Dono do grupo Lena diz que foi "instrumentalizado" por Santos Silva. Ministério Público tem reservas

03-09-2015
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Joaquim Barroca, um dos donos do Grupo Lena, diz que foi “instrumentalizado” por Carlos Santos Silva, que assinou declarações em branco para a realização de transferências a débito da sua conta e que desconhecia que duas das suas contas na Suíça tinham servido para a passagem de quase 17 milhões de euros. Mas o Ministério Público mostra reservas e considera que o arguido ainda não revelou tudo o que sabe sobre a Operação Marquês.

A história é contada na edição desta semana da revista Sábado, que teve acesso ao despacho judicial onde conta o interrogatório feito a Joaquim Barroca. Diz a revista que o empresário chega a assumir-se como uma espécie de fantoche nas mãos do amigo de Sócrates, mas o Ministério Público duvida, sobretudo quando este diz que desconhecia as duas contas abertas na Suíça, por onde passaram 12 milhões de euros originários de entidades controladas pelo empresário luso-angolano Hélder Bataglia, um dos donos do empreendimento turístico Vale do Lobo.

Suspeitando de que Vale do Lobo está ligado aos indícios de corrupção que visam o ex-primeiro-ministro, o Ministério Público não compreende como o empresário pode afirmar que não sabia a origem e destino da maior pare do dinheiro.

“Como se pode admitir que cerca de 14 milhões de euros passem por uma conta bancária sem que a pessoa que é a única autorizada nessa conta saiba de onde é que veio tal dinheiro e para onde é que ele foi?, questiona o Minsitério Público. E acrescenta: “A incredibilidade é maior se pensarmos que o titular da conta é um empresário de várias facetas e de grande expressão de faturação.”

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No despacho, revela a Sábado, o procurador Rosário Teixeira diz que Joaquim Barroca não está a revelar tudo o que sabe e pode ler-se que a desconfiança afirmada pelo arguido relativamente a Santos Silva é de “estranhar”, visto que os dois empresários tinham mantido “relações de enorme cumplicidade pessoal e de negócios durante cerca de 30 anos”. E dá um exemplo: entre 2001 e 2006, Santos Silva foi uma espécie de “consultor pessoal” de Barroca.

O juiz Carlos Alexandre também já tinha considerado as explicações de Barroca “incongruentes com a realidade espelhada nos documentos bancários” e que ainda havia “muita coisa por explicar”. O juiz acabou por concluir que o inquérito estava apenas “a começar”.

Santos Silva permanece em silêncio desde novembro de 2014, altura do primeiro interrogatório, e a sua advogada recusou fazer qualquer comentário à revista Sábado.

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Joaquim Barroca, um dos donos do Grupo Lena, diz que foi “instrumentalizado” por Carlos Santos Silva, que assinou declarações em branco para a realização de transferências a débito da sua conta e que desconhecia que duas das suas contas na Suíça tinham servido para a passagem de quase 17 milhões de euros. Mas o Ministério Público mostra reservas e considera que o arguido ainda não revelou tudo o que sabe sobre a Operação Marquês.

A história é contada na edição desta semana da revista Sábado, que teve acesso ao despacho judicial onde conta o interrogatório feito a Joaquim Barroca. Diz a revista que o empresário chega a assumir-se como uma espécie de fantoche nas mãos do amigo de Sócrates, mas o Ministério Público duvida, sobretudo quando este diz que desconhecia as duas contas abertas na Suíça, por onde passaram 12 milhões de euros originários de entidades controladas pelo empresário luso-angolano Hélder Bataglia, um dos donos do empreendimento turístico Vale do Lobo.

Suspeitando de que Vale do Lobo está ligado aos indícios de corrupção que visam o ex-primeiro-ministro, o Ministério Público não compreende como o empresário pode afirmar que não sabia a origem e destino da maior pare do dinheiro.

“Como se pode admitir que cerca de 14 milhões de euros passem por uma conta bancária sem que a pessoa que é a única autorizada nessa conta saiba de onde é que veio tal dinheiro e para onde é que ele foi?, questiona o Minsitério Público. E acrescenta: “A incredibilidade é maior se pensarmos que o titular da conta é um empresário de várias facetas e de grande expressão de faturação.”

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No despacho, revela a Sábado, o procurador Rosário Teixeira diz que Joaquim Barroca não está a revelar tudo o que sabe e pode ler-se que a desconfiança afirmada pelo arguido relativamente a Santos Silva é de “estranhar”, visto que os dois empresários tinham mantido “relações de enorme cumplicidade pessoal e de negócios durante cerca de 30 anos”. E dá um exemplo: entre 2001 e 2006, Santos Silva foi uma espécie de “consultor pessoal” de Barroca.

O juiz Carlos Alexandre também já tinha considerado as explicações de Barroca “incongruentes com a realidade espelhada nos documentos bancários” e que ainda havia “muita coisa por explicar”. O juiz acabou por concluir que o inquérito estava apenas “a começar”.

Santos Silva permanece em silêncio desde novembro de 2014, altura do primeiro interrogatório, e a sua advogada recusou fazer qualquer comentário à revista Sábado.

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