Octávio V. Gonçalves: Behaviorismo quanto baste

21-01-2012
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Só provocado ou desafiado é que voltarei a escrever sobre os resultados do PISA 2009, tendo em conta que estou absolutamente convicto da ocorrência de três factores que retiram representatividade à amostra e, como tal, desautorizam a generalização dos resultados e fragilizam a validade externa do estudo, em contexto nacional.
Estes factores são: o empenhamento institucional que o GAVE colocou neste projecto, participando na selecção amostral e disponibilizando formação específica aos docentes; a preparação prévia de professores e de alunos para estes testes (o que faz toda a diferença, apesar de ainda nos situarmos abaixo da média dos países da OCDE); a interferência das escolas e, eventualmente, do GAVE, na selecção e propositura de redefinições nas unidades amostrais, o que a torna, independentemente da amplitude das recomposições, uma amostra de conveniência.
Assim, remato com uma espécie de enquadramento do estudo PISA 2009, nas suas incidências e contingências de aplicação em contexto nacional, desde um ponto de vista behaviorista.
Parafraseando Watson (1913), o iniciador e primeiro sistematizador do behaviorismo, direi: "dêem-me uns escassos milhares de jovens e, podendo, antecipadamente, treiná-los em testes PISA, farei deles alunos com melhores respostas aos mesmos, comparativamente àqueles que os antecederam e não tiveram direito a este "esforço" específico, ainda que, apesar de tudo, abaixo da média da OCDE".
Obviamente, mérito para a capacidade de aprendizagem dos próprios alunos e para a capacidade de treino dos professores que os prepararam.
Se insistem em atribuir méritos às reformas de Sócrates, então, manda a honestidade intelectual concluir também o seguinte:
- os resultados do PISA 2009 são a prova, tanto da eficácia do modelo de gestão consubstanciado nos Conselhos Executivos eleitos pelos professores, como da importância de os professores não estarem ocupados em processos burocráticos, inconsistentes e obscuros de avaliação do desempenho, pois, nem o novo modelo de gestão, nem a avaliação de Maria de Lurdes Rodrigues, estavam implementados nas escolas, no triénio 2006-2009.
E por aqui me fico.


Só provocado ou desafiado é que voltarei a escrever sobre os resultados do PISA 2009, tendo em conta que estou absolutamente convicto da ocorrência de três factores que retiram representatividade à amostra e, como tal, desautorizam a generalização dos resultados e fragilizam a validade externa do estudo, em contexto nacional.
Estes factores são: o empenhamento institucional que o GAVE colocou neste projecto, participando na selecção amostral e disponibilizando formação específica aos docentes; a preparação prévia de professores e de alunos para estes testes (o que faz toda a diferença, apesar de ainda nos situarmos abaixo da média dos países da OCDE); a interferência das escolas e, eventualmente, do GAVE, na selecção e propositura de redefinições nas unidades amostrais, o que a torna, independentemente da amplitude das recomposições, uma amostra de conveniência.
Assim, remato com uma espécie de enquadramento do estudo PISA 2009, nas suas incidências e contingências de aplicação em contexto nacional, desde um ponto de vista behaviorista.
Parafraseando Watson (1913), o iniciador e primeiro sistematizador do behaviorismo, direi: "dêem-me uns escassos milhares de jovens e, podendo, antecipadamente, treiná-los em testes PISA, farei deles alunos com melhores respostas aos mesmos, comparativamente àqueles que os antecederam e não tiveram direito a este "esforço" específico, ainda que, apesar de tudo, abaixo da média da OCDE".
Obviamente, mérito para a capacidade de aprendizagem dos próprios alunos e para a capacidade de treino dos professores que os prepararam.
Se insistem em atribuir méritos às reformas de Sócrates, então, manda a honestidade intelectual concluir também o seguinte:
- os resultados do PISA 2009 são a prova, tanto da eficácia do modelo de gestão consubstanciado nos Conselhos Executivos eleitos pelos professores, como da importância de os professores não estarem ocupados em processos burocráticos, inconsistentes e obscuros de avaliação do desempenho, pois, nem o novo modelo de gestão, nem a avaliação de Maria de Lurdes Rodrigues, estavam implementados nas escolas, no triénio 2006-2009.
E por aqui me fico.

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