Octávio V. Gonçalves: Em período de cortes, as escolas (ainda) andam aos papéis

21-01-2012
marcar artigo


Parece-me bem que, independentemente da existência de cortes orçamentais, as escolas procurem reduzir a sua factura energética, nomeadamente, recorrendo a produtos e sistemas de baixo consumo, embora preservando sempre as condições de trabalho na escola, ao nível de uma adequada iluminação, do funcionamento das tecnologias educativas e da manutenção de uma temperatura de conforto, nos espaços interiores das escolas, mormente nas salas de aulas e nos locais de estudo.
O que me custa, mesmo, a compreender é que os cortes nas assim designadas "gorduras" do Estado se iniciem pela prestação de cuidados de saúde e pelas ofertas educativas (já se admitem cortes em actividades curriculares), ao mesmo tempo que se deixa para mais tarde a eliminação de estruturas, procedimentos, contratualizações e mordomias, cuja existência carece de necessidade e de qualquer justificação, seja racional, económica ou moral. E, ainda, estou para ver o quão longe se irá num domínio que, regra geral, tende a afectar as próprias clientelas partidárias.
Também não compreendo a atitude negligente de um Estado que é incapaz de responsabilizar individualmente os decisores que, no âmbito  da recuperação de escolas e da construção de centros escolares, a cargo da Parque Escolar, optaram por soluções despesistas em termos energéticos.
Mas, verdadeiramente inacreditável é que se admita cortar, no aquecimento e nas actividades curriculares (que as extra-curriculares vão à vida pela certa), sem que antes se ponha fim a toda uma impressionante e dispendiosa burocracia impressa, que vai desde a parafernália de documentos (planificações, planos, grelhas, fichas, relatórios...) que os professores produzem em computador, mas que circulam e se arquivam em papel, até às comunicações diárias com os encarregados de educação (a despesa, a nível nacional, em papel, tinta, envelopes, selos, registos, deslocações de funcionários aos Correios, deve ser uma brutalidade). Como tal, torna-se imperativo que as escolas deixem de estar mergulhadas em papéis, criando-se e generalizando-se a todas as escolas uma espécie de programa "Impressão 0", que aposte na comunicação por email (também com todos os encarregados de educação que disponham do mesmo), no arquivo digital e no recurso às plataformas de e-learning (moodle ou outras).
O ambiente, os orçamentos das escolas e a modernização/facilitação de procedimentos ficariam a ganhar!


Parece-me bem que, independentemente da existência de cortes orçamentais, as escolas procurem reduzir a sua factura energética, nomeadamente, recorrendo a produtos e sistemas de baixo consumo, embora preservando sempre as condições de trabalho na escola, ao nível de uma adequada iluminação, do funcionamento das tecnologias educativas e da manutenção de uma temperatura de conforto, nos espaços interiores das escolas, mormente nas salas de aulas e nos locais de estudo.
O que me custa, mesmo, a compreender é que os cortes nas assim designadas "gorduras" do Estado se iniciem pela prestação de cuidados de saúde e pelas ofertas educativas (já se admitem cortes em actividades curriculares), ao mesmo tempo que se deixa para mais tarde a eliminação de estruturas, procedimentos, contratualizações e mordomias, cuja existência carece de necessidade e de qualquer justificação, seja racional, económica ou moral. E, ainda, estou para ver o quão longe se irá num domínio que, regra geral, tende a afectar as próprias clientelas partidárias.
Também não compreendo a atitude negligente de um Estado que é incapaz de responsabilizar individualmente os decisores que, no âmbito  da recuperação de escolas e da construção de centros escolares, a cargo da Parque Escolar, optaram por soluções despesistas em termos energéticos.
Mas, verdadeiramente inacreditável é que se admita cortar, no aquecimento e nas actividades curriculares (que as extra-curriculares vão à vida pela certa), sem que antes se ponha fim a toda uma impressionante e dispendiosa burocracia impressa, que vai desde a parafernália de documentos (planificações, planos, grelhas, fichas, relatórios...) que os professores produzem em computador, mas que circulam e se arquivam em papel, até às comunicações diárias com os encarregados de educação (a despesa, a nível nacional, em papel, tinta, envelopes, selos, registos, deslocações de funcionários aos Correios, deve ser uma brutalidade). Como tal, torna-se imperativo que as escolas deixem de estar mergulhadas em papéis, criando-se e generalizando-se a todas as escolas uma espécie de programa "Impressão 0", que aposte na comunicação por email (também com todos os encarregados de educação que disponham do mesmo), no arquivo digital e no recurso às plataformas de e-learning (moodle ou outras).
O ambiente, os orçamentos das escolas e a modernização/facilitação de procedimentos ficariam a ganhar!

marcar artigo