Pula Pula Pulga: Perguntas & respostas [O CDS-PP trocado por miúdos]

30-06-2011
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Qual é a base social de apoio do CDS-PP?

O 25 de Abril propôs-se alcançar três objectivos: a democratização, a descolonização e o desenvolvimento. Uma parte substancial dos excluídos da política dos três «D» abrigou-se, ao longo dos anos, no CDS. O partido de Freitas do Amaral, Amaro da Costa e Basílio Horta começa por ser o depósito do espólio do Estado Novo (o autodesignado «partido de quadros»), que pesca nas águas turvas da descolonização. Como ironizava Carlos Macedo, um dos arquitectos da primeira AD, o CDS (ou talvez a sua entourage) aspirava a aplicar, não o programa dos três «D», mas o dos três «R»: a reconstituição da PIDE, a reconquista de Angola e a ressurreição de Salazar.

Consumadas a democratização e a descolonização, o CDS ampara-se nos excluídos do terceiro «D» (o do desenvolvimento), com os padres a funcionar como extensões do Caldas na província. O CDS capta os excluídos da agricultura da mesma forma que o PCP segura os excluídos das indústrias em declínio ou a «deslocalizar». São ambos a expressão política do país que a adesão à CEE vai triturar.

Que sentido tem a meta dos «dois dígitos» apregoada por Paulo Portas?

As várias lideranças («democratas-cristãs», «liberais», «social-cristãs») nunca foram capazes de saltar do seu habitat natural. Com Paulo Portas, o CDS-PP, enquanto partido dos poderosos para os ignorantes, atingiu a sua expressão máxima. Para aspirar a mais, a «elite» que se exprime através do CDS (e que não se revê nos homens da meia branca que proliferam no PPD/PSD) não poderia continuar a falar apenas para a «lavoura», para os «espoliados» e para os «ex-combatentes». Paulo Portas quis, por isso, disputar ao PCP os excluídos da indústria (Estaleiros Navais de Viana do Castelo, Oficinais Gerais de Material Aeronáutico e Bombardier). Andou também com a tenda às costas para se infiltrar na «classe média», substituindo o fato às riscas pelo blazer: foi insuficiente para convencer a «classe média». A ode ao «subir na vida», elevado a direito constitucional, poderá seduzir as «gerações populares», mas não é suficiente para arrebatar uma «classe média» vergada à recessão.

Por que se demitiu Paulo Portas?

Esgotada a estratégia de engordar a porca para poder reivindicar um lugar à mesa do Orçamento, Paulo Portas não quis ser uma segunda versão de Manuel Monteiro – que não influencia ou determina os destinos do país. Não há «dignidade» na demissão, mas apenas a exacta compreensão de que tem de fazer política por outros meios. O CDS-PP fica em banho-maria até ver.

Qual é a base social de apoio do CDS-PP?

O 25 de Abril propôs-se alcançar três objectivos: a democratização, a descolonização e o desenvolvimento. Uma parte substancial dos excluídos da política dos três «D» abrigou-se, ao longo dos anos, no CDS. O partido de Freitas do Amaral, Amaro da Costa e Basílio Horta começa por ser o depósito do espólio do Estado Novo (o autodesignado «partido de quadros»), que pesca nas águas turvas da descolonização. Como ironizava Carlos Macedo, um dos arquitectos da primeira AD, o CDS (ou talvez a sua entourage) aspirava a aplicar, não o programa dos três «D», mas o dos três «R»: a reconstituição da PIDE, a reconquista de Angola e a ressurreição de Salazar.

Consumadas a democratização e a descolonização, o CDS ampara-se nos excluídos do terceiro «D» (o do desenvolvimento), com os padres a funcionar como extensões do Caldas na província. O CDS capta os excluídos da agricultura da mesma forma que o PCP segura os excluídos das indústrias em declínio ou a «deslocalizar». São ambos a expressão política do país que a adesão à CEE vai triturar.

Que sentido tem a meta dos «dois dígitos» apregoada por Paulo Portas?

As várias lideranças («democratas-cristãs», «liberais», «social-cristãs») nunca foram capazes de saltar do seu habitat natural. Com Paulo Portas, o CDS-PP, enquanto partido dos poderosos para os ignorantes, atingiu a sua expressão máxima. Para aspirar a mais, a «elite» que se exprime através do CDS (e que não se revê nos homens da meia branca que proliferam no PPD/PSD) não poderia continuar a falar apenas para a «lavoura», para os «espoliados» e para os «ex-combatentes». Paulo Portas quis, por isso, disputar ao PCP os excluídos da indústria (Estaleiros Navais de Viana do Castelo, Oficinais Gerais de Material Aeronáutico e Bombardier). Andou também com a tenda às costas para se infiltrar na «classe média», substituindo o fato às riscas pelo blazer: foi insuficiente para convencer a «classe média». A ode ao «subir na vida», elevado a direito constitucional, poderá seduzir as «gerações populares», mas não é suficiente para arrebatar uma «classe média» vergada à recessão.

Por que se demitiu Paulo Portas?

Esgotada a estratégia de engordar a porca para poder reivindicar um lugar à mesa do Orçamento, Paulo Portas não quis ser uma segunda versão de Manuel Monteiro – que não influencia ou determina os destinos do país. Não há «dignidade» na demissão, mas apenas a exacta compreensão de que tem de fazer política por outros meios. O CDS-PP fica em banho-maria até ver.

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