Octávio V. Gonçalves: Espanhóis calam Manuela porque o Jornal Nacional podia colocar em risco a reeleição de Zapatero

29-01-2012
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In CM, 04/09/2009 Não quero recuperar fantasmas do nosso passado histórico, mas custa-me ver os espanhóis a condicionarem a liberdade de informação no meu país.De qualquer forma, há neste episódio duas questões incontornáveis:1) a quem interessa a machadada final no único jornalismo de investigação que ainda se fazia em Portugal? Quem querem os espanhóis proteger? Não me parece que o Jornal Nacional incomode assim tanto os "nuestros hermanos";2) goste-se ou não do estilo ou da insistência, o que é indesmentível é que Manuela Moura Guedes apresentava notícias suportadas em factos e em documentos não forjados, mas obtidos pela via da investigação jornalística, caso contrário já a justiça portuguesa teria intervido.É que "a caça ao homem" resolve-se no foro policial e judicial, não no plano da luta política e, portanto, não deve ser assunto de Congresso ou de entrevista televisiva, porque a ser assim o que se visa é apenas exercer pressão e censura no plano público (que Sócrates efectivamente fez e que o levou a agir em conformidade, não prestando informações à TVI, nem nunca se deslocando às suas instalações, confundido as suas funções de cidadão com as de primeiro-ministro).Por tudo isto, faz-me alguma confusão o ar de "virgem ofendida" com que Sócrates aparece na televisão a afirmar que não tem nada a ver com a decisão, embora também quase tenha jurado que era falso qualquer contacto de membros do governo com Joana Amaral Dias (e foi o que se viu!). Poderá não ter directamente, mas pôs-se a jeito, pois quando um primeiro-ministro diz que o Jornal Nacional de Sexta "não é telejornal nenhum" e mostra publicamente a sua incomodidade e irritação com o mesmo, está-se à espera de quê?...


In CM, 04/09/2009 Não quero recuperar fantasmas do nosso passado histórico, mas custa-me ver os espanhóis a condicionarem a liberdade de informação no meu país.De qualquer forma, há neste episódio duas questões incontornáveis:1) a quem interessa a machadada final no único jornalismo de investigação que ainda se fazia em Portugal? Quem querem os espanhóis proteger? Não me parece que o Jornal Nacional incomode assim tanto os "nuestros hermanos";2) goste-se ou não do estilo ou da insistência, o que é indesmentível é que Manuela Moura Guedes apresentava notícias suportadas em factos e em documentos não forjados, mas obtidos pela via da investigação jornalística, caso contrário já a justiça portuguesa teria intervido.É que "a caça ao homem" resolve-se no foro policial e judicial, não no plano da luta política e, portanto, não deve ser assunto de Congresso ou de entrevista televisiva, porque a ser assim o que se visa é apenas exercer pressão e censura no plano público (que Sócrates efectivamente fez e que o levou a agir em conformidade, não prestando informações à TVI, nem nunca se deslocando às suas instalações, confundido as suas funções de cidadão com as de primeiro-ministro).Por tudo isto, faz-me alguma confusão o ar de "virgem ofendida" com que Sócrates aparece na televisão a afirmar que não tem nada a ver com a decisão, embora também quase tenha jurado que era falso qualquer contacto de membros do governo com Joana Amaral Dias (e foi o que se viu!). Poderá não ter directamente, mas pôs-se a jeito, pois quando um primeiro-ministro diz que o Jornal Nacional de Sexta "não é telejornal nenhum" e mostra publicamente a sua incomodidade e irritação com o mesmo, está-se à espera de quê?...

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