UMA REFERÊNCIA NA INFORMAÇÃO ALPIARCENSE: Vinho/crise: Produtores vendem vinhos a preço de saldo

27-01-2012
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Em plena época de vindimas, há produtores portugueses a vender vinhos a preço de saldo para escoar os muitos 'stocks' acumulados e ganhar espaço nas adegas para receber a nova colheita."Estamos no meio de um novo ciclo em que é preciso ter espaço na adega para receber os novos vinhos. Se não se conseguiu vender as colheitas anteriores, o problema avoluma-se", afirmou o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCEVE) em entrevista à agência Lusa.Admitindo que "a crise se está a sentir muito no sector", Paulo Amorim apontou como exemplo a região do Alentejo onde, "para tentar escoar 'stocks', aparecem no mercado produtores a vender a 60 cêntimos o mesmo vinho que há um ano vendiam a 1,80 euros".O objectivo, acrescentou, é “tentar diminuir os danos e não perder tudo”.Mais do que no consumo total de vinho, que se mantém nos mesmos níveis, os efeitos da crise notam-se no perfil de consumo.“Houve um deslocamento grande em segmentos de preço. Já mais de metade dos consumidores em Portugal optam por vinhos extremamente baratos e isso tem sido péssimo para as marcas, que estavam a implantar-se em patamares de mais qualidade e para os distribuidores”, explicou Paulo Amorim.Actualmente, disse, “as insígnias da distribuição moderna representam já praticamente 80 por cento das vendas” de vinho e as grandes superfícies “estão a privilegiar contactos directos com produtores, o que é mau para os distribuidores”.Manuel Carvalho Martins, responsável pela área de vinhos da consultora Nielsen, concorda que, “com a crise, o consumidor está muito mais sensível à relação qualidade/preço, o que faz com que haja um menor gasto para as mesmas quantidades vendidas”.“Os consumidores deslocam-se ou para vinhos mais baratos ou para os vinhos de mesa, que ultimamente têm voltado a crescer, o que já não acontecia há uns tempos”, referiu.Para o presidente da ANCEVE, no vinho, como noutros sectores, “as coisas nunca mais serão como dantes” e da crise vai emergir a procura do ‘low cost’.“Há cada vez menos pessoas dispostas a pagar um valor muito alto por uma garrafa de vinho, quem o faz é cada vez mais um nicho”, alertou.Paralelamente ao deslocamento do consumo para segmentos mais baixos, tem-se assistido com a crise a uma mudança no local de consumo dos vinhos.“O que o cliente tipicamente tem vindo a fazer, nos últimos dois anos, é ficar mais em casa e comer menos fora, sendo ainda mais sensível a promoções e vales de desconto”, nota o presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Manuel Pinheiro.De acordo com a Nielsen, registou-se uma forte quebra de consumo na restauração, cafés e garrafeiras, porque “as famílias gastam muito menos dinheiro fora de casa. Tudo o que se consome na restauração ao nível de vinhos é agravado pelas fortes margens”.A quebra de receitas na restauração tem-se traduzido num “avolumar de problemas no pagamento de facturas” por parte dos restaurantes aos distribuidores que, segundo a ANCEVE, “também estão numa situação muito delicada”.Fonte: Lusa


Em plena época de vindimas, há produtores portugueses a vender vinhos a preço de saldo para escoar os muitos 'stocks' acumulados e ganhar espaço nas adegas para receber a nova colheita."Estamos no meio de um novo ciclo em que é preciso ter espaço na adega para receber os novos vinhos. Se não se conseguiu vender as colheitas anteriores, o problema avoluma-se", afirmou o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCEVE) em entrevista à agência Lusa.Admitindo que "a crise se está a sentir muito no sector", Paulo Amorim apontou como exemplo a região do Alentejo onde, "para tentar escoar 'stocks', aparecem no mercado produtores a vender a 60 cêntimos o mesmo vinho que há um ano vendiam a 1,80 euros".O objectivo, acrescentou, é “tentar diminuir os danos e não perder tudo”.Mais do que no consumo total de vinho, que se mantém nos mesmos níveis, os efeitos da crise notam-se no perfil de consumo.“Houve um deslocamento grande em segmentos de preço. Já mais de metade dos consumidores em Portugal optam por vinhos extremamente baratos e isso tem sido péssimo para as marcas, que estavam a implantar-se em patamares de mais qualidade e para os distribuidores”, explicou Paulo Amorim.Actualmente, disse, “as insígnias da distribuição moderna representam já praticamente 80 por cento das vendas” de vinho e as grandes superfícies “estão a privilegiar contactos directos com produtores, o que é mau para os distribuidores”.Manuel Carvalho Martins, responsável pela área de vinhos da consultora Nielsen, concorda que, “com a crise, o consumidor está muito mais sensível à relação qualidade/preço, o que faz com que haja um menor gasto para as mesmas quantidades vendidas”.“Os consumidores deslocam-se ou para vinhos mais baratos ou para os vinhos de mesa, que ultimamente têm voltado a crescer, o que já não acontecia há uns tempos”, referiu.Para o presidente da ANCEVE, no vinho, como noutros sectores, “as coisas nunca mais serão como dantes” e da crise vai emergir a procura do ‘low cost’.“Há cada vez menos pessoas dispostas a pagar um valor muito alto por uma garrafa de vinho, quem o faz é cada vez mais um nicho”, alertou.Paralelamente ao deslocamento do consumo para segmentos mais baixos, tem-se assistido com a crise a uma mudança no local de consumo dos vinhos.“O que o cliente tipicamente tem vindo a fazer, nos últimos dois anos, é ficar mais em casa e comer menos fora, sendo ainda mais sensível a promoções e vales de desconto”, nota o presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Manuel Pinheiro.De acordo com a Nielsen, registou-se uma forte quebra de consumo na restauração, cafés e garrafeiras, porque “as famílias gastam muito menos dinheiro fora de casa. Tudo o que se consome na restauração ao nível de vinhos é agravado pelas fortes margens”.A quebra de receitas na restauração tem-se traduzido num “avolumar de problemas no pagamento de facturas” por parte dos restaurantes aos distribuidores que, segundo a ANCEVE, “também estão numa situação muito delicada”.Fonte: Lusa

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