Octávio V. Gonçalves: Chumbaria nas novas oportunidades

03-07-2011
marcar artigo


Enquadradas no princípio bizarro da valorização, sem critério e sem exigência, das aprendizagens proporcionadas pela escola da vida, as Novas Oportunidades, mais do que vocacionadas para um ensino e uma aprendizagem verdadeiramente qualificadores, desenvolvendo saberes e competências, têm-se quase restringido a processos, quantas vezes folclóricos, de certificação dos (parcos) conhecimentos e habilidades que os indivíduos já possuem.
Vem isto a propósito da circunstância de qualquer filósofo ficar aterrado com a concepção que os deputados do PS na Comissão de Inquérito ao caso PT/TVI, e especificamente Manuel Seabra, vêm manifestando acerca da "facticidade" e do que pode ter estatuto de "factos", assim reduzidos à materialidade mais tangível.
Uma constatação é clara: esta gente não leu mais nada desde o positivismo do século XIX, permanecendo como um tipo de fiéis depositários da filosofia positiva de A. Comte.
Trata-se de uma concepção, de tal forma anacrónica e desajustada das múltiplas dimensões ônticas do real, que estaria condenada a chumbar em Filosofia, mesmo que esta fosse descida ao nível do infantilismo que baliza muitas das exigências requeridas pelas Novas Oportunidades.


Enquadradas no princípio bizarro da valorização, sem critério e sem exigência, das aprendizagens proporcionadas pela escola da vida, as Novas Oportunidades, mais do que vocacionadas para um ensino e uma aprendizagem verdadeiramente qualificadores, desenvolvendo saberes e competências, têm-se quase restringido a processos, quantas vezes folclóricos, de certificação dos (parcos) conhecimentos e habilidades que os indivíduos já possuem.
Vem isto a propósito da circunstância de qualquer filósofo ficar aterrado com a concepção que os deputados do PS na Comissão de Inquérito ao caso PT/TVI, e especificamente Manuel Seabra, vêm manifestando acerca da "facticidade" e do que pode ter estatuto de "factos", assim reduzidos à materialidade mais tangível.
Uma constatação é clara: esta gente não leu mais nada desde o positivismo do século XIX, permanecendo como um tipo de fiéis depositários da filosofia positiva de A. Comte.
Trata-se de uma concepção, de tal forma anacrónica e desajustada das múltiplas dimensões ônticas do real, que estaria condenada a chumbar em Filosofia, mesmo que esta fosse descida ao nível do infantilismo que baliza muitas das exigências requeridas pelas Novas Oportunidades.

marcar artigo