Pulo do Lobo: Poça

30-06-2011
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Não pude assistir ao debate entre Basílio Horta, perdão, Mário Soares, e o Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva. Por isso, vi os telejornais da SIC e hoje de manhã comprei o Público, acções que vão contra os meus mais arraigados princípios. O pequeno apanhado que passou na Sic Notícias trouxe-me memórias de elefantes. A crónica de Vasco Pulido Valente deu à manhã um travo a sangue romano (Miguel Sousa Tavares estava assim enganado em quase dois milénios quando disse que o Vasco pensava que estava no sec. XIX). O Vasco tem razão em muito de tudo o que diz, mas, como sempre, a razão dele não é a que melhor liga nem a que mais beneficia o português da Transtejo. Só para que se veja, cinco anos depois ainda está por sair a tradução do segundo volume do Declínio e Queda de Gibbon, uma medida do seu sucesso junto do público. Como das outras sete mil oitocentas e quarenta e cinco vezes e meia em que Vasco deu, pelas mais variadas e plausíveis razões, a certeza do fim próximo de Portugal, o transtejeano típico espera e procura nos Messias que escolhe coisas diferentes do que o Vasco imagina. Em vez de vacas gordas procuramos um sentido lato para o sacrifício. Nas contrariedades não fundamentais da vidinha (que é o que desejavelmente nos espera), Soares seria o Presidente da inércia e do conforto misericordioso e fraterno, Cavaco será o Presidente do labor protestante. É mais feio e dá uma biblioteca mais chata, mas tem mais hipóteses de nos vir a compôr a mesa pelos méritos e artes de cada um.

Não pude assistir ao debate entre Basílio Horta, perdão, Mário Soares, e o Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva. Por isso, vi os telejornais da SIC e hoje de manhã comprei o Público, acções que vão contra os meus mais arraigados princípios. O pequeno apanhado que passou na Sic Notícias trouxe-me memórias de elefantes. A crónica de Vasco Pulido Valente deu à manhã um travo a sangue romano (Miguel Sousa Tavares estava assim enganado em quase dois milénios quando disse que o Vasco pensava que estava no sec. XIX). O Vasco tem razão em muito de tudo o que diz, mas, como sempre, a razão dele não é a que melhor liga nem a que mais beneficia o português da Transtejo. Só para que se veja, cinco anos depois ainda está por sair a tradução do segundo volume do Declínio e Queda de Gibbon, uma medida do seu sucesso junto do público. Como das outras sete mil oitocentas e quarenta e cinco vezes e meia em que Vasco deu, pelas mais variadas e plausíveis razões, a certeza do fim próximo de Portugal, o transtejeano típico espera e procura nos Messias que escolhe coisas diferentes do que o Vasco imagina. Em vez de vacas gordas procuramos um sentido lato para o sacrifício. Nas contrariedades não fundamentais da vidinha (que é o que desejavelmente nos espera), Soares seria o Presidente da inércia e do conforto misericordioso e fraterno, Cavaco será o Presidente do labor protestante. É mais feio e dá uma biblioteca mais chata, mas tem mais hipóteses de nos vir a compôr a mesa pelos méritos e artes de cada um.

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