troca-tintas: em todas as pastas haverá novos ministros, ou seja, velhos ministros

03-07-2011
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Preparava-me para postar um texto sobre o despedimento em directo (chamar-lhe-ia mais remoção, tratando-se de um cadáver político há muito em processo de putrefacção) e por justa causa de Maria de Lurdes Rodrigues, quando fui, hoje, surpreendido pela hermenêutica de Sócrates, desdizendo o que, ontem, dissera tão explicitamente a uma questão colocada por Clara de Sousa e visando a eventual recondução da actual ministra da Educação.Numa jogada de aparências e de mera estratégia eleitoralista, mas sem substância, pois o discurso oficial do ME é o de que foi tudo “muito positivo” e, como tal, deve-se aprofundar e consolidar, Sócrates está empenhado em vender a ideia de algum arrependimento e da assunção de um outro erro, sem nunca ter a honestidade de concretizar o que está mal e o que mudaria (recorrendo sempre ao exemplo da simplificação do processo de avaliação, quando toda a gente sabe que essa medida é transitória).É no contexto desta habilidade manhosa que Sócrates foi, ontem, confrontado relativamente à manutenção de Maria de Lurdes Rodrigues. Respondeu Sócrates: “em todas as pastas haverá novos ministros”.Tendo em conta a enormidade inerente à generalização que ontem fizera, Sócrates veio, hoje, dizer que não disse o que de facto e, reiteradamente, disse.O problema de Sócrates é, efectivamente, um problema de credibilidade e de carácter. Este homem não atribui qualquer valor ao que diz ou ao que promete, pelo que não é confiável.Na votação de 27 de Setembro já não estão em jogo atitudes ou medidas políticas, está em causa a questão de carácter do primeiro-ministro de Portugal. Um país com 800 anos de história não pode sufragar para primeiro-ministro uma pessoa com graves distorções de carácter.Se, a 27 de Setembro, os portugueses reconduzirem no cargo de primeiro-ministro um troca-tintas deste quilate, eu, pese embora o respeito pela escolha democrática dos cidadãos, ponderarei colocar uma faixa preta bem visível em casa, em sinal de luto pela morte de valores e de princípios nucleares, nomeadamente aquele que aprendi directamente em casa: o valor da palavra dada.É uma traiçoeira ironia da história que tenha sido dado o nome de Sócrates a este homem, uma vez que ele está nos antípodas do grande filósofo Sócrates, incarnando, ao invés, o mais grotesco dos sofistas.Na sua dimensão política, Sócrates é uma pessoa repugnante que mente de forma compulsiva.


Preparava-me para postar um texto sobre o despedimento em directo (chamar-lhe-ia mais remoção, tratando-se de um cadáver político há muito em processo de putrefacção) e por justa causa de Maria de Lurdes Rodrigues, quando fui, hoje, surpreendido pela hermenêutica de Sócrates, desdizendo o que, ontem, dissera tão explicitamente a uma questão colocada por Clara de Sousa e visando a eventual recondução da actual ministra da Educação.Numa jogada de aparências e de mera estratégia eleitoralista, mas sem substância, pois o discurso oficial do ME é o de que foi tudo “muito positivo” e, como tal, deve-se aprofundar e consolidar, Sócrates está empenhado em vender a ideia de algum arrependimento e da assunção de um outro erro, sem nunca ter a honestidade de concretizar o que está mal e o que mudaria (recorrendo sempre ao exemplo da simplificação do processo de avaliação, quando toda a gente sabe que essa medida é transitória).É no contexto desta habilidade manhosa que Sócrates foi, ontem, confrontado relativamente à manutenção de Maria de Lurdes Rodrigues. Respondeu Sócrates: “em todas as pastas haverá novos ministros”.Tendo em conta a enormidade inerente à generalização que ontem fizera, Sócrates veio, hoje, dizer que não disse o que de facto e, reiteradamente, disse.O problema de Sócrates é, efectivamente, um problema de credibilidade e de carácter. Este homem não atribui qualquer valor ao que diz ou ao que promete, pelo que não é confiável.Na votação de 27 de Setembro já não estão em jogo atitudes ou medidas políticas, está em causa a questão de carácter do primeiro-ministro de Portugal. Um país com 800 anos de história não pode sufragar para primeiro-ministro uma pessoa com graves distorções de carácter.Se, a 27 de Setembro, os portugueses reconduzirem no cargo de primeiro-ministro um troca-tintas deste quilate, eu, pese embora o respeito pela escolha democrática dos cidadãos, ponderarei colocar uma faixa preta bem visível em casa, em sinal de luto pela morte de valores e de princípios nucleares, nomeadamente aquele que aprendi directamente em casa: o valor da palavra dada.É uma traiçoeira ironia da história que tenha sido dado o nome de Sócrates a este homem, uma vez que ele está nos antípodas do grande filósofo Sócrates, incarnando, ao invés, o mais grotesco dos sofistas.Na sua dimensão política, Sócrates é uma pessoa repugnante que mente de forma compulsiva.

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