Daqui
Considero uma indecência e uma promiscuidade obscena que a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República se tenha deixado capturar pela máquina de propaganda de Sócrates, no sentido de permitir a instrumentalização político-partidária, porque Sócrates já anda em campanha eleitoral, de um dia e de uma comemoração que deviam ser de todos os portugueses, mesmo daqueles que discordam das opções políticas de Sócrates e que, particularmente no domínio da educação, se opõem frontalmente à criação de Centros Escolares que aí concentram e confinam crianças afastadas dos seus ambientes e contextos rurais, numa medida que é, do ponto de vista pedagógico, desenvolvimental, comportamental e organizacional (tanto em termos de sistema escolar, como de ordenamento e equilíbrio territorial), profundamente errada.
Aliás, as experiências internacionais melhor sucedidas, neste domínio, acontecem ao arrepio desta orientação socrato-socialista, com investimentos em escolas de pequena e média dimensão, mais humanizadas e mais próximas das populações.
Em muitos concelhos do país, os Centros Escolares são, tão-só, o símbolo de uma política que atenta contra os valores da República, tornando-a a ela própria e ao Estado mais exíguos e mais afastados dos contextos de vida das pessoas, contribuindo, quer para a desertificação do território e para o fim da ruralidade e da interioridade, quer para a formação de uma geração de crianças e jovens a caminho do insucesso escolar e desacompanhada em contextos de relações impessoais (o que, na infância, é traumático do ponto de vista psico-afectivo).
O que se vai comemorar, no dia 5 de Outubro, é uma República tendencialmente Litoralizada, o que me merece uma absoluta reprovação.
Mas, a maior vergonha advém do facto de a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República se permitir, com esta decisão de inaugurar Centros Escolares, partilhar com Sócrates a "cama" das suas políticas, predispondo-se a deixar que a propaganda governamental se aproprie do dia 5 de Outubro.
Como eu não me reverei nunca numa República instrumentalizada, adulterada, desqualificada e desacreditada por Sócrates, não me resta outra alternativa que não seja suspender, nesse dia, a minha condição de republicano.
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Considero uma indecência e uma promiscuidade obscena que a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República se tenha deixado capturar pela máquina de propaganda de Sócrates, no sentido de permitir a instrumentalização político-partidária, porque Sócrates já anda em campanha eleitoral, de um dia e de uma comemoração que deviam ser de todos os portugueses, mesmo daqueles que discordam das opções políticas de Sócrates e que, particularmente no domínio da educação, se opõem frontalmente à criação de Centros Escolares que aí concentram e confinam crianças afastadas dos seus ambientes e contextos rurais, numa medida que é, do ponto de vista pedagógico, desenvolvimental, comportamental e organizacional (tanto em termos de sistema escolar, como de ordenamento e equilíbrio territorial), profundamente errada.
Aliás, as experiências internacionais melhor sucedidas, neste domínio, acontecem ao arrepio desta orientação socrato-socialista, com investimentos em escolas de pequena e média dimensão, mais humanizadas e mais próximas das populações.
Em muitos concelhos do país, os Centros Escolares são, tão-só, o símbolo de uma política que atenta contra os valores da República, tornando-a a ela própria e ao Estado mais exíguos e mais afastados dos contextos de vida das pessoas, contribuindo, quer para a desertificação do território e para o fim da ruralidade e da interioridade, quer para a formação de uma geração de crianças e jovens a caminho do insucesso escolar e desacompanhada em contextos de relações impessoais (o que, na infância, é traumático do ponto de vista psico-afectivo).
O que se vai comemorar, no dia 5 de Outubro, é uma República tendencialmente Litoralizada, o que me merece uma absoluta reprovação.
Mas, a maior vergonha advém do facto de a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República se permitir, com esta decisão de inaugurar Centros Escolares, partilhar com Sócrates a "cama" das suas políticas, predispondo-se a deixar que a propaganda governamental se aproprie do dia 5 de Outubro.
Como eu não me reverei nunca numa República instrumentalizada, adulterada, desqualificada e desacreditada por Sócrates, não me resta outra alternativa que não seja suspender, nesse dia, a minha condição de republicano.