Octávio V. Gonçalves: Sairá à "Machadada"?

28-01-2012
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Fonte: Público
A continuação do desempenho de cargos políticos só faz sentido e está legitimado enquanto contribuir para a dignificação das instituições e para o serviço aos cidadãos e ao país.
Não é, obviamente, o que vem sucedendo com o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, que, face à extrema gravidade do que ocorreu no último acto eleitoral, com os entraves que foram colocados a milhares de cidadãos no momento do exercício do seu dever primacial, e uma vez que a responsabilidade pelo sucedido só poderia ser imputável ao ministério por si dirigido, deveria ter tido a perspicácia e a elevação de se demitir acto contínuo ou, se o governo fosse dirigido por um estadista (mas, Sócrates não o é) ter sido imediatamente demito.
Mas, não se verificando o mínimo sentido de Estado que tivesse permitido a inevitável demissão do ministro, o pior que podia suceder, para adensar ainda mais o descrédito deste governo, é esta novela de lança-culpas, apenas porque se quer a todo o transe salvar o "coiro" político de um ministro que vai coleccionando trapalhadas em cima de trapalhadas, desde os episódios rocambolescos da aquisição e gestão dos carros blindados para a cimeira da NATO, até à gravíssima perturbação do acto eleitoral, cujas consequências nos resultados nunca serão devidamente apuradas (uma vez que estamos a falar de um universo de 700 mil eleitores com cartão de cidadão), passando por suspeitas de leituras enviesadas de relatórios de segurança.
Não caiu com dignidade, talvez Pereira venha a cair no confronto público, pouco edificante, com Machado.

Fonte: Público
A continuação do desempenho de cargos políticos só faz sentido e está legitimado enquanto contribuir para a dignificação das instituições e para o serviço aos cidadãos e ao país.
Não é, obviamente, o que vem sucedendo com o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, que, face à extrema gravidade do que ocorreu no último acto eleitoral, com os entraves que foram colocados a milhares de cidadãos no momento do exercício do seu dever primacial, e uma vez que a responsabilidade pelo sucedido só poderia ser imputável ao ministério por si dirigido, deveria ter tido a perspicácia e a elevação de se demitir acto contínuo ou, se o governo fosse dirigido por um estadista (mas, Sócrates não o é) ter sido imediatamente demito.
Mas, não se verificando o mínimo sentido de Estado que tivesse permitido a inevitável demissão do ministro, o pior que podia suceder, para adensar ainda mais o descrédito deste governo, é esta novela de lança-culpas, apenas porque se quer a todo o transe salvar o "coiro" político de um ministro que vai coleccionando trapalhadas em cima de trapalhadas, desde os episódios rocambolescos da aquisição e gestão dos carros blindados para a cimeira da NATO, até à gravíssima perturbação do acto eleitoral, cujas consequências nos resultados nunca serão devidamente apuradas (uma vez que estamos a falar de um universo de 700 mil eleitores com cartão de cidadão), passando por suspeitas de leituras enviesadas de relatórios de segurança.
Não caiu com dignidade, talvez Pereira venha a cair no confronto público, pouco edificante, com Machado.

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