O Cachimbo de Magritte: Citação obrigatória

03-07-2011
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'(...) É possível estabelecer uma relação directa entre a diminuição das repetências e o abaixamento dos critérios exigidos para a transição e o aumento do aparato justificativo exigido aos professores para comprovarem a justeza e justiça da sua avaliação.(...)As retenções foram-se reduzindo, inicialmente, pelo choque causado pela legislação de 1992 que alterou as regras da avaliação, tornando-as mais permissivas, e já apontava para a excepcionalidade da não transição. Nos anos seguintes, o aumento da carga burocrática que os professores tiveram de suportar para justificar a sua avaliação, em especial nos casos de retenção, foi um factor importante na sua desmotivação para proceder a uma avaliação mais exigente. Para além disso, tornou-se prática habitual que, no final de cada período (em especial 1º e 2º), a análise dos resultados das turmas fosse feita em reuniões de grupo disciplinar e depois de departamento, de modo a singularizar os docentes que atribuíssem mais “negativas”, sendo feita pressão sobre eles para que mudassem esse tipo de resultados. O mesmo se passou em reuniões de Conselho de Turma, em que, por vezes, os directores de turma levaram a votações em que a maioria dos docentes alterava a nota atribuída por um ou mais colegas.Por fim, tornou-se muito comum o receio perante as ameaças de Encarregados de Educação, quer de fazerem recursos a nível de escola, quer de apresentarem queixas nas DRE ou directamente no Ministério da Educação, fruto de conhecimentos nesses organismos. As ameaças directas a professores com represálias também se tornaram muito comuns.'[Daqui.]


'(...) É possível estabelecer uma relação directa entre a diminuição das repetências e o abaixamento dos critérios exigidos para a transição e o aumento do aparato justificativo exigido aos professores para comprovarem a justeza e justiça da sua avaliação.(...)As retenções foram-se reduzindo, inicialmente, pelo choque causado pela legislação de 1992 que alterou as regras da avaliação, tornando-as mais permissivas, e já apontava para a excepcionalidade da não transição. Nos anos seguintes, o aumento da carga burocrática que os professores tiveram de suportar para justificar a sua avaliação, em especial nos casos de retenção, foi um factor importante na sua desmotivação para proceder a uma avaliação mais exigente. Para além disso, tornou-se prática habitual que, no final de cada período (em especial 1º e 2º), a análise dos resultados das turmas fosse feita em reuniões de grupo disciplinar e depois de departamento, de modo a singularizar os docentes que atribuíssem mais “negativas”, sendo feita pressão sobre eles para que mudassem esse tipo de resultados. O mesmo se passou em reuniões de Conselho de Turma, em que, por vezes, os directores de turma levaram a votações em que a maioria dos docentes alterava a nota atribuída por um ou mais colegas.Por fim, tornou-se muito comum o receio perante as ameaças de Encarregados de Educação, quer de fazerem recursos a nível de escola, quer de apresentarem queixas nas DRE ou directamente no Ministério da Educação, fruto de conhecimentos nesses organismos. As ameaças directas a professores com represálias também se tornaram muito comuns.'[Daqui.]

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