Fiel Inimigo: Madona

26-01-2012
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O mundo artístico, de um modo geral, considera-se "progressista" e "esclarecido" e assenta a sua percepção das coisas em simplistas visões conspiratórias e/ou românticas, agarrando-se a preconceitos impraticáveis, maniqueístas e floribélicos que, de resto, não aplica nas suas próprias vidas.O caso de Jane Fonda é apenas um de uma longa lista de imbecis que, em determinado momento, se convencem que são uns gajos do caraças e que na sua cabecinha assentou praça a consciência moral do mundo.Aqueles, poucos, que denunciam a formatação tendem a ser condenados por apostasia e afastados do círculo dos iluminados.É arriscado...Em resumo, os artistas são o protótipo daquilo que nos EUA se adjectiva carinhosamente de "brain-dead liberal" e quase todos acham que devem fazer arte de "intervenção", para educar os pobres analfabrutos e levá-los ao caminho "certo".Por cá, em 1975, tivemos disto à pazada, e até o Herman José andou para aí a cantar o "Força, força companheiro Vasco", saltitando ao lado do José Alberto Moniz.Felizmente cresceu e amadureceu a sua noção de ridículo, algo que muitos outros não foram capazes de fazer, para mal dos nossos pecados e dos nossos ouvidos.Vem isto a propósito da Madona que ontem, em Gales, iniciou um espectáculo que a irá levar a vários países.Madona, para além das manias da Cabala, e de uma espantosa capacidade para, no execrado sistema capitalista, fazer e gastar dinheiro, resolveu, à Michael Moore, intervir nas presidenciais americanas, absolutamente crente de que quem paga para ir aos seus concertos, não o faz para a ouvir cantar, ou apreciar o razoável estado das suas pernas, mas para ser doutrinado com as suas lamentáveis convicções políticas.E introduziu no espectáculo um vídeo que retrata , por um lado, em alinhamento sequencial, aquecimento global, destruição, Mugabe, Hitler e John McCain, ou seja, o "Mal", e por outro lado, também em alinhamento sequencial, John Lennon, Al Gore, Ghandi e...Obama, enfim, o "Bem".É patético, é imbecil, é desonesto, mas é neste tipo de associações primárias e cínicas, que se encontra toda a profundidade do "pensamento politicamente correcto".

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O mundo artístico, de um modo geral, considera-se "progressista" e "esclarecido" e assenta a sua percepção das coisas em simplistas visões conspiratórias e/ou românticas, agarrando-se a preconceitos impraticáveis, maniqueístas e floribélicos que, de resto, não aplica nas suas próprias vidas.O caso de Jane Fonda é apenas um de uma longa lista de imbecis que, em determinado momento, se convencem que são uns gajos do caraças e que na sua cabecinha assentou praça a consciência moral do mundo.Aqueles, poucos, que denunciam a formatação tendem a ser condenados por apostasia e afastados do círculo dos iluminados.É arriscado...Em resumo, os artistas são o protótipo daquilo que nos EUA se adjectiva carinhosamente de "brain-dead liberal" e quase todos acham que devem fazer arte de "intervenção", para educar os pobres analfabrutos e levá-los ao caminho "certo".Por cá, em 1975, tivemos disto à pazada, e até o Herman José andou para aí a cantar o "Força, força companheiro Vasco", saltitando ao lado do José Alberto Moniz.Felizmente cresceu e amadureceu a sua noção de ridículo, algo que muitos outros não foram capazes de fazer, para mal dos nossos pecados e dos nossos ouvidos.Vem isto a propósito da Madona que ontem, em Gales, iniciou um espectáculo que a irá levar a vários países.Madona, para além das manias da Cabala, e de uma espantosa capacidade para, no execrado sistema capitalista, fazer e gastar dinheiro, resolveu, à Michael Moore, intervir nas presidenciais americanas, absolutamente crente de que quem paga para ir aos seus concertos, não o faz para a ouvir cantar, ou apreciar o razoável estado das suas pernas, mas para ser doutrinado com as suas lamentáveis convicções políticas.E introduziu no espectáculo um vídeo que retrata , por um lado, em alinhamento sequencial, aquecimento global, destruição, Mugabe, Hitler e John McCain, ou seja, o "Mal", e por outro lado, também em alinhamento sequencial, John Lennon, Al Gore, Ghandi e...Obama, enfim, o "Bem".É patético, é imbecil, é desonesto, mas é neste tipo de associações primárias e cínicas, que se encontra toda a profundidade do "pensamento politicamente correcto".

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