Catarina Martins recusa país em duodécimos e acusa Governo de chantagem “inaceitável”

21-10-2020
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Apesar de ter sido o deputado bloquista José Manuel Pureza a avançar pela primeira vez com a hipótese, o Bloco de Esquerda nem quer ouvir falar num país governado com base em duodécimos por falta de acordo no Orçamento do Estado - muito menos num país mergulhado numa crise política por a esquerda se ter juntado "à direita", como disse ontem o primeiro-ministro na entrevista à TVI. “Acho inaceitável. Agora, cada vez que o PS não negoceia diz que a esquerda se juntou à direita? Isto não é sério em democracia”, respondeu Catarina Martins em entrevista ao Observador, esta terça-feira.

O Bloco definirá a sua posição relativamente à votação na generalidade (marcada para dia 28 de outubro) no próximo domingo, dia 25. Por agora, continua a garantir que, “como está”, o OE não tem condições para ser viabilizado. Falta perceber se a ronda negocial desta semana trará avanços que permitam a passagem do OE na generalidade e depois, se lá chegar, na votação final global. Nesta entrevista, Catarina Martins deixa uma pista: o Bloco nunca mudou de sentido de voto entre os dois momentos. É uma diferença relevante em relação ao PCP, que no Orçamento Suplementar, em maio, deixou o documento passar na generalidade mas acabou por votar contra.

A horas de mais uma ronda negocial com o Governo (o Bloco, tal como PCP, PAN e PEV, tem reunião marcada para esta noite), a coordenadora bloquista fez questão de “desmontar a chantagem da crise política”. “Ninguém está aqui para deitar a toalha ao chão. Há uma forma terrível de fazer política nos momentos difíceis, que é arranjar pretextos para falhar. Espero que não seja isso [que António Costa está a fazer]”, avisou.

Quanto às negociações, a líder bloquista falou nas quatro áreas “prioritárias” que tem definido para chegar a acordo com o Governo, parecendo suavizar a sua posição em relação ao Novo Banco: se o Bloco tem rejeitado que possa haver uma transferência de dinheiro através do Fundo de Resolução, mesmo que esse dinheiro seja emprestado pela banca privada, desta vez o ênfase esteve sobretudo na necessidade de haver uma auditoria antes de qualquer injeção.

De resto, na nova prestação social, o Bloco insiste em tornar a condição de recursos mais abrangente e alargar o prazo do apoio; no SNS, volta a defender a criação da carreira de técnico superior de Saúde e a aposta em tornar as carreiras mais atrativas; e no emprego quer alterações à lei laboral, garantindo que nesta matéria as recusas têm sido sempre do PS. Desvalorizou ainda as propostas dos socialistas para um acordo mais prolongado nesta matéria: não foi isso que o PS “pôs em cima da mesa”, garantiu a coordenadora bloquista.

Apesar de ter sido o deputado bloquista José Manuel Pureza a avançar pela primeira vez com a hipótese, o Bloco de Esquerda nem quer ouvir falar num país governado com base em duodécimos por falta de acordo no Orçamento do Estado - muito menos num país mergulhado numa crise política por a esquerda se ter juntado "à direita", como disse ontem o primeiro-ministro na entrevista à TVI. “Acho inaceitável. Agora, cada vez que o PS não negoceia diz que a esquerda se juntou à direita? Isto não é sério em democracia”, respondeu Catarina Martins em entrevista ao Observador, esta terça-feira.

O Bloco definirá a sua posição relativamente à votação na generalidade (marcada para dia 28 de outubro) no próximo domingo, dia 25. Por agora, continua a garantir que, “como está”, o OE não tem condições para ser viabilizado. Falta perceber se a ronda negocial desta semana trará avanços que permitam a passagem do OE na generalidade e depois, se lá chegar, na votação final global. Nesta entrevista, Catarina Martins deixa uma pista: o Bloco nunca mudou de sentido de voto entre os dois momentos. É uma diferença relevante em relação ao PCP, que no Orçamento Suplementar, em maio, deixou o documento passar na generalidade mas acabou por votar contra.

A horas de mais uma ronda negocial com o Governo (o Bloco, tal como PCP, PAN e PEV, tem reunião marcada para esta noite), a coordenadora bloquista fez questão de “desmontar a chantagem da crise política”. “Ninguém está aqui para deitar a toalha ao chão. Há uma forma terrível de fazer política nos momentos difíceis, que é arranjar pretextos para falhar. Espero que não seja isso [que António Costa está a fazer]”, avisou.

Quanto às negociações, a líder bloquista falou nas quatro áreas “prioritárias” que tem definido para chegar a acordo com o Governo, parecendo suavizar a sua posição em relação ao Novo Banco: se o Bloco tem rejeitado que possa haver uma transferência de dinheiro através do Fundo de Resolução, mesmo que esse dinheiro seja emprestado pela banca privada, desta vez o ênfase esteve sobretudo na necessidade de haver uma auditoria antes de qualquer injeção.

De resto, na nova prestação social, o Bloco insiste em tornar a condição de recursos mais abrangente e alargar o prazo do apoio; no SNS, volta a defender a criação da carreira de técnico superior de Saúde e a aposta em tornar as carreiras mais atrativas; e no emprego quer alterações à lei laboral, garantindo que nesta matéria as recusas têm sido sempre do PS. Desvalorizou ainda as propostas dos socialistas para um acordo mais prolongado nesta matéria: não foi isso que o PS “pôs em cima da mesa”, garantiu a coordenadora bloquista.

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