Octávio V. Gonçalves: Da OCDE nem bom vento, nem bom pensamento

24-01-2012
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ler mais AQUI...Ou como isto pode ser falso e ter efeitos totalmente contraproducentes se não houver garantias que as condições e os critérios de administração dos prémios sejam equitativos, transparentes e assentes em mecanismos rigorosos e objectivos de avaliação. Nada disto está assegurado nas nossas escolas/agrupamentos. Veja-se (AQUI e AQUI…) a pantomina em que está transformado o 1º ciclo de avaliação, com atribuição de classificações na base de artificialismos subjectivos e díspares, de decisões discricionárias, de avaliações impressionistas, de secretismos ou de variações do arco da velha, quando se comparam processos e resultados entre escolas.Acontece que a actual organização das escolas, mercê em grande parte do novo modelo de gestão, propicia a ocorrência de favorecimentos pessoais e de inúmeras opacidades, não garantindo que fossem exactamente os melhores (também resta saber em quê – resultados dos alunos…, cumprimentos já de si obrigatórios…, produções folclóricas…, adulações várias…) a serem premiados.De um lado, o problema está, pois, nas circunstâncias locais e nas lógicas (ou falta delas) de atribuição de prémios.Do outro, existe a dificuldade inerente às dinâmicas motivacionais que dependem de recompensas extrínsecas e que se prendem com o seguinte:- para surtirem um efeito continuado necessitam de administrações repetidas dos incentivos, não sendo irrelevante a frequência com que os mesmos são oferecidos, além de que existe neste tipo de motivação, e no caso dos seres humanos, uma síndroma da dependência, isto é, para a realização dos mesmos efeitos vão-se tornando necessários aumentos sucessivos do reforço, pelo que a estratégia não resulta a prazo.Agora, de um modo mais irónico, convém ter presente um pormenor deveras importante, estabelecido vai para meio século pelo neobehaviorismo: se o incentivo monetário (a bolinha de queijo desta coisa) for administrado imediatamente após a resposta, então a eficácia gerada pela recompensa é incomparavelmente maior. Como tal, sugere-se a entrega imediata de um cheque de cada vez que um professor se liberte da sua mediana e atinja os pináculos da excelência, seja no final de uma aula, de uma reunião ou de qualquer outra actividade/projecto que tenha levado a cabo na escola.O extraordinário neste estudo é atentar-se nos países que o suportam e na circunstância de se tratar de uma encomenda que tem como destinatário o México.Estas propostas neoliberais tendem a subalternizar a força das motivações intrínsecas, submetendo a acção dos indivíduos a lógicas de produtividade e de recompensa material, dificilmente aplicáveis ao contexto escolar.Esquecem, porém, o poder mobilizador, tanto de valores como o respeito, a dignificação social, a preservação da autoridade e da autonomia pedagógica dos docentes ou o tratamento equitativo e justo dos mesmos, como da inexistência de entraves artificiais ou economicistas às expectativas de progressão dos indivíduos ou, ainda, do assegurar de condições de trabalho dignas e motivadoras.Catecúmeno da OCDE, será que A. Ventura se decidiu pela conversão de prémios monetários em quotas?Quanto valem as quotas no mercado de cotações?


ler mais AQUI...Ou como isto pode ser falso e ter efeitos totalmente contraproducentes se não houver garantias que as condições e os critérios de administração dos prémios sejam equitativos, transparentes e assentes em mecanismos rigorosos e objectivos de avaliação. Nada disto está assegurado nas nossas escolas/agrupamentos. Veja-se (AQUI e AQUI…) a pantomina em que está transformado o 1º ciclo de avaliação, com atribuição de classificações na base de artificialismos subjectivos e díspares, de decisões discricionárias, de avaliações impressionistas, de secretismos ou de variações do arco da velha, quando se comparam processos e resultados entre escolas.Acontece que a actual organização das escolas, mercê em grande parte do novo modelo de gestão, propicia a ocorrência de favorecimentos pessoais e de inúmeras opacidades, não garantindo que fossem exactamente os melhores (também resta saber em quê – resultados dos alunos…, cumprimentos já de si obrigatórios…, produções folclóricas…, adulações várias…) a serem premiados.De um lado, o problema está, pois, nas circunstâncias locais e nas lógicas (ou falta delas) de atribuição de prémios.Do outro, existe a dificuldade inerente às dinâmicas motivacionais que dependem de recompensas extrínsecas e que se prendem com o seguinte:- para surtirem um efeito continuado necessitam de administrações repetidas dos incentivos, não sendo irrelevante a frequência com que os mesmos são oferecidos, além de que existe neste tipo de motivação, e no caso dos seres humanos, uma síndroma da dependência, isto é, para a realização dos mesmos efeitos vão-se tornando necessários aumentos sucessivos do reforço, pelo que a estratégia não resulta a prazo.Agora, de um modo mais irónico, convém ter presente um pormenor deveras importante, estabelecido vai para meio século pelo neobehaviorismo: se o incentivo monetário (a bolinha de queijo desta coisa) for administrado imediatamente após a resposta, então a eficácia gerada pela recompensa é incomparavelmente maior. Como tal, sugere-se a entrega imediata de um cheque de cada vez que um professor se liberte da sua mediana e atinja os pináculos da excelência, seja no final de uma aula, de uma reunião ou de qualquer outra actividade/projecto que tenha levado a cabo na escola.O extraordinário neste estudo é atentar-se nos países que o suportam e na circunstância de se tratar de uma encomenda que tem como destinatário o México.Estas propostas neoliberais tendem a subalternizar a força das motivações intrínsecas, submetendo a acção dos indivíduos a lógicas de produtividade e de recompensa material, dificilmente aplicáveis ao contexto escolar.Esquecem, porém, o poder mobilizador, tanto de valores como o respeito, a dignificação social, a preservação da autoridade e da autonomia pedagógica dos docentes ou o tratamento equitativo e justo dos mesmos, como da inexistência de entraves artificiais ou economicistas às expectativas de progressão dos indivíduos ou, ainda, do assegurar de condições de trabalho dignas e motivadoras.Catecúmeno da OCDE, será que A. Ventura se decidiu pela conversão de prémios monetários em quotas?Quanto valem as quotas no mercado de cotações?

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