Octávio V. Gonçalves: O PSD, submerso nos atoleiros da semântica, deve uma explicação urgente aos professores

22-01-2012
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No dia 2 de Dezembro, o ME disponibilizou aos sindicatos um documento que incorpora os assim designados "princípios para a revisão do modelo de avaliação do desempenho" (ainda este fim-de-semana divulgarei a minha posição sobre o documento, aproveitando para tecer algumas considerações sobre linhas de base para uma avaliação séria e exequível, que contribua para desmistificar esta "vaca sagrada" e este interdito em que se tornou a avaliação dos professores).Volvidos três dias sobre a apresentação da proposta do ME, os deputados Pedro Duarte e Aguiar Branco (PSD) não esboçaram nenhuma reacção pública ao mesmo, o que é deveras preocupante e mostra a ligeireza e a falta de seriedade do PSD (e também, claro está, do PS) na forma como está a lidar com a questão da avaliação do desempenho.Os professores e o país têm o direito de saber o tipo de entendimento que foi congeminado entre o PS e o PSD a propósito da revogação da divisão na carreira e, sobretudo, da suspensão do modelo de avaliação, para que o PSD tenha violado grosseiramente um compromisso eleitoral e o PS se tenha abstido no Parlamento e tenha elogiado a proposta do PSD.O PSD ao argumentar que a substituição do modelo constituía um passo mais avançado que a mera suspensão (o que não é verdade, pois suspender significava parar o processo de avaliação relativo ao 1º ciclo, enquanto a substituição foi apresentada como reportando-se ao 2º ciclo), veio a colar-se à atitude laxista e irresponsável de assobiar para o lado e fazer de conta que o processo de avaliação que decorreu nas escolas foi regular, foi competente, foi sério e foi justo, quando toda a gente sabe que foi uma farsa e um carnaval de incongruências e trapalhadas.Aliás, todos, incluindo o próprio PSD, foram percebendo que o modelo e o processo de avaliação estavam feridos de falta de credibilidade e destituídos de qualquer seriedade.Além do artificialismo com que foram administrados os “Bons” no quadro do Simplex II, atente-se na escandaleira que está a ser a atribuição indiscriminada de “Muito Bons” e de “Excelentes” a muitos dos que se aproveitaram da luta dos colegas para se almejarem a arrecadar classificações que, em circunstâncias normais, não alcançariam (veja-se AQUI…).O problema, no actual contexto negocial, é que já não se trata nem de suspensão, nem de substituição, como exigiu o PSD, mas antes de revisão do modelo de avaliação, o que faz toda a diferença, pois significa que o modelo de avaliação, contestado por todos, não acabará, mas apenas será revisto ou retocado.Defende o PSD que a revisão é uma posição mais avançada que a suspensão e a substituição?O PSD necessita de se pronunciar, com urgência, se concorda com a revisão e consequente manutenção do modelo de avaliação em vigor, como sempre defendeu Maria de Lurdes Rodrigues e Sócrates.Os professores querem conhecer a posição do PSD a este propósito e saber se este partido ainda admite estar do lado dos professores ou se já está definitivamente com Sócrates.


No dia 2 de Dezembro, o ME disponibilizou aos sindicatos um documento que incorpora os assim designados "princípios para a revisão do modelo de avaliação do desempenho" (ainda este fim-de-semana divulgarei a minha posição sobre o documento, aproveitando para tecer algumas considerações sobre linhas de base para uma avaliação séria e exequível, que contribua para desmistificar esta "vaca sagrada" e este interdito em que se tornou a avaliação dos professores).Volvidos três dias sobre a apresentação da proposta do ME, os deputados Pedro Duarte e Aguiar Branco (PSD) não esboçaram nenhuma reacção pública ao mesmo, o que é deveras preocupante e mostra a ligeireza e a falta de seriedade do PSD (e também, claro está, do PS) na forma como está a lidar com a questão da avaliação do desempenho.Os professores e o país têm o direito de saber o tipo de entendimento que foi congeminado entre o PS e o PSD a propósito da revogação da divisão na carreira e, sobretudo, da suspensão do modelo de avaliação, para que o PSD tenha violado grosseiramente um compromisso eleitoral e o PS se tenha abstido no Parlamento e tenha elogiado a proposta do PSD.O PSD ao argumentar que a substituição do modelo constituía um passo mais avançado que a mera suspensão (o que não é verdade, pois suspender significava parar o processo de avaliação relativo ao 1º ciclo, enquanto a substituição foi apresentada como reportando-se ao 2º ciclo), veio a colar-se à atitude laxista e irresponsável de assobiar para o lado e fazer de conta que o processo de avaliação que decorreu nas escolas foi regular, foi competente, foi sério e foi justo, quando toda a gente sabe que foi uma farsa e um carnaval de incongruências e trapalhadas.Aliás, todos, incluindo o próprio PSD, foram percebendo que o modelo e o processo de avaliação estavam feridos de falta de credibilidade e destituídos de qualquer seriedade.Além do artificialismo com que foram administrados os “Bons” no quadro do Simplex II, atente-se na escandaleira que está a ser a atribuição indiscriminada de “Muito Bons” e de “Excelentes” a muitos dos que se aproveitaram da luta dos colegas para se almejarem a arrecadar classificações que, em circunstâncias normais, não alcançariam (veja-se AQUI…).O problema, no actual contexto negocial, é que já não se trata nem de suspensão, nem de substituição, como exigiu o PSD, mas antes de revisão do modelo de avaliação, o que faz toda a diferença, pois significa que o modelo de avaliação, contestado por todos, não acabará, mas apenas será revisto ou retocado.Defende o PSD que a revisão é uma posição mais avançada que a suspensão e a substituição?O PSD necessita de se pronunciar, com urgência, se concorda com a revisão e consequente manutenção do modelo de avaliação em vigor, como sempre defendeu Maria de Lurdes Rodrigues e Sócrates.Os professores querem conhecer a posição do PSD a este propósito e saber se este partido ainda admite estar do lado dos professores ou se já está definitivamente com Sócrates.

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