Octávio V. Gonçalves: Acordo de Princípios para Totós

22-01-2012
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Ocorreu, como era expectável, o enterro definitivo do Acordo de Princípios celebrado entre o ministério da Educação [ME] e os principais sindicatos de professores, nomeadamente,  a Fne e a Fenprof.
Depois do congelamento das progressões e de já ter sido manifestada a indisponibilidade do ME para anular os efeitos da avaliação fantoche na graduação profissional (cuja oposição da Fenprof terminou em águas de bacalhau), eis que agora é cancelado o concurso extraordinário de professores, em 2011, outrora apresentado como uma notável conquista da firmeza sindical.
O Acordo de Princípios poderia ter ficado nos anais da história sindical como o culminar de uma mobilização massiva dos professores contra o modelo de avaliação imposto por Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues, o qual podia e devia ter sido rejeitado (bem como a farsa das avaliações obtidas), reconduzindo as escolas à decência e os professores ao trabalho sério com os alunos? Podia, mas desgraçadamente não ficou.
O que aconteceu foi a troca abusiva do modelo de avaliação pelas progressões na carreira (à revelia dos professores), acabando os sindicatos a legitimar o que apelidaram de "farsa" da avaliação (que coerência, senhores!), mas, pior do que isso, abandonando os colegas que antes haviam incentivado a lutar contra o modelo de avaliação. E traíram os professores a troco de lentilhas que Sócrates e Teixeira dos Santos estavam carecas de saber que não iriam proporcionar durante muito tempo e que, agora, foram retiradas uma a uma.
O mais absurdo de perceber é o facto dos dirigentes sindicais que negociaram o Acordo terem sido sistematicamente  vilipendiados, a mando de Sócrates e ao longo de quatro anos consecutivos, chegando às negociações com a ingenuidade e a caridade cristã de quem não desejava "pôr a bota em cima do pescoço" do governo, para, agora, serem literalmente esmagados, sem a mesma piedade, pela bota desgovernada do socratismo.
Pelo menos que lhes sirva de lição e que nunca se esqueçam do ideário de Sócrates (se puderem gravem-no, para memória futura, nos "tomates"): "a chave para a construção do futuro é a credibilidade e a confiança".
Totós!...

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Ocorreu, como era expectável, o enterro definitivo do Acordo de Princípios celebrado entre o ministério da Educação [ME] e os principais sindicatos de professores, nomeadamente,  a Fne e a Fenprof.
Depois do congelamento das progressões e de já ter sido manifestada a indisponibilidade do ME para anular os efeitos da avaliação fantoche na graduação profissional (cuja oposição da Fenprof terminou em águas de bacalhau), eis que agora é cancelado o concurso extraordinário de professores, em 2011, outrora apresentado como uma notável conquista da firmeza sindical.
O Acordo de Princípios poderia ter ficado nos anais da história sindical como o culminar de uma mobilização massiva dos professores contra o modelo de avaliação imposto por Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues, o qual podia e devia ter sido rejeitado (bem como a farsa das avaliações obtidas), reconduzindo as escolas à decência e os professores ao trabalho sério com os alunos? Podia, mas desgraçadamente não ficou.
O que aconteceu foi a troca abusiva do modelo de avaliação pelas progressões na carreira (à revelia dos professores), acabando os sindicatos a legitimar o que apelidaram de "farsa" da avaliação (que coerência, senhores!), mas, pior do que isso, abandonando os colegas que antes haviam incentivado a lutar contra o modelo de avaliação. E traíram os professores a troco de lentilhas que Sócrates e Teixeira dos Santos estavam carecas de saber que não iriam proporcionar durante muito tempo e que, agora, foram retiradas uma a uma.
O mais absurdo de perceber é o facto dos dirigentes sindicais que negociaram o Acordo terem sido sistematicamente  vilipendiados, a mando de Sócrates e ao longo de quatro anos consecutivos, chegando às negociações com a ingenuidade e a caridade cristã de quem não desejava "pôr a bota em cima do pescoço" do governo, para, agora, serem literalmente esmagados, sem a mesma piedade, pela bota desgovernada do socratismo.
Pelo menos que lhes sirva de lição e que nunca se esqueçam do ideário de Sócrates (se puderem gravem-no, para memória futura, nos "tomates"): "a chave para a construção do futuro é a credibilidade e a confiança".
Totós!...

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